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D. Ciências da Saúde - 5. Farmácia - 4. Farmacotecnia

PREPARAÇÃO E AVALIAÇÃO DA ESTABILIDADE E SOLUBILIDADE DE CAPTOPRIL   EM DISPERSÃO SÓLIDA COM POLIETILENOGLICOL 6000

Carolina Ribeiro Camerin  1
Aline Borelli Alonso 1
Caroline Okuda Harada  1
Fernanda Pasin Foltran 1
Marco Vinícius Chaud  2
(1. Graduanda, Faculdade de Farmácia,Universidade Metodista de Piracicaba (UNIMEP); 2. Prof. Dr., Faculdade de Farmácia, Universidade Metodista de Piracicaba (UNIMEP))
INTRODUÇÃO:

Estabilidade e solubilidade de fármacos podem ser descritas como alguns dos freqüentes obstáculos no que se refere ao desenvolvimento de novos medica-mentos ou no emprego de formas farmacêuticas de liberação modificada. As condições para superar essas dificuldades, sem o uso de adjuvantes farmaco-técnicos, podem ser encontradas na modificação molecular com obtenção de pró-fármacos ou alterando as propriedades do estado sólido através das disper-sões sólidas do fármaco com auxílio de carreadores multifuncionais.

Dispersão sólida (DS) consiste em dispersar um ou mais componentes ativos em um carreador inerte no estado sólido com a finalidade de alterar as proprie-dades do estado sólido, aumentar a taxa de dissolução, melhorar o coeficiente de solubilidade e a estabilidade de fármacos.

O objetivo deste trabalho foi preparar DS contendo Captopril (CAP) e avaliar a influência dos meios e processos de preparação das dispersões sólidas na solubilidade e estabilidade do CAP.

Particularmente relevante para esse fármaco é a possibilidade de alterar quatro aspectos importantes relacionados com a biodisponibilidade do mesmo: a esta-bilidade, a solubilidade em água, a taxa de dissolução e a permeabilidade atra-vés do trato gastrintestinal. O CAP é facilmente oxidado em meio aquoso, o que tem justificado a sua apresentação apenas na forma farmacêutica sólida.

A tecnologia das DS pode ser uma possibilidade de minimizar este fator de de-gradação e viabilizar uma forma farmacêutica líquida para administração oral.

 

METODOLOGIA:

As DS contendo CAP foram preparadas pelo método de dissolução, seguindo de co-precipitação. O Polietilenoglicol 6000 (PEG) foi utilizado como carreador. A proporção de ambos foi de 2:1 respectivamente CAP:PEG. Ambas as substâncias foram separadamente dissolvidas em quantidade suficiente de etanol e misturadas. O etanol foi eliminado por evaporação a baixa pressão e temperatura de 45°C ± 2°C e a DS obtida por co-precipitação e mantido em dessecador com umidade controlada (18,8% UR) até peso constante. Para avaliar a interferência do PEG e da técnica empregada para a obtenção das DS, uma mistura física (MF) de CAP e PEG foi preparada na mesma proporção.

A solubilidade do CAP foi avaliada em água, HCl 0,1N, TC-199 e tampão fosfato a pH 7,4. A concentração final de CAP foi de 1,5g/%, o que corresponde à concentração de uma solução saturada. A quantidade de CAP dissolvido foi determinada após 10 minutos por espectroscopia U.V. (l=210nm).

Para avaliar a taxa de oxidação, uma solução aquosa de CAP na concentração de 4mg/ml foi preparada mantida sob agitação em condições ambientes por 120 minutos. Alíquotas de 5,0ml foram retiradas, nos tempos 5, 10, 30, 60, 90 e 120 minutos, sendo o mesmo volume reposto com água destilada. A concentração de CAP foi determinada por espectroscopia U.V. (l=210nm). O mesmo procedimento foi adotado para as amostras de DS e MF.

RESULTADOS:

Ao final de 10 minutos a solubilidade aquosa do CAP nas DS, MF foram respectivamente 3,49mg/ml e 3,53mg/ml, em HCl 0,1N as solubilidades foram 39,035mg/ml e 4,26mg/ml, em tampão fosfato 1,79mg/ml; 22,61mg/ml e em TC-199 2,38mg/ml e 1,86mg/ml.

A oxidação do CAP foi significativa após 30 minutos. Neste tempo a taxa de oxidação da DS, da MF e do CAP livre foi respectivamente  de  23,75%,33,0% e 37,75%.

CONCLUSÕES:

A menor solubilidade do CAP na DS quando comparado a MF pode estar relacionada  a uma interação entre as moléculas do CAP e do PEG, restringindo a liberação do CAP para o meio de dissolução. Esta hipótese deve ser confirmada através de espectroscopia infra-vermelha (IV).

A menor taxa de oxidação deve-se provavelmente à proteção molecular do carreador. Este fato pode ser atribuído a uma interação entre as moléculas do CAP e do PEG. Contudo, a deve ser confirmada através de espectroscopia IV.

Trabalho de Iniciação Científica  
Palavras-chave: Dispersão sólida; Captopril; Oxidação.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006