Com a escassez dos recursos naturais proporcionados pela necessidade urbanística e de expansão agrícola gerada pelo homem, tornou-se importante a reconstituição destas áreas afetadas com o propósito de promover a biodiversidade e acelerar a sucessão ecológica. A reabilitação de terras e sua revegetação são medidas que podem reverter a tendência de degradação de áreas, no entanto, tais atividades requerem uma compreensão do funcionamento do ecossistema e das medidas para manejar o processo de sucessão ecológica, agilizando o processo de recuperação.

O experimento foi instalado em área de proteção ambiental da Bacia do rio Irai (25º 24’ 15’’S, 49º 08’ 38’’ W, 890m de altitude), clima Cfb segundo classificação de KOEPPEN com área de 0,4ha, a área abrange parte dos municípios de Colombo, Pinhais, Piraquara, Quatro Barras e Campina Grande do Sul. A lei estadual n.^o 2.200/00 estabeleceu um zoneamento ecológico-econômico para a APA (Área de Preservação Ambiental). O reservatório nele localizado é responsável por 20% do abastecimento de água na Região Metropolitana de Curitiba. O plantio foi realizado em setembro de 2003 com base em critérios ecológicos, espaçamento de 1.0m x 1.5m, coveamento de 40cm de profundidade para a recepção das mudas, em função da compactação do solo, a área foi submetida à subsolagem na profundidade de 45cm e as mudas distribuídas aleatoriamente. Aos dezoito meses de implantação foi realizado a primeira intervenção cultural, por capina nas linhas e roçadas nas entre linhas.

Os resultados foram coletados com as plantas de dois anos idade,

através de paquímetro para a medição do diâmetro e a trena para a altura.

realizando-se também análise de sobrevivência das plantas.

Os resultados médios obtidos foram: Ilex paraguariensis St. Hill. - erva-mate: das 52 mudas inicialmente plantadas sobreviveram 39, ou seja, com mortalidade de 13 mudas, a média do diâmetro foi de 10,22 mm, desvio ± 3,54 mm, altura média de 27,33cm e desvio ± 12,98 cm; Schinus terebinthifolius – aroeira pimenteira: 98 mudas mortas das 356 implantadas, média do diâmetro de 13,26 mm e desvio ± 4,16 mm, altura média 44,08 cm, desvio ± 27,95 cm; Lithraea brasiliensis – bugreiro: de 56 mudas iniciais morreram 9, média do diâmetro 8,88 mm e desvio ± 2.61 mm, altura média de 43,14 cm, desvio ± 18,55 cm.

Observou-se que a mortalidade ficou em torno de ¼ desde o início do plantio, no entanto, a Lithraea brasiliensis apresentou maior sobrevivência que as demais, talvez pelo fato de ser uma espécie arbustiva. Quanto ao diâmetro e altura as três espécies estudadas tiveram um crescimento considerado adequado ao ambiente implantado, em comparação a outros trabalhos publicados com o mesmo propósito e contexto ambiental.

Deve-se considerar que o solo no qual as espécies foram implantadas não recebeu correção de pH do solo e nem adubação.

Cabe lembrar que o sucesso do trabalho, bem como qualquer recuperação ambiental não fica restrito apenas a classe científica e sim à uma conscientização social aliada a poderes governamentais para dar apoio à preservação e manutenção da recuperação ambiental.

Os valores atestaram a capacidade de estabelecimento da espécie ao contexto estudado.

O processo de nucleação mostrou-se eficaz com a implantação das espécies escolhidas, pois tem-se à expectativa de serem atrativas a fauna.