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E. Ciências Agrárias - 3. Recursos Florestais e Engenharia Florestal - 2. Manejo Florestal
CRESCIMENTO DE ESPÉCIES FLORESTAIS NATIVAS E EXÓTICAS COM FINS ENERGÉTICOS  PARA A REGIÃO DO PÓLO GESSEIRO DE PERNAMBUCO
Tarcísio Pio Pontes Neto  1
Fernando Henrique de Lima Gadelha 2
José Antônio Aleixo da Silva 3
Rinaldo Luiz Caraciolo Ferreira 3
Isabelle Maria Jacqueline Meunier 4
(1. Graduando em Engenharia Florestal / Bolsista PET/MEC/SESu/UFRPE; 2. Graduando em Engenharia Florestal / Bolsista PIBIC/CNPq/UFRPE; 3. Prof° Dr° do Departamento de Ciência Florestal / UFRPE; 4. Prof° MSc° do Departamento de Ciência Florestal / UFRPE)
INTRODUÇÃO:
A região do Pólo Gesseiro do Araripe é um dos maiores destaques da economia do estado de Pernambuco. É responsável pela produção de 95% do gesso fabricado no Brasil utilizando 1,5 milhão de metros cúbicos de lenha por ano. A biomassa florestal foi a principal fonte de energia primária no Brasil por mais de 450 anos. A exploração indiscriminada da vegetação da caatinga vem causando sérios impactos ao bioma. Uma análise da evolução do balanço energético nacional demonstrou que no Brasil, o percentual da biomassa florestal (lenha) usado como energético vem decrescendo constantemente nos últimos 50 anos, entretanto o montante utilizado nos últimos 10 anos vem mantendo-se relativamente estável, entre 240 e 260 milhões de metros cúbicos anuais. O consumo de energéticos florestais para Pernambuco foi estimado para 1991 em 12.117.151 st/ano, sendo os setores domiciliar e industrial/ comercial responsáveis, respectivamente, por 73,5% e 26,5% deste consumo.  Tal utilização da biomassa vegetal da caatinga torna preeminente o estudo da introdução de novas espécies para tais fins. O trabalho teve como objetivo avaliar o desenvolvimento das espécies através do crescimento em altura e da sobrevivência.
METODOLOGIA:
A pesquisa foi realizada no Campo Experimental do Araripe, pertencente à Empresa Pernambucana de Pesquisa Agropecuária – IPA, localizada no município de Araripina e distante 18 km da sede do município. Possui como coordenadas geográficas 07º 29’ 00’’ S e 40º 36’ 00’’ W e altitude de 816 m. Apresenta um clima DdB’4a’ semi-árido mesotérmico. A precipitação média anual é de aproximadamente 700 mm, concentrando-se entre os meses de dezembro a março,  onde ocorrem mais de 70% do total anual, ficando os demais meses com o restante das chuvas, o que provoca deficiências hídricas que se acumulam a partir do mês de maio até o mês de janeiro, quando esta é mínima, sendo anulada nos meses de fevereiro a abril onde surge um pequeno excesso. O preparo da área para a instalação do experimento foi efetuado no mês de janeiro de 2002, e o plantio das mudas foi realizado no início do mês de março do mesmo ano. Foram feitas covas de dimensões de 30x20x20 cm com espaçamento de 3x2 m. Para realizar analises estatísticas o experimento foi feito com três repetições dos 5 tratamentos de Prosopis juliflora, Tabebuia serratifolia, Amburana cearensis, Senna siamea e Leucaena leucocephala. A parcela experimental foi instalada com dimensões de 14x21 m, totalizando 49 plantas, sendo deste total 25 úteis. As mudas  foram provenientes do viveiro florestal do IBAMA no Crato, CE. Foram mensuradas CAP (circunferência na altura do peito), quando possível e altura das plantas, na idade de 42 meses.
RESULTADOS:

As análises estatísticas indicaram que para a variável altura, a S. siamea diferiu das demais e apresentou uma altura média de 5,3 m, seguida da L. leucocephala com 4,3 m. O mesmo comportamento foi observado quando a variável considerada foi a CAP. Com relação a sobrevivência a P. juliflora e L. leucocephala  foram as que apresentaram mais altos índices, aproximadamente 99%. Em todas as variáveis estudadas a A. cearensis foi a apresentou desempenho inferior as demais, mas é justificável, pois esta não ocorre naturalmente na Chapada do Araripe.

CONCLUSÕES:

Dentre as espécies exóticas e nativas testadas a S. siamea e L. leucocephala se sobressaíram sobre as demais em termos de altura, CAP e sobrevivência, sendo por tanto consideradas como espécies com potenciais fins energéticos para o referido pólo gesseiro de Pernambuco.

Instituição de fomento: Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA e Empresa Pernambucana de Pesquisa Agropecuária
Trabalho de Iniciação Científica  
Palavras-chave: Nativas; Exóticas; Gesseiro.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006