Com as orientações das Diretrizes Curriculares Nacionais, fundamenta-se a relação e aproximação das disciplinas, pois o conhecimento é único. Quando se leciona Geografia, junto com saberes geográficos específicos, pode-se trabalhar conteúdos de História, Literatura, Filosofia, Biologia, Química e tantos outros, pois estão contidos no espaço geográficos, objetos de estudo desta disciplina.

            A interdisciplinaridade é competência importante dentro da Metodologia para o desempenho da transmissão do conhecimento, esse fato é fortemente evidenciado nas Ciências Geográficas, encontra-se vinculado à sua contribuição e o fornecimento de subsídios para outras áreas de conhecimento.

            A Geografia Física visa compreender o desenvolvimento dos fenômenos físicos e naturais fornecendo, elementos para o entendimento da base material da ação antrópica. É por isso, a necessidade dos métodos que aplicam a interdisciplinaridade para o ensino da Geografia visando facilitar o trabalho do professor e o desempenho do aluno.

            Visualizar a utilização dos materiais geográficos e não geográficos acessíveis, avaliar linguagem simplificada do professor e riquezas de propostas educativas, dentro desse contexto a inserção da interdisciplinaridade e verificação do modo como é transmitido o conhecimento, foram “papéis” significativos no desenvolvimento da pesquisa.

            Os materiais encontrados no colégio foram: Retroprojetor, mapas, aparelho de TV, de VHS e DVD, que na maioria das vezes é disponibilizado para outros professores, é utilizado unicamente apostilas, e o recurso disponível para os professores da disciplina a fim de ampliar seus conhecimentos é o Dicionário Geológico Geomorfológico, de Antônio Teixeira Guerra, que os alunos não têm acesso e a biblioteca existente possui poucos livros de Geografia. Dessa forma, os utensílios de trabalho do professor de Geografia são defasados e escassos.

            O professor possui um estilo descontraído em sala de aula que incentiva e cativa a turma, entende que o ensino é dinâmico e interdisciplinar, e que a Geografia requer uma atualização constante. A aula visualizada pelos pesquisadores foi de Hidrogeografia, onde o mestre relacionou a realidade dos alunos com temas desconhecidos por eles, visando a máxima compreensão.

            O saldo das entrevistas realizadas com professor e alunos confirmou a suspeita dos pesquisadores, pois a insatisfação do docente é visível, assim como sua admirável preparação. Com os discentes o resultado foi:

            73,3% dos alunos entrevistados responderam não gostar da Ciência Geográfica, ressaltando a Geografia Física;

            13,3% afirmaram não saber o que é, nem o que aborda;

            13,3% expressaram que gosta e se interessa muito em conhecê-la cada vez mais.

            Os alunos deixaram bem claro que a falta de interesse deles não tinha nenhuma relação com o colégio.

           O estudo de metodologias e suas interações, sem dúvida, são de grande valor para entender o período de mudanças, inquietações e crises. Assim, as dificuldades de aprendizagem dependem, principalmente, do professor e dos métodos utilizados, a fim de solucionarem os problemas.

            Observou-se que vários métodos podem ser aplicados em sala de aula para facilitar o ensino do conteúdo físico-natural da ciência em estudo, mas em algumas instituições, essas metodologias não são utilizadas, ou por despreparo do professor, ou pela falta do material necessário, destacando esta última categoria ao colégio analisado. Sabe-se que a maior parte do menosprezo do aluno em relação aos assuntos geográficos, deve-se à dificuldade de relacionar o teórico com o prático, destacando-se aí a capacidade do professor usar de sua competência e interdisciplinaridade para facilitar aos alunos, através das mesmas à aprendizagem.

            Um dos princípios básicos da Geografia, a analogia, por várias vezes tem de ser utilizada, integrada com outras disciplinas, tornando a construção do saber mais acessível, mas devido às precariedades encontradas em campo, é difícil manter uma relação de professor-aluno, devido à opção da grande maioria das escolas da rede particular de ensino serem essencialmente quantitativas, visando apenas o lucro, e isso faz com que o papel do professor seja incompleto, ocorrendo uma repulsão do alunado com a Ciência, que ainda hoje é tida por muitos como decorativa.