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G. Ciências Humanas - 7. Educação - 5. Educação de Adultos

UM OLHAR DIFERENCIADO, DE ALUNOS DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS, VOLTADO PARA AS QUESTÕES SOCIOAMBIENTAIS DO RIO SÃO FRANCISCO.

Marta Cordeiro dos Passos 1
(1. Secretaria de Educação e Cultura do Estado de Pernambuco - SEDUC/PE)
INTRODUÇÃO:

Esta pesquisa foi realizada, com alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA) módulo II. Originou-se a partir do seminário “Águas de Pernambuco” idealizada pela professora autora deste trabalho, viabilizada pela Secretaria de Educação e vivenciada pelos alunos como parte de uma proposta de pesquisa, ensino e extensão, na escola Cândida de Andrade Maciel, no município de Jaboatão dos Guararapes, rede estadual de Pernambuco, no ano de 2005. Entre as bacias hidrográficas voltadas para o estudo, foi selecionada a do rio São Francisco no município de Petrolina, Estado de Pernambuco. A escolha ocorreu por tratar-se de um rio situado na região do Semi-Árido e que atualmente tem sido alvo de impactos negativos relacionados às agressões desenvolvidas pelo homem. Nesse sentido, o objetivo da pesquisa foi verificar, com os alunos, os limites e possibilidades do parque aquático e dialogar, na prática pedagógica, acerca das questões socioambientais do rio.

 

METODOLOGIA:

O estudo investigativo foi realizado através da metodologia qualitativa, por trabalhar com sujeitos concretos: educandos da Educação de Jovens e Adultos, do curso noturno, da escola local e comunidade ribeirinha. O estudo de campo compreendeu ainda dois momentos distintos, divididos entre primeiro e segundo semestre. O primeiro, a partir do cronograma de trabalho: encontros periódicos, a fim de construir uma rotina de estudo; consultas a cartazes, vídeos, fotos, livros; registros escritos das observações e discussões coletadas, considerando o conteúdo abordado. No segundo semestre, a excursão didática ao rio com entrevistas à comunidade ribeirinha a fim de verificar suas opiniões às questões aquáticas.

RESULTADOS:

O estudo possibilitou aos alunos pesquisadores maior contato com a natureza e, conseqüentemente, despertou maior consciência frente aos problemas estruturais, no ribeirinho: moradia, lazer, evasão escolar pela distância ou sobrevivência. Constatou-se que o problema não é só o volume reduzido da água, mas a forma como essa água é utilizada, bem como os projetos de irrigação que na maioria das vezes alteram a dinâmica ambiental do rio, vindo em seguida as mudanças ocorridas, ao longo dos anos, afetando diretamente o trabalhador rural que migra para a região. O que antes era sobrevivência tornou-se espaço escasso, em função do parcial desgaste fluvial que é uma realidade: há limites para a pesca, alguns trechos do rio estão assoreados: poluição, esgotos e lixo, localizados nos arredores do rio, são problemas da atualidade que dizimam um número expressivo da fauna aquática.

CONCLUSÕES:

Os dados coletados nos dois semestres permitiram concluir que, há um desequilíbrio hídrico considerável que necessita de maior intervenção das autoridades em defesa ao que está ameaçado: o rio já está dando sinais claros de limites na geração dos bens de consumo: água potável e produção agrícola; as políticas, voltadas para satisfazer as necessidades relacionadas aos recursos hídricos, especialmente na comunidade com a qual interage diretamente, precisam ser melhoradas e permanentes. Em relação à prática pedagógica, o estudo permitiu aos alunos pesquisadores cumprir uma função social importante, na comunidade escolar, através de projetos de trabalhos referentes ao meio ambiente aquático em exposição de fotografias, reflexões em torno do tema e finalmente a produção de um documento que relata as experiências observadas e estudadas.

 

Instituição de fomento: SEDUC/PE
 
Palavras-chave: Conhecimento; Participação Social ; Crescimento na Educação de Jovens e Adultos.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006