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C. Ciências Biológicas - 9. Imunologia - 3. Imunogenética

ESTUDO DA VARIABILIDADE ANTIGÊNICA DO HIV-1 CIRCULANTE NO DISTRITO FEDERAL – REGIÃO CENTRO-OESTE

Mikael Araújo Guimarães Lemos 1
Cláudia Renata Fernandes Martins 2
(1. Universidade de Brasília – Departamento de Fitopatologia-Virologia humana; 2. Universidade de Brasília – Departamento de Fitopatologia (Orientadora))
INTRODUÇÃO:

A pandemia da AIDS é caracterizada por uma alta diversidade genética de seu agente etiológico, o vírus da imunodeficiência humana do tipo-1 (HIV-1).Essa diversidade tem uma potencial implicação para o desenvolvimento de vacinas, diagnóstico, patogenicidade e epidemiologia.Muitos estudos desenvolvidos no Brasil tem identificado diferenças nos padrões de distribuição dos subtipos entre as regiões geográficas.A falta de informação genética e antigênica a respeito da distribuição do vírus no Centro-oeste do Brasil enfatiza a necessidade de estudos relativos a epidemiologia molecular do HIV-1 nessa região geográfica.Nesse estudo, foi analisado o loop v3 de gp 120 do gene do envelope, para descrever a diversidade antigênica do HIV-1 no distrito federal.  

METODOLOGIA:

A população alvo do estudo foi de indivíduos de ambos os sexos, residentes no Distrito Federal, com sorologia positiva para anti-HIV-1, encaminhados dos Centros de Referência para DST/AIDS ao LACEN-DF para a avaliação da carga viral.Foram considerados os seguintes critérios de inclusão: a) Consentimento Livre e esclarecido (modelo em anexo) para participar do estudo, conforme as normas de pesquisa envolvendo seres humanos; b) idade superior a 13 anos.O RNA total foi extraído das amostras de plasma, usando-se kits adequados. Essa etapa do projeto foi desenvolvida no Lacen-DF, por profissionais devidamente treinados.Vinte amostras de HIV tiveram a região de v3 amplificada por nested-PCR, com o uso dos primers externos ED5/ED12 e internos ED31/ED33.A análise dos produtos de PCR foi feita por eletroforese em gel de agarose, e os mesmos foram purificados para o seqüenciamento automático realizado em equipamento disponível na UnB, Megabace System (Amersham-Pharmacia).As vinte amostras tiveram as seqüências de aminoácidos deduzidas e analisadas com HIV-Blast do banco de dados Los Alamos e o programa Fasta para determinação do subtipo.

 

RESULTADOS:

O subtipo B foi o mais prevalente (90%) seguido da forma recombinante B/F (5%) e do subtipo isolado F (5%).A diversidade intra-subtipo foi analisada em vinte amostras.GPGR foi detectado como a assinatura do loop v3 em 10 amostras (50%); o variante brasileiro B” (GWGR) e o epítopo GFGR tiveram prevalência de 20% (4 amostras) e 15% (3 amostras) respectivamente.Outros variantes de v3 foram encontrados em 3 amostras (15%) : GPGK, ALGR e GPGY, sendo esses dois últimos ainda não descritos na literatura.

CONCLUSÕES:

O epítopo GPGR localizado no loop v3 é considerado importante alvo de anticorpos neutralizantes e no reconhecimento de coreceptores.A presença de variabilidade nessa região genômica tem consideráveis implicações no desenvolvimento de vacinas e na resposta imune.    

Instituição de fomento: Ministério da Saúde-Programa Brasil Afroatitude
Trabalho de Iniciação Científica  
Palavras-chave: epítopo; HIV-1; envelope.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006