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B. Engenharias - 1. Engenharia - 2. Engenharia Biomédica
ELETROESTIMULADOR TRANSCUTÂNEO PROGRAMÁVEL MICROCOMPUTADORIZADO PARA ELETRODIAGNÓSTICO DE EXCITAÇÃO E TRATAMENTOS
Sandy Gonzaga de Melo 1
José Felício da Silva 2
(1. Universidade Estadual da Paraíba, Departamento de Fisioterapia / UEPB; 2. Universidade Federal da Paraíba, Departamento de Engenharia Mecânica / UFPb)
INTRODUÇÃO:
O entendimento da eletroterapia como um conjunto de procedimentos científicos e de sua aplicabilidade terapêutica e diagnóstica, repousa, necessariamente, no conhecimento razoavelmente aprofundado dos princípios, das definições e das descrições dos diferentes tipos de correntes terapêuticas e das características de reação dos tecidos por elas excitáveis: os nervos e os músculos. Este trabalho foi desenvolvido com o propósito de se produzir um eletroestimulador transcutâneo computadorizado para diagnósticos e tratamentos em fisioterapia, com características especiais, capaz de suprir algumas das deficiências apontadas nos eletroestimuladores tradicionais existentes no mercado nacional, como também, capaz de contornar inconvenientes na metodologia de realização do eletrodiagnóstico de excitação convencional, praticado atualmente. O trabalho procurou, não só definir com clareza os parâmetros das correntes elétricas usadas durante o eletrodiagnóstico de excitação, mas também apresentar um processo computadorizado de produção automatizada dessas correntes, com a fixação precisa desses parâmetros, principalmente no que se refere ao controle das formas de ondas, freqüência dos pulsos, intensidade dos estímulos e protocolo de execução sistematizado.
METODOLOGIA:
A pesquisa foi desenvolvida em duas etapas distintas. Para a primeira etapa da pesquisa foi desenvolvido um eletroestimulador, controlado através de programa computacional. O eletroestimulador é composto basicamente de duas partes principais: um software gerenciador dos processos envolvidos; e um hardware comandado pelo programa, contendo o gerador e o amplificador das correntes elétricas necessárias. Durante a segunda etapa, foi desenvolvido e aplicado um protocolo de teste do aparelho, que constou basicamente da realização de eletrodiagnósticos de excitação em oito pacientes da clinica Escola de Fisioterapia da UEPB, por um profissional, sob a estrita supervisão do pesquisador, utilizando inicialmente um eletroestimulador tradicional e depois o eletroestimulador computadorizado. Os exames foram realizados ainda em dias diferentes, na tentativa de proporcionar aos pacientes envolvidos o repouso necessário à recuperação de possível desconforto inerente a esse tipo de procedimento.
RESULTADOS:
Observou-se inicialmente que o eletrodiagnóstico realizado com o auxílio do equipamento computadorizado foi concluído em um tempo 50% menor do que o executado com o eletroestimulador convencional. Os níveis de queixas de desconforto de estimulação, quando solicitado aos pacientes que avaliasse essa sensação subjetiva e atribuíssem um valor numa escala de 0 a 5, as pontuações atribuídas ao eletroestimulador computadorizado foram, normalmente, um ponto abaixo dos atribuídos ao outro equipamento convencional. Quanto aos dados coletados nos dois tipos de procedimentos diagnósticos, observou-se também que a média dos valores das reobases anotadas foram sensivelmente maiores naqueles exames realizados com o eletroestimulador convencional, porém os níveis de reações musculares às estimulações com os dois tipos de aparelhos e os diagnósticos formulados apresentaram resultados semelhantes, com discrepâncias pouco significativas.
CONCLUSÕES:
Pelos resultados apresentados conclui-se que o eletroestimulador desenvolvido apresentou como diferencial, em relação aos outros convencionais, as seguintes características: 1 – maior rapidez na realização dos procedimentos do exame; 2 – menor quantidade de corrente necessária à estimulação dos músculos, com maior conforto para o paciente (percepção da corrente ao nível da pele); 3 – maior precisão nos parâmetros das correntes (mais eficiência e segurança para o paciente); 4 – praticidade da inclusão de um controle remoto capaz de comandar todas as funções do aparelho em um só dispositivo portátil; 5 – interatividade das interfaces virtuais com o examinador (maior auxílio durante o diagnóstico e  tratamento).
 
Palavras-chave: Eletroterapia; Eletrodiagnóstico; Eletroestimulador Computadorizado.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006