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D. Ciências da Saúde - 6. Nutrição - 1. Bioquímica da Nutrição

EFEITO DA CAFEÍNA (CAF), POR VIA INTRAPERITONEAL (I.P.), NO COMPORTAMENTO DE RATOS SUBMETIDOS AO NADO FORÇADO.

Rafaella Cristina Dimbarre de Miranda  1
Jaqueline Minatti  1
Gerson Luis Faccin  1
Elisabeth Wazlawik  1
Raquel Maria Teixeira  2
(1. Departamento de Nutrição / CCS-UFSC; 2. Departamento de Análises Clínicas /CCS- UFSC)
INTRODUÇÃO:

A cafeína (1,3,7 – trimetilxantina) é um composto orgânico nitrogenado do grupo dos alcalóides. Trata-se de um estimulante psicomotor que provoca melhora no desempenho físico, diminuição da fadiga, aumento das atividades sensoriais e incitação do estado de alerta. Todavia, se administrada em doses excessivas, ocasiona efeitos negativos como a ansiedade, irritabilidade e nervosismo. O modelo do nado tem sido usado para avaliar a imobilidade de animais experimentais, como por exemplo, para testar antidepressivos padrões. Este estudo avaliou o efeito de algumas doses de cafeína frente às alterações comportamentais de ratos submetidos ao teste do nado forçado. A imipramina foi utilizada como um comparativo para a cafeína, devido a sua propriedade antidepressiva.

METODOLOGIA:

Foram utilizados ratos da linhagem Wistar, machos (n=91, 9–11 por grupo), de aproximadamente dois meses de idade e 200g de peso; agrupados em: controle (CON); imipramina (IMIP) 15mg/kg; e CAF nas doses de 3,75; 7,5; 15 e 30 mg/kg. Os animais foram tratados 30 min antes por via I.P. e submetidos ao nado forçado por dois dias. No dia 1 (1) foi realizado um pré-teste com duração de 15 min onde, observou-se o comportamento (imobilidade) do animal durante 6 min, sendo registrados os últimos 5, e o teste, no dia 2 (2), teve a duração de 6 min sendo observados os 5 min finais. A imipramina do pré-teste foi administrada (via I.P.) imediatamente após, e no teste, 30 min antes do nado. Considerou-se imobilidade quando o rato exerceu o mínimo de movimentos necessários para manter-se flutuante, sendo registrada em segundos. A temperatura da água foi mantida em 26 ± 2°C, sendo os ratos avaliados em recipientes cilíndricos individuais (altura: 46cm; diâmetro: 20cm), com nível de água de 30cm. Os valores de P<0,05 (ANOVA + Newman Keuls), foram considerados significantes.

RESULTADOS:

Verificou-se significante diminuição do tempo de imobilidade nos animais tratados com a dose de 3,75mg/kg apenas no dia 2 e, com as demais doses de cafeína, em ambos os dias, quando comparados ao controle. Os ratos tratados com as doses de 7,5; 15 e 30mg/kg de CAF no dia 2 apresentaram menor imobilidade do que os tratados com 15mg/kg de imipramina no mesmo dia. No dia 1, a dose de 30 mg/kg de CAF apresentou uma tendência ao aumento do tempo de imobilidade. A média e o respectivo erro padrão nos diferentes grupos foi de: CON 1: 36±9,2; CON 2: 37,8±7,0; IMIP 1: 91,1±13,2; IMIP 2: 20,6±4,4; CAF 3,75mg/Kg 1: 29,3±5,9; CAF 3,75mg/Kg 2: 13,1±3,1; CAF 7,5mg/Kg 1: 14,4±2,0; CAF 7,5mg/Kg 2: 2,3±0,4; CAF 15mg/Kg 1: 12,7±2,3; CAF 15mg/Kg 2: 3,4±0,9; CAF 30mg/Kg 1: 20,0±1,6; CAF 30mg/Kg 2: 3,4±0,7.

CONCLUSÕES:

Os resultados apresentados confirmam as propriedades psicoestimulantes da cafeína, no modelo do nado, os ratos tratados com as doses de 7,5; 15 e 30mg/kg apresentaram uma diminuição no tempo de imobilidade, em relação aos que receberam imipramina.

Instituição de fomento: UFSC e CNPQ
Trabalho de Iniciação Científica  
Palavras-chave: cafeína; imobilidade; nado forçado.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006