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C. Ciências Biológicas - 6. Farmacologia - 4. Farmacologia

ANÁLISE DO EFEITO CICATRIZANTE DA PRÓPOLIS VERDE E DA GELÉIA REAL EM FERIDAS CUTÂNEAS INDUZIDAS CIRURGICAMENTE EM CAMUNDONGOS

Renata Roland Teixeira  1
Renato José da Silva Oliveira  2
Lyvia Machado Azevedo Dias Guimarães  1
Ligia Carolina Silva  2
Rosy Iara Maciel Azambuja Ribeiro  2
Foued Salmen Espindola  1
(1. Instituto de Genética e Bioquímica, Universidade Federal de Uberlândia (UFU), MG; 2. Instituto de Ciências Biológicas, Fundação Educacional de Ituiutaba (FEIT–UEMG))
INTRODUÇÃO:

A cicatrização de feridas é um processo dinâmico que relaciona uma série de eventos celulares e moleculares objetivando a reconstituição do tecido lesado. A inflamação, a proliferação e a remodelação do tecido são etapas fundamentais do processo de cicatrização. Durante todo o processo, os macrófagos apresentam um importante papel na secreção de interleucinas e fatores de crescimento que irão aumentar a migração celular, auxiliando nos processos de regeneração e reparo. Existem diversas substâncias naturais com alto poder cicatrizante, que aceleram o processo evitando inflamações e/ou infecções. A própolis é um complexo de substâncias resinosas, processada pelas abelhas. Na composição química desse produto destacam-se os flavonóides, grupo de substâncias as quais são atribuídas propriedades antibióticas. Além disso, a própolis apresenta propriedades cicatrizante e antiinflamatória. A geléia real (GR) é uma substância secretada pelas glândulas hipofaringeal e mandibulares das abelhas operárias Apis mellifera. Vários estudos demonstraram que este produto da colméia apresenta diversas atividades biológicas e farmacológicas, dentre as quais se destacam a propriedade de estimulação dos fibroblastos para a produção de colágeno, atividades antiinflamatória, bactericida e imunomodulatória. O objetivo do presente trabalho foi verificar o potencial cicatrizante da Própolis Verde e da Geléia Real em feridas cutâneas induzidas cirurgicamente em camundongos.

METODOLOGIA:

Para realização do trabalho, foram utilizados 28 camundongos da linhagem Swiss entre 4 e 6 semanas de vida, distribuídos aleatoriamente em 4 grupos com 7 animais cada. Os tratamentos aplicados foram: 1- Controle (ferida não tratada); 2- Veículo – Creme base (àcido cetoestearílico, Lauril sulfato de sódio, óleo mineral, Propilenoglicol, nipazol e nipagin, àgua destilada); 3- Creme de Geléia Real (10%); 4- Creme de Própolis Verde. Os animais foram pesados e anestesiados (Ketamina 50mg/Kg, Xilazina 20mg/Kg). Em seguida, procedeu-se à tricotomia e, com o auxílio de um carimbo esférico (1,5 cm de diâmetro) embebido em iodo, realizou-se uma marcação no dorso dos animais. Logo após, utilizando-se pinças e tesouras o tecido cutâneo foi removido e os camundongos foram submetidos aos seus respectivos tratamentos. Avaliou-se o peso dos animais e o fechamento das feridas, através da mensuração com paquímetro. O tratamento das feridas foi realizado diariamente por 20 dias.

 

 

RESULTADOS:

As feridas dos animais pertencentes ao grupo controle, os quais não receberam nenhum tipo de tratamento; o grupo veículo, cujos animais foram tratados com o creme base, e o grupo tratado com o creme de própolis verde apresentaram as feridas totalmente cicatrizadas num período de 14 dias, enquanto que no grupo tratado com creme de geléia real, a cicatrização das feridas ocorreu no 19º dia de tratamento.  Nossos resultados mostram que não foi observada nenhuma diferença significativa em relação ao tempo de cicatrização das feridas de acordo com o tratamento utilizado. Entretanto, observaram-se diferenças no aspecto da evolução da ferida. Nas feridas tratadas com o creme de geléia real, observou-se a formação de uma crosta fina de coloração rósea e não houve contração da pele durante o processo de cicatrização. As feridas apresentaram-se com aspecto seco, sem purulência. Já os animais tratados com o creme de própolis verde, as feridas apresentaram a formação de uma crosta espessa e consistente, de coloração escura. Além disso, após a retirada ou a saída espontânea da crosta, as feridas possuíam um aspecto úmido e róseo com alguns pontos esbranquiçados. Em ambos os tratamentos, formou-se uma cicatriz que apresentava as características de textura e consistência da pele anterior ao trauma, caracterizando-se como uma cicatriz normotrófica.

CONCLUSÕES:

Concluímos que os tratamentos foram diferentes em relação à qualidade da cicatrização e, deste modo, análises histológicas são necessárias para avaliar a morfologia do tecido regenerado. 

 

 

Instituição de fomento: CAPES, CNPq, Apiário Girassol
 
Palavras-chave: Cicatrização ; Geléia Real ; Própolis Verde.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006