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G. Ciências Humanas - 7. Educação - 6. Educação Especial

DEFICIÊNCIA MENTAL: INCLUSÃO OU SEGREGAÇÃO?

Adriano Rodrigues Mansanera 1
Andréia Sechi Borges 2
Vegiane F. Crepaldi 3
Denise de Oliveira 3
Oziel Costa Borges Sechi 4
Cristiane de Quadros Mansanera 5
(1. CEULP/ULBRA/UFT - SEMED/TO; 2. SEMED/ TO – Diretora de Escola Municipal de Palmas; 3. Pós-Graduanda em Educação Especial; 4. Pós-Graduando em Gestão Pública; 5. SEMED/TO - Assessora Pedagógica)
INTRODUÇÃO:

Este estudo teve como objetivo analisar como estava acontecendo a inclusão de alunos com Necessidades Educativas Especiais na área da deficiência mental; no discurso de professores do ensino regular de uma escola pública e outra filantrópica,  na cidade de Palmas - TO. O interesse por este estudo surgiu de reflexões feitas acerca da proposta de inclusão de alunos com Necessidades Educativas e também do trabalho que os professores vêm desenvolvendo nas escolas com seus alunos.

 

Para Mantoan (2005) a dificuldade do diagnóstico de deficiência mental, torna-se um impasse no ensino da escola comum e também no atendimento especializado, pois “o caráter elitista, meritocrático, homogeneizador e competitivo dessas escolas oprime o professor e o reduz a uma situação de isolamento e impotência, principalmente diante dos alunos com deficiência mental, pois são aqueles que mais amarram o desenvolvimento do processo escolar, em todos  os níveis e séries.” (p.15) A escola precisa valorizar as potencialidades dos alunos na sua diferença para não acontecer a “exclusão na inclusão”.

METODOLOGIA:

Este trabalho consta de duas pesquisas: uma bibliográfica e outra de campo. Na pesquisa de campo, foram entrevistados três educadores que atuam no ensino regular numa escola pública de Palmas que trabalha com aluno deficiente mental e uma professora da APAE. Foi marcado um horário, em local apropriado para a realização da entrevista, e delimitado o tempo em uma hora. Como técnica para coleta de dados da pesquisa foi utilizado um roteiro com questões pré-estabelecidas, referente à problemática.

 

RESULTADOS:

Em um passado ainda recente, as pessoas com Necessidades Educativas Especiais, eram vistas como incapazes de estudar, ou melhor, incapazes de aprender. Embora o conceito de inclusão vem se destacando na sociedade e na escola, percebe-se que o deficiente mental continua sendo alvo de preconceito e exclusão. Segundo (MARQUEZINE, ALMEIDA, TANAKA, 2001), o descrédito parte da idéia de que a incapacidade de invalidez e de deficiência, traz a tona à negligência das autoridades quanto ao oferecimento de atendimentos que preenchem as necessidades individuais e especiais desses indivíduos, ignorando assim, o potencial que essas pessoas têm e que poderiam aplicar de forma produtiva na comunidade de onde participam.   

 

Os recursos metodológicos empregados convencionalmente na educação tem-se demonstrado insuficientes no atendimento educacional de educandos com deficiência mental, é necessário que se tenha uma metodologia diferenciada, a aprendizagem de natureza mediadora na perspectiva de Vygotsky, mas tem-se que investir na formação do professor. A construção de uma sociedade inclusiva exige mudanças de idéias e práticas [...], que viabilize escolas inclusivas que atendam a todos, independentemente de suas Necessidades Especiais, de forma de garantir a participação de todos. (BRASIL, 2004, p. 3)

 

Segundo uma das professoras da APAE, é realizada uma avaliação para promoção do aluno com deficiência mental para escola da rede regular de ensino, após esta avaliação os alunos são recebidos nas escolas sem rejeição, porém algumas destas ainda não estão preparadas para incluir estes alunos nas salas de aula, devido as escolas e os professores não estarem preparados para trabalharem com o aluno com deficiência mental, alguns destes acabam não tendo aproveitamento educacional ocorrendo apenas uma integração e em alguns casos ocorrem evasão da escola regular de ensino.

 

CONCLUSÕES:

 Ao falarmos de inclusão dos alunos com Necessidades Educativas Especiais, devemos verificar se realmente estamos fazendo essa inclusão, tendo em vista que os alunos com deficiência mental tem um desafio maior para inclusão nas escolas de ensino regular, pois além de mudar os conceitos deve-se mudar as estruturas pedagógicas, como exemplo adequação curricular.

 

É necessário ainda uma mudança na concepção de prestação de serviços, frente a uma orientação de manutenção que sobressaem as noções de crescimento e desenvolvimento pessoal, o que implica em oferecer alguns serviços continuados e variados para responder às necessidades destes alunos. Estas necessidades devem ser determinadas através de avaliações psicopedagógicas feitas por uma equipe multiprofissional (psicólogo, assistente social, fonoaudiólogos e pedagogos..) e nunca em função unicamente de um diagnóstico clínico fechado que possa rotular o aluno. A avaliação se torna inclusiva quando revela quais os melhores procedimentos de ensino-aprendizagem a serem empregados em sala de aula pelo professor para identificar as necessidades dos alunos.

 

Conforme os dados obtidos na entrevista com os professores da rede pública, evidenciou-se que na sua maioria ainda não possui uma capacitação para trabalhar com o aluno NEEs, em especial os de deficiência mental, possuindo apenas uma capacitação fragmentada. Necessitam de uma formação continuada, pois quando deparam com alguns casos na educação especial, não sabem o que fazer com aluno, ficando assim frustrados de não estabelecer uma pedagogia transformadora que contribua para o aprimoramento dos alunos.

 
Palavras-chave: Inclusão ; Deficiência mental ; Formação de Professores.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006