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F. Ciências Sociais Aplicadas - 11. Educação Física e Esportes - 1. Educação Física e Esportes

ATIVIDADE FÍSICA, SAÚDE E ESTILO DE VIDA: INTERFACES DO ENVELHECIMENTO.

Ana Emanuela Albino Cananéa 1
Jozilma de Medeiros Gonzaga 1
(1. Departamento de Educação Física da Universidade Estadual da Paraíba /DEF UEPB)
INTRODUÇÃO:
Atualmente o caráter das investigações envolvendo idosos guarda uma relação direta com os aspectos de prevenção e aquisição de saúde. De acordo com muitos gerontologistas, o fundamental para o envelhecimento saudável é a atividade física regular, que ameniza os riscos de muitas doenças crônico-degenerativas e os problemas de saúde relacionados à inatividade física e a própria velhice como: doenças cardiovasculares, hipertensão, diabetes, osteoporose, arteriosclerose, dentre outras (NIEMAN, 2002). Em nível fisiológico, as alterações celulares e teciduais são evidentes aspectos relacionados à composição corporal, à alimentação, à flexibilidade e à agilidade. As mudanças que ocorrem durante o envelhecimento e que levam o indivíduo a uma diminuição de sua aptidão física darão uma maior amplitude negativa à qualidade de vida do idoso, quando associadas aos maus hábitos alimentares (SENA, 2002). Para a promoção de saúde do idoso, busca-se a cada dia desenvolver-se programas interdisciplinares e permanentes, visando-se desta forma retardar o processo natural de envelhecimento. O objetivo desse estudo foi orientar a prática de atividades físicas junto à população idosa campinense, no sentido de propor e acompanhar a operacionalização de um programa que contribuísse com as possíveis alterações no estilo de vida dos envolvidos no projeto, além de realizar avaliações antropométricas e funcionais, para que os participantes tivessem suporte para o desenvolvimento das atividades propostas.
METODOLOGIA:

A pesquisa realizada é de caráter descritivo e exploratório, com idosos participantes do programa de extensão Universidade Aberta no Tempo Livre, da Universidade Estadual da Paraíba, na cidade de Campina Grande - PB. A amostra foi constituída por 41 idosos, de predominância feminina. Os instrumentos de coleta de dados consistiram em anamneses (identificação de história pessoal e familiar de doenças crônico-degenerativas e uso de medicamentos) e em avaliações antropométricas e funcionais (Dobra Cutânea, Perímetros, Teste de Milha e Pressão Arterial). Após a coleta das anamneses, os idosos foram encaminhados para verificação das medidas antropométricas e funcionais. Para a determinação do Percentual de Gordura (%G) foi utilizado o protocolo de Pollock, baseado no somatório de três dobras cutâneas: tríceps, supra-ilíaca e coxa, para mulheres e peitoral, abdômen e coxa, para homens. As aferições das pressões arteriais foram realizadas antes e após o teste de milha e, após o percurso de 1.600m, verificava-se a freqüência cardíaca e o tempo gasto no percurso para o cálculo de VO2máx.Todos os procedimentos foram realizados diretamente junto aos sujeitos da pesquisa, mediante a autorização dos mesmos, e os dados coletados contribuíram significativamente para obtenção de uma estimativa quanto ao nível de atividades praticadas, uso de medicamentos, capacidade funcional, composição corporal e análise nutricional dos idosos estudados.

RESULTADOS:

A análise dos resultados permitiu verificar que 58,5% dos idosos fazem uso de medicamentos aliados à prática de atividade física e, destes, 14,6% acrescentam à caminhada outros tipos de exercícios físicos. Tal fato implicou resultados significativos para o teste de milha aplicado, onde 100% dos idosos apresentaram VO2máxacima de 27 ml/Kg/min, correspondendo a capacidades respiratórias boas e excelentes. Quanto à análise da composição corporal, a maior parte do grupo estudado encontrou-se acima dos limites dos padrões da normalidade para aquela faixa etária, onde 56,09% apresentaram classificações de percentual de gordura entre a média e ruim; e relação peso/altura com 85,3% de IMC elevados. Doenças como: Hipertensão Arterial (HA), Diabetes, Osteoporose, Angina, hipercolesterolemia foram identificadas. Dentre elas a HA apresentou maior índice de prevalência, onde a maior parte do grupo alegou manter o controle dos níveis de pressão arterial através da relação medicamento/caminhada. Foi preponderante a influência do fator genético sobre as patologias apresentadas, com um índice de 58,5%, entre os casos encontrados.

CONCLUSÕES:
Baseando-se nos resultados, verificou-se que as mudanças no processo de envelhecimento podem ser atribuídas a três fatores principais: genéticos, nutricionais e orgânicos. A orientação quanto à prescrição de exercícios implicou na conscientização do grupo quanto à adoção correta na prática de atividades, ao oferecer testes que avaliam suas capacidades físicas e funcionais, estabelecendo assim condições que dinamizam e contribuem para o aperfeiçoamento na aplicação dessa prática. Pôde-se ainda concluir que esses idosos devem receber uma atenção especializada de um nutricionista, face aos altos valores encontrados tanto do IMC quanto no percentual de gordura.
Instituição de fomento: Programa Institucional de Iniciação Científica - PROINCI/UEPB
Trabalho de Iniciação Científica  
Palavras-chave: Atividade Física; Processo de Envelhecimento; Capacidade Funcional.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006