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D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 1. Epidemiologia

PREVALÊNCIA DA INFECÇÃO CHAGÁSICA ENTRE DOADORES DE SANGUE DE HEMOCENTROS DA GRANDE FLORIANÓPOLIS E JOAÇABA, ESTADO DE SANTA CATARINA, BRASIL.

Alcides Milton da Silva 1
Emil Kupek 1
Mário Steindel 1
José Maria Soares Barata 2
(1. Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC; 2. Faculdade de Saúde Pública - FSP, Universidade de São Paulo - USP)
INTRODUÇÃO:
A tripanossomíase americana constitui problema de saúde pública em áreas consideradas endêmicas e não endêmicas da América Latina. O Estado de Santa Catarina, não endêmico, recebeu nas últimas décadas elevado contingente de doadores de sangue naturais de áreas endêmicas que o expõe aos riscos da transmissão da enfermidade chagásica. Tem como objetivo estimar a prevalência da infecção por Trypanosoma cruzi entre doadores de sangue e estudar sua distribuição segundo a variável naturalidade, idade, sexo, estado civil e ocupação nas Unidades Hemoterápicas das Regiões da Grande Florianópolis e Joaçaba, Estado de Santa Catarina.
METODOLOGIA:
O estudo tem como modelo estatístico uma coorte histórica retrospectiva, de 159.829 doadores de sangue que realizaram doações em 3 Unidades Hemoterápicas do Estado de Santa Catarina, no período de 1990 a 1999. Para identificar a prevalência à infecção pelo T.cruzi em doadores, foram empregados os métodos sorológicos de ELISA, Hemaglutinação Indireta - HAI e Imunofluorescência Indireta - IFI, nos serviços de hemoterapia do Hemocentro Regional de Florianópolis – HRF e Serviço de Hemoterapia do Hospital Universitário – SHHU/UFSC, da Região da Grande Florianópolis e Hemocentro Regional de Joaçaba na Região de Joaçaba. No estudo de prevalência foram realizadas a análise descritiva de variáveis com distribuição de freqüências segundo a naturalidade, faixa etária, sexo, estado civil e ocupação.
RESULTADOS:

Entre 204.025 doações efetuadas, foram encontrados 294 casos de infecção por T. cruzi, observando-se uma prevalência de 150,53/100.000 primodoadores e 170,47/100.000 doadores de repetição na Grande Florianópolis; 171,69/100.000 primodoadores e 0/100.000 em doadores de repetição em Joaçaba, e de 151,93/100.000 primodoadores e 136,88/100.000 doadores de repetição no conjunto das 3 Unidades Hemoterápicas estudadas no Estado de Santa Catarina.

CONCLUSÕES:
Os resultados mostram uma taxa de infecção pelo T. cruzi de 0,15% entre os candidatos a doação de sangue nos hemocentros estudados com predomínio na faixa etária de 21-30 anos, casados, com ocupação de pouca escolaridade e que cerca de 60% são naturais do Estado de Santa Catarina. Estas informações sugeriram a necessidade do desenvolvimento de ações relativas à investigação epidemiológica desses casos.
Instituição de fomento: CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
 
Palavras-chave: Doença de Chagas; Prevalência; Doadores de sangue.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006