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G. Ciências Humanas - 7. Educação - 3. Educação Ambiental

A COMPOSTAGEM NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Terezinha Jocelen Masson 1
Leila Figueiredo de Miranda 2
Denis Pimentel 3
(1. Departamento de Física da Universidade Presbiteriana Mackenzie ; 2. Depto. de Engenharia de Materiais da Universidade Presbiteriana Mackenzie; 3. Curso de Física da Universidade Presbiteriana Mackenzie )
INTRODUÇÃO:
Durante séculos, as sociedades produziram basicamente alimentos de fácil assimilação e decomposição e bens duradouros à base de matérias-primas naturais (madeira, couro, lã, algodão) ou muito pouco transformadas (como a cerâmica) utilizando energia em quantidades reduzidas. Os resíduos gerados eram inertes ou facilmente degradáveis e não constituíam um problema. As montanhas de lixo começaram a crescer com o "boom" econômico após a Segunda Guerra Mundial, um período impar de prosperidade na história da humanidade, que trouxe consigo uma mudança radical nos padrões de produção e consumo. Assim, no decorrer dos anos algumas cidades sofreram com o crescimento desordenado e os problemas sociais causados pela ocupação urbana desordenada e situações de risco ambiental são cada vez maiores e São Paulo, por suas dimensões, apresenta tais problemas e sofre com as suas conseqüências. As alterações sofridas nos resíduos sólidos no decorrer dos anos é fruto direto das alterações sócio-econômicas da população bem como do modelo econômico adotado que privilegia o consumo exagerado. Nesse contexto, torna-se ainda mais evidente a necessidade do desenvolvimento de alternativas viáveis, como a compostagem de resíduos sólidos, para amenizar a degradação do meio ambiente. A compostagem que pode ser definida como uma decomposição aeróbia controlada de substratos orgânicos, produz um composto que é utilizado na agricultura como adubo orgânico. No presente trabalho foi analisado a eficiência do processo de compostagem na Usina de Compostagem da Vila Leopoldina, administrada pela PMSP – Prefeitura Municipal de São Paulo em parceria com a empresa Veja Engenharia Ambiental S.A.
METODOLOGIA:
Por quatro meses, foi realizado um acompanhamento às atividades da Usina de Compostagem da Vila Leopoldina, administrada pela Prefeitura Municipal de São Paulo em parceria com a empresa Veja Engenharia Ambiental S.A. A unidade funciona 24 horas por dia e processa, em média, 1000 toneladas por dia de resíduos sólidos domiciliares coletados nos bairros Lapa, Pinheiros, Perdizes e parte do Butantã, com o objetivo de transformar resíduos orgânicos em compostos orgânicos, através da aceleração do processo de decomposição do material orgânico, com o auxilio de biodigestores. Do lixo caracterizado in natura recebido pela usina, 50% é caracterizado como Matéria Orgânica, que passa pelo processo de compostagem. A tecnologia empregada é o Sistema Dano de origem dinamarquesa adaptada às nossas condições climáticas. É um sistema constituído de fermentação aeróbica do lixo em biodigestores que se encarregam da trituração, homogenização e fermentação dos resíduos, em período não superior a cinco dias. Ao chegar na usina, após a coleta de resíduo sólido domiciliar, os caminhões coletores passam por uma balança rodoviária na qual são pesados e identificados eletronicamente. Os dados são enviados a um centro de controle operacional com sede no Departamento de Limpeza Urbana do Município de São Paulo. Após a pesagem, os caminhões descarregam o lixo no pátio de recepção onde há a fiscalização do seu conteúdo, então inicia-se a reciclagem. Também foram realizadas entrevistas com os agricultores que se utilizam dos compostos obtidos pelo tratamento do lixo.
RESULTADOS:

A legislação determina os parâmetros limites para a umidade dos fertilizantes orgânicos, porém, não faz referência ao método de determinação dessa umidade. Para calcular a umidade do pré-composto, foram utilizados os seguintes materiais: Balança de precisão; Lâmpada incandescente que em nosso caso fará o papel de estufa; Bandeja de 600 g; Amostra de 400 g do pré-composto. A umidade natural é a porcentagem de água contida no fertilizante no momento da venda ao agricultor. A amostra do pré-composto é colocada em uma bandeja tarada, pesada e levada à estufa, permanecendo por uma noite ou no mínimo 16 horas. A bandeja após sair da estufa é deixada para esfriar ao ar ambiente, sendo pesada em seguida. Após perder toda água a massa da amostra se estabiliza, esta diferença entre a massa inicial da amostra e a final à umidade do material. Inicialmente foram pesadas 400 gramas do pré-composto descontando-se a tara de 600gramas da bandeja. O pré-composto foi deixado sob a ação da lâmpada incandescente e no dia seguinte a amostra foi novamente pesada. Para garantir que já havia se passado o tempo necessário, a amostra foi pesada várias vezes, permanecendo com a massa constante. No dia seguinte a amostra foi novamente pesada e a massa encontrada foi de 344 gramas. A umidade da amostra é dada pela Expressão 1, para o cálculo do pré-composto 1, sendo U% é a umidade percentual do composto; p é o peso da amostra ao natural e  p1 é o peso da amostra seca.

 

U% = 100.(p-p1) = 100.(400-344)=14%                                                 (1)

              p                     400

 

CONCLUSÕES:
Observou-se que a umidade deve ser inferior a 42% no peneiramento do pré-composto, para não haver adesão do material nas aberturas da peneira (com peneira de 4,6 mm a quantidade de rejeito obtida foi de 30% e com peneira de 8 mm obteve-se 17% de rejeito). A soma do material mais fino, retido nas peneiras de 4,76 e 2,35 mm foi igual a 92,9% do total, enquanto que o material de granulometria média, retido na peneira de 6,35 mm foi de 1,7%. Na determinação do diâmetro médio representativo, ou tamanho médio representativo do grânulo, ou seja, a dimensão média da granulometria da amostra do peneirado é de apenas 2,469 mm. Como resultado da compostagem são gerados dois importantes componentes: sais minerais, contendo nutrientes para as raízes das plantas e húmus, como condicionador e melhorador das propriedades físicas, físico-químicas e biológicas do solo, razão esta que a matéria orgânica humificada é considerada apenas como condicionadora do solo, relegando seu importante valor como fornecedora de elementos essenciais à vida vegetal. Nesta pesquisa foi possível acompanhar, problemas sociais causados pela ocupação urbana desordenada e situações de risco ambiental. Torna-se ainda mais evidente a necessidade do desenvolvimento de alternativas viáveis, como a compostagem de resíduos sólidos para amenizar a degradação do meio ambiente. A empresa Limpurb, subordinada a PMSP é um grande exemplo de que esta alternativa é possível e através de seu produto – o composto orgânico – extraído da compostagem acelerada, contribui significativamente para a recuperação do Meio Ambiente. O processo de compostagem é um processo viável e a qualidade do composto produzido a partir de resíduos sólidos é boa.
 
Palavras-chave: compostagem; resíduos; usina.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006