Na Fisioterapia, os exercícios de alongamento são usados para corrigir e prevenir desvios posturais, tendo como efeito imediato o aumento da amplitude de movimento pelo decréscimo da viscoelasticidade e após um período de treinamento há um aumento do número de sarcômeros em série, aumentando  o comprimento do músculo. Entre os métodos existentes, destacam-se dois: a Reeducação Postural Global (RPG) que promove o alongamento global das cadeias musculares num longo espaço de tempo aliado a esforço físico excêntrico, e outro segmentar que alonga grupos musculares específicos por um período curto de tempo de maneira passiva. O objetivo deste trabalho foi verificar a eficácia de exercícios de alongamento muscular segmentar na recuperação funcional de indivíduos com disfunção fêmoro-patelar.

Foram avaliados 10 indivíduos sedentários do gênero feminino com sinais de disfunção fêmoro-patelar,  média de idade e desvio padrão 22,60 (3,03) anos , peso 63,43 (11,64) Kg e altura 1,53 (0,06) cm. O joelho direito acometeu 60% da amostra. A dor foi avaliada com a Escala Analógica de Dor (EVA) antes e após cada sessão de tratamento. Antes e após o alongamento avaliou-se a flexibilidade pelo teste 3º dedo-solo, amplitude de movimento da extensão da perna e ângulo Q com goniômetro e capacidade funcional pelas escalas de Lysholm e de Avaliação para articulação fêmoro-patelar. A avaliação eletromiográfica dos músculos vasto medial (VM) vasto lateral (VL)  e bíceps femoral (BF) e gastrocnêmio (GT)  porção lateral foi realizada durante contrações isométricas de flexão e extensão da perna. O alongamento dos músculos isquiotibiais e gastrocnêmios foi realizado duas vezes por semana durante dois meses. Toda a análise estatística foi realizada com 5% de significância e como os dados apresentavam grande variação (desvio padrão alto em relação às médias), optou-se pela realização do teste não paramétrico de Wilcoxon, com o objetivo de comparar os valores das variáveis antes e após o tratamento.

Os dados obtidos mostram que houve diferença estatisticamente significante entre os dados obtidos antes e após o tratamento para a escala de contagem de Lysholm (p=0,005), escala de avaliação para a articulação fêmoro-patelar (p=0,008), encurtamento dos músculos isquiotibiais (p=0,008), ângulo Q (p=0,017) e atividade EMG do músculo VL (p=0,005). Por outro lado, não houve diferença estatisticamente significante na intensidade da dor medida pela EVA e atividade EMG dos músculos VM, BF e GT.