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G. Ciências Humanas - 7. Educação - 9. Educação Permanente
INCLUSÃO DIGITAL
Maria Stela Busarello Theis 1
Cibéle Coutinho dos Santos 1
Lucy Maria Cardoso de Farias 1
Marisa Elsa Demarchi 1
Vera Lúcia Guimarães Póvoas 1
(1. Gerência de Educação, Ciência e Tecnologia de Blumenau)
INTRODUÇÃO:

Com a finalidade de ampliar suas ações, o Núcleo de Tecnologias Educacionais de Blumenau buscou incluir digitalmente as Professoras Aposentadas da Rede Estadual de Ensino, através da realização de Cursos de Formação em Tecnologias de Informação e Comunicação, realizados em parceria com a Associação Catarinense de Professores[1]. Esta associação busca integrar, proporcionar momentos de lazer e de continuidade de aprendizagem. Na Regional de Blumenau, estas professoras reúnem-se mensalmente no auditório da GEECT para planejar ações, realizar palestras e demais atividades para integrar pessoas que ocuparam um relevante papel na sociedade local.

Com a expansão das TICs nos bancos, comércio, órgãos públicos, criam-se novas formas de se relacionar e comunicar, que exigem novos conhecimentos. Quando não oferecidos, proporcionam formas de exclusão. Dentro desta perspectiva e considerando a importância do trabalho de uma escola aberta, que é um dos Projetos da Educação Catarinense, “porque rompe os limites da sala de aula e dos muros da escola e se abre para enriquecer o processo de interação dos professores e alunos com as famílias, a comunidade e com os demais agentes sociais”  [2], o NTE Blumenau considerou de grande relevância buscar a inclusão digital das educadoras pertencentes a ACP.

Alguns pesquisadores das TICs, entre eles Kachar (2001), têm se preocupado com a exclusão do idoso nos espaços comunicacionais e salientam a importância de oportunizar conhecimentos a esta população.



[1] www.acp-prof.com.br

[2] Prefácio Proposta Curricular de Santa Catarina – Estudos Temáticos (2005)

METODOLOGIA:

Para realização da proposta de ação buscou-se parceria com a  ACP que  auxiliou na divulgação dos cursos realizados no espaço físico do NTE.O público alvo constitui-se de educadoras aposentadas, com idade média de 60 anos, que se reuniram semanalmente, durante dois meses.  Buscou-se inicialmente familiarizá-las com os equipamentos, para em seguida, propor trabalhos no editor de textos, no aplicativo Power Point e navegação na Internet. No início as multiplicadoras[1] vinham com propostas de atividades prontas, que eram sugeridas ao grupo. Com o transcorrer das aulas como o interesse era intenso, emergiram propostas de atividades, passando-se a realizar planejamento e avaliação coletivamente.



[1] Nome das profissionais que atuam nos NTEs.

RESULTADOS:

Nos primeiros encontros foram identificados: ansiedade, medo, dificuldade em operar o mouse e teclado. Com o transcorrer das aulas, as cursistas passaram a utilizar os programas com relativa facilidade, criatividade e autonomia. A cada encontro vinham novas solicitações de aprendizagens e relatos de avanços adquiridos no uso do computador, especialmente navegação na Internet. As multiplicadoras, acostumadas a trabalhar com cursos voltados às Tecnologias Educacionais, também tinham no início expectativas em relação ao novo trabalho. Durante os cursos passou-se a identificar uma característica nos participantes: os conhecimentos de diferentes áreas, a autonomia intelectual, o prazer na aprendizagem, a familiaridade com novas formas de comunicação com o mundo contemporâneo, foram se manifestando.   Várias solicitações de trabalhos surgiram tais como: busca de receitas, informações sobre doenças, envio de e-mail para familiares residentes em outras localidades, navegação em sites de bancos, secretarias estaduais, receita federal, consultas de folhas de pagamentos, entre outras. A busca pela continuidade do projeto no ano de 2006, evidencia a necessidade de novas turmas e, ainda de cursos mais avançados, para atender as solicitações do grupo de educadoras.

CONCLUSÕES:

Cursos de TICs  na formação permanente de idosos podem se constituir em importantes processos para auxiliá-los na continuidade de atividades intelectuais e na participação ativa na sociedade em que convivem. No caso específico deste trabalho, com educadoras aposentadas, percebeu-se a importância de privilegiar temáticas e atividades de seu interesse. Realizar propostas de inclusão digital requer conhecimentos sobre interesses, necessidades e dificuldades dos grupos em questão. Fundamental também, na  inclusão digital de educadoras, a busca pela autoria, criação e autonomia.

 
Palavras-chave: Inclusão Digital; Idosos; Tecnologias de Informação e Comunicação.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006