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C. Ciências Biológicas - 8. Genética - 6. Genética

AVALIAÇÃO DO POTENCIAL MUTAGÊNICO DO Leonorus sibiricus EM CAMUNDONGOS POR MEIO DE TESTE DE MICRONÚCLEO

Erick Almeida Silva  1
Vania Alves Nascimento  1
Júlio César Nepomuceno 2
Leila Leal da Silva Bonetti  1
(1. UEMG/FEIT (Univ. Est. Minas Gerais/Fund. Ed. Ituiutaba); 2. UEMG/FEPAM (Univ. Est. Minas Gerais/Fund. Ed. Patos de Minas))
INTRODUÇÃO:

O teste de micronúcleo é popular entre toxicologistas devido a sua simplicidade e rapidez na determinação de agentes clastogênicos e aneugênicos. Por meio da inoculação de drogas em camundongos, analisa-se a taxa de micronúcleos nos eritrócitos policromáticos da medula óssea. Esses são oriundos de falhas durante a divisão cromossômica do núcleo. Leonorus sibiricus, Labiatae, popularmente denominada rubim, erva de macaé, marroio, quinino dos pobres. Utilizada na medicina popular no combate a gripes, febres, problemas respiratórios, reumatismo, artrites, malária, vômitos, diarréias, cólicas, anticicatrizante, sedativo e antitrombótico. No Rio de Janeiro, o uso dessa droga foi vetado durante o primeiro trimestre de gestação e lactação, devido a sua possível ação abortiva e emenagoga. Esse fato instigou a realização deste estudo, visando determinar, por meio do teste de micronúcleo, o potencial mutagênico do rubim.

METODOLOGIA:

Exemplares de L. sibiricus foram coletados na região de Ituiutaba (MG), secados em estufa FANEM a 40ºC por 48 horas. As folhas foram maceradas manualmente e o produto obtido acondicionado em vidros âmbar, à temperatura ambiente. Foram utilizados no experimento dois camundongos Swiss, oriundos do biotério da FEPAM/UEMG. Os animais foram marcados com ácido pícrico na cabeça e na cauda; pesados em balança MARTE, obtendo-se em media 35g. A solução da planta a 4% foi administrada intraperitonialmente na dosagem de 1ml/100g de peso corporal no animal 1 e Uretano, na dosagem de 0,5g/Kg no animal 2. Após 24 horas os camundongos foram sacrificados para a extração da medula óssea dos fêmures. As células foram desagregadas usando seringa descartável contendo 1 ml de soro bovino fetal. O material foi acondicionado em eppendorfs e centrifugado por 5 minutos à 2000 rpm, utilizando-se o pellet para a confecção das lâminas. Foram feitos três esfregaços por indivíduo tratado. As lâminas, após 12 horas, foram fixadas em Metanol absoluto por 5 minutos e coradas com solução de Giemsa-tampão fosfato (pH=6,8) na proporção de 1:20. A análise dos eritrócitos micronucleados foi realizada em microscópio óptico OLYMPUS sob imersão.

RESULTADOS:

A frequência de eritrócitos micronucleados (EMN) e micronúcleos (MN) encontrados nas amostras foi calculada por meio do teste qui quadrado ao nível de significância de 5%, obtendo-se X2 calc.= 0,775 e X2 crítico = 3,841. Foram analisados 1500 eritrócitos policromáticos por tratamento. No animal tratado com L. sibiricus a 4% foram quantificados 70 MN e 52 EMN. No indivíduo tratado com Uretano foram encontrados 61 MN e 57 EMN. A relação MN/EMN estabelece o número de MN em um mesmo eritrócito. Para o camundongo tratado com L. sibiricus a relação foi de 1,34; para o tratado com Uretano, a relação foi de 1,07. A frequência de MN no tratamento com L. sibiricus foi de 4,66% e de EMN de 3,46%. O tratamento com Uretano apresentou a frequência de MN igual a 4,06% e de EMN de 3,80%.

CONCLUSÕES:

Os resultados mostraram que a solução de L. sibiricus a 4% é capaz de induzir a formação de micronúcleos, tendo como parâmetro os dados do controle positivo (Uretano).Conclui-se portanto, que a solução de L. sibiricus a 4% apresenta potencial mutagênico e seu uso dese ser criterioso.

Instituição de fomento: UEMG/FEIT (Univ. Est. Minas Gerais/Fund. Ed. Ituiutaba)
Trabalho de Iniciação Científica  
Palavras-chave: Micronúcleo; camundongos; Leonorus sibiricus.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006