As leishmanioses são doenças infecto-parasitárias causadas por várias espécies de protozoários do gênero Leishmania. Estes parasitos transmitidos através da picada de insetos fêmeas de dípteros da subfamília Phlebotominae acometem o homem e diversas espécies de animais silvestres e domésticos no Velho e Novo Mundo (GONTIJO & CARVALHO, 2003). A doença apresenta uma grande diversidade de manifestações clínicas, como comprometimento cutâneo, mucocutâneo e visceral e com diferenças marcantes na gravidade e impacto sobre a saúde (PASSOS, 1998). Estima-se em cerca de 12 milhões o número indivíduos infectados, com uma incidência anual de 400 a 600 mil casos, e em 350 milhões o número de pessoas que vivem em áreas de risco de transmissão em 88 diferentes países (KLAUS et al., 1999). No Brasil a doença é endêmica em todos os estados com uma incidência anual entre 35 a 40 mil casos (MACHADO, 2004). A terapia convencional conta com múltiplas injeções parenterais com antimoniais pentavalentes que são considerados tóxicos e propensos a induzir resistência. A pesquisa de novos agentes quimioterápicos para o tratamento desta enfermidade ainda é limitada, apesar de ser uma necessidade urgente. Objetivo: Avaliar a atividade leishmanicida in vitro de 13 chalconas derivadas da 2,4,6-trimetoxiacetofenona.

Foram utilizadas formas promastigotas de cultura de Leishmania braziliensis (cepa 2904). Os ensaios foram realizados em triplicata, em placas de 96 orifícios, incubando-se 20mL dos compostos em diferentes concentrações (500 a 1uM) com 180 uL de parasitos de cultura (5x106 células/mL). As placas foram mantidas por 72h a 27°C e a atividade determinada através de contagem em câmara de Neubauer. Como controles foram utilizados: anfotericina B (10ug/mL) e DMSO 1% (veículo). Os compostos que apresentaram inibição dos parasitos tiveram sua citotoxicidade avaliada pelo método do MTT utilizando-se células Vero. Estes ensaios foram realizados em triplicata.

Dentre os 13 compostos testados, 7 foram ativos (CI50 variando de 3,94 a 29,77 uM) contra as formas promastigotas. Todos os compostos ativos apresentaram baixa citotoxicidade para células Vero (CC50>106,07 uM).

Os resultados mostram uma expressiva atividade leishmanicida in vitro, e apontam para a necessidade de avaliar estes compostos contra as formas amastigotas de L. braziliensis, bem como, elucidar seu mecanismo de ação.

Instituição de fomento: CNPQ, UFSC

Trabalho de Iniciação Científica