A presente pesquisa teve como foco descrever a utilização dos livros de Literatura Infantil nos espaços destinados ao desenvolvimento educacional de crianças na faixa-etária de 2 a 6 anos. O objetivo principal foi verificar os encaminhamentos institucionais/pedagógicos para o acesso dos educandos aos livros. Aproveitamos para sondar o volume de leituras, de títulos literários, realizadas pelas educadoras envolvidas nesse processo. Entendemos como relevante tal pesquisa pelo fato da escola ser considerada um espaço privilegiado para o acesso e o exercício da leitura e a ela estar delegada a responsabilidade de “formar” leitores.

Selecionamos, aleatoriamente, cinco Centros de Educação Infantil - CEIs -, do município de Florianópolis, para procedermos esta pesquisa de verificação de como as instituições se organizam e operam na prática de formação de leitores. Dos CEIs pesquisados 2 são da rede privada, 1 da rede municipal e 2 ligados à Organizações não Governamentais - ONGs. Os grupos de trabalhos observados reuniam crianças na faixa-etária de 2 a 6 anos de idade. A pesquisa aconteceu em três momentos: 1º leitura crítica dos referencias teóricos norteadores para este trabalho; 2º.observação das práticas pedagógicas nos espaços de Educação Infantil, com foco na utilização de livros de Literatura Infantil em atividades dirigidas para as crianças; e 3º. aplicação de questionários aos educadores e profissionais ligados às instituições observadas.

Nas últimas décadas a utilização de livros de Literatura Infantil cresceu no processo e no contexto de desenvolvimento das crianças. Elas têm interesse pelo manuseio do livro e conseqüentemente pelo seu conteúdo (a história). A leitura de livros tem início, através de atividades dirigidas e sistematizadas, na Educação Infantil, com os pré-leitores.  As leituras realizadas, no espaço educacional, com as crianças, na sua maioria, são trabalhadas de forma interdisciplinar, atreladas a algum projeto maior elaborado pela coordenação pedagógica ou pelas próprias educadoras. A criança não escolhe o livro de que pretende “conhecer” a história, como também não pode repetir a leitura de uma história já conhecida. Os dados colhidos apontam que as leituras são de cunho escolarizante desde o início da educação formal, o que remete para um continuísmo de leitores a leituras vinculadas às obrigações escolares.