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B. Engenharias - 1. Engenharia - 3. Engenharia Civil

IDENTIFICAÇÃO DE RISCOS ERGONÔMICOS: ESTUDO DE CASO EM OBRAS DE CONSTRUÇÃO CIVIL NA UFRN

Iara Cristianny de Brito B. A. Pereira  1
João Igor de Freitas Rodrigues  1
Renata de Melo Mendonça  1
Ricardo Barros de Mendonça Filho  1
(1. Depto. de Engenharia Civil, UFRN)
INTRODUÇÃO:

Os riscos ergonômicos estão cada vez mais presentes nos postos de trabalho da indústria da construção civil. A ergonomia adapta as condições de trabalho às características psicofisiológicas do homem, procurando evitar vários tipos de acidentes de trabalho, especialmente as doenças profissionais. O presente trabalho se propõe a fazer uma, identificação de riscos ergonômicos em duas obras (Construção do bloco A1- Setor de aulas teóricas IV e Construção do bloco H-Setor de aulas teóricas III), localizadas no Campus Central da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), as quais estão sendo supervisionadas pela Superintendência de Infra-Estrutura (SIN), proporcionando uma avaliação desses riscos.

METODOLOGIA:

Esse estudo foi baseado em visitas e no acompanhamento de duas obras existentes na UFRN, nos setores III e IV, durante o horário de expediente (de segunda a sexta-feira, de 7h às 17h). Essas visitas de fiscalização foram feitas por dois estagiários das obras e estudantes do curso de Engenharia Civil da UFRN, nas quais foram analisados os riscos ergonômicos a que estão sujeitos os 60 (sessenta) trabalhadores dessas obras. A faixa etária desses trabalhadores varia entre 18 e 59 anos. A análise foi realizada observando-se os funcionários em seus respectivos postos de trabalho, demonstrando através de fotos os riscos ergonômicos existentes, os quais são ocasionados pela desinformação e ausência de treinamento sobre esse tipo de risco.  

RESULTADOS:

Foram constatados problemas tais como: 1) levantamento de peso, onde os ajudantes e serventes de pedreiro não recebem treinamentos nem instruções satisfatórias quanto aos métodos de trabalho que deverão utilizar, ocasionando tensões e dores em algumas partes do corpo; 2) mobiliário inadequado no escritório e almoxarifado, o qual não é planejado nem adaptado para atender o nível de conforto mínimo estabelecido pela Norma Regulamentadora Nº17 - Ergonomia, causando dores especialmente na região lombar; 3) postura inadequada, onde a maioria dos trabalhadores (ajudantes, serventes, pedreiros, carpinteiros, armadores, eletricista, mestre, engenheiro e estagiários) se mantém em postura inconveniente em seus postos de trabalho, como exemplo disso pode-se citar o caso dos ajudantes que se curvam para obter em mãos os sacos de cimento, havendo a falta de inclinação das pernas, o que acarreta, além de fortes dores nas costas, esforços repetitivos; 4) condições de estresse, onde o nível de ruído ocasionado pela serra elétrica pode causar estresse físico, assim como a falta de pagamentos salariais ocasiona estresse psicológico; 5) ventilação insuficiente, onde as condições ambientais de trabalho no escritório e almoxarifado não estavam de acordo com as Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho e Emprego.

CONCLUSÕES:

Avaliando a ergonomia nas obras dos novos blocos de sala de aula dos setores III e IV da UFRN constatou-se que a postura inadequada é um fator de riscos ergonômicos grande importância que merece ser reavaliado com o objetivo de diminuir os problemas de coluna e de resistência física. Também deve-se dar importância para a quantidade de peso carregado pelos ajudantes e serventes, para não ocorrer fadiga muscular devido a grandes esforços. Esses tópicos são de maior importância porque eles estavam presentes em todas as etapas das obras e na rotina da maior parte dos trabalhadores.

 
Palavras-chave: Riscos Ergonômicos; Construção Civil ; Treinamento.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006