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G. Ciências Humanas - 7. Educação - 7. Educação Infantil

A DANÇA E SEU PAPEL NA EDUCAÇÃO INFANTIL: RESIGNIFICANDO A PRÁTICA PEDAGÓGICA

Eliana Bagatini 1
Viviana da Rosa Deon Maronesi 2
Cinara Valency Enéas Mürmann 3
(1. Pedagogia, Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões - URI; 2. Prof. Mestranda Orientadora - URI; 3. Prof. Mestre - URI)
INTRODUÇÃO:
A Educação Infantil desempenha um papel primordial no desenvolvimento integral da criança. Lugar onde se oportuniza situações desafiadoras, as quais permitam que as crianças possam encontrar respostas por si mesmas, para suas indagações, tornando-se pessoas autônomas e críticas. A dança tem uma função pedagógica específica na escola que se traduz na criação de movimentos criativos e de livre expressão da criança. Uma das finalidades da dança na escola é permitir a criança evoluir em relação ao domínio de seu corpo, assim desenvolverá e aprimorará suas possibilidades de movimentação, descobrindo novos espaços, formas, superação de suas limitações e condições para enfrentar novos desafios quanto aspectos motores, sociais, afetivos e cognitivos (BARRETO 2002). Enquanto um processo educacional, a dança não se resume em aquisição de habilidades, mas sim, contribui para o aprimoramento de habilidades básicas, no desenvolvimento das potencialidades humanas e sua relação com o mundo. Segundo os  PCNs ( 2003), a dança é uma forma de integração e expressão tanto individual quanto coletiva, em que o aluno exercita a atenção, a percepção, a colaboração e a solidariedade. Baseado na importância da dança na Educação Infantil o presente estudo tem por objetivo perceber qual a contribuição da dança, no desenvolvimento do processo de interação, socialização, criatividade, imaginação e expressão e verificar como a dança esta sendo trabalhada nas escolas particulares de Educação Infantil do Município de Santo Ângelo.
METODOLOGIA:
O presente estudo trata-se de uma monografia de conclusão do Curso de Pedagogia da URI – Campus Santo Ângelo. Caracteriza-se como uma pesquisa de campo de cunho qualitativo. Foi aplicado um questionário semi-estruturado com perguntas abertas para trinta professoras titulares de Educação Infantil de todas as escolas particulares do Município de Santo Ângelo que possuem Educação Infantil, totalizando seis escolas, com o intuito de verificar se a dança está sendo trabalhada nas escolas e como ela está sendo desenvolvida, além de verificar qual a concepção que os profissionais da Educação Infantil tem de dança: se utilizam-na como parte integrante de seu processo de ensino-aprendizagem ou aparece como uma figura ilustrativa de datas comemorativas. Se realmente a desenvolvem como possibilidade de movimento ou utilizam gestos mecanizados enfatizando coreografias para possíveis apresentações. O questionário foi produzido a partir de um estudo piloto realizado com um grupo de professoras com as mesmas caracterísiticas. A partir das respostas obtidas, foi realizado a análise qualitativa de conteúdo através da categorização Flick (2004). Dividimos em duas categorias para análise e discussão que foram: Concepção da dança no espaço escolar e Espaço de encenações para apresentações artísticas.
RESULTADOS:
Acreditamos que um dos focos principais que apareceram na pesquisa foi que a dança é utilizada na escola, como um meio para o exercício da corporeidade, bem como o desenvolvimento integral da criança. Na concepção dos professores a maioria acredita que a dança deva fazer parte da vida escolar permanentemente, afim de que as crianças possam expressar seus sentimentos e perceberem o lugar e o espaço que ocupam e estão buscando novas técnicas as quais possibilitem a criança uma aprendizagem de maneira prazerosa e significativa, onde o “movimentar-se” torne-se uma prática constante oportunizando as crianças uma ação criativa e movimentos de socialização. Nota-se também a partir das respostas dos questionários que as professoras percebem a escola como um lugar onde a criança tem a possibilidade de agir e desenvolver suas potencialidades, uma vez que esta se constitui no segundo espaço social (após a família) de maior importância na vida da criança. Conseguimos identificar nas respostas da maior parte das professoras, que a pesar das professoras identificarem a dança como um papel diferenciado na escola, podendo determinar como dança pedagógica, ela ainda utilizam movimentos estereotipados e mecanizados no desenvolvimento de grandes encenações, onde a estética torna-se papel fundamental na sua prática, esquecendo do seu discurso de que a dança pode proporcionar criação, imaginação entre outras características citadas.
CONCLUSÕES:

Constatamos que a dança esta sendo trabalhada de maneira significativa pelos profissionais da Educação Infantil, os quais a utilizam como parte integrante de seu processo de ensino-aprendizagem. A pesar das professoras ainda utilizarem a dança como pare integrante de grandes encenações de natal, páscoa, dia das mães, por exemplo, de forma mecânica impossibilitando a livre criação das crianças, entendem que esta deve ser reestruturada e resignificada dentro da escola. Identificamos que estão buscando estratégias diversas em busca desta dança pedagógica, mas quando se deparam as datas comemorativas e outras festividades ainda não conseguem de desvincular da maneira tradicional de desenvolvê-la. Podemos acrescentar ainda que ao finalizar o trabalho que a maior parte das professoras que responderam o questionário constataram que o dançar deveria ser encarado como um ato de comunicação e expressão humana. Que possa acontecer sem preconceitos, sem cobranças ou “utilidades”. Podemos ainda mencionar que a dança sempre esteve e está presente em todos os nossos atos, principalmente quando nos referimos à criança, desta forma trabalhar com a mesma em nossas escolas é garantir as crianças uma aprendizagem prazerosa e significativa, na qual estão inseridos os processos de interação, socialização, criatividade, imaginação e expressão livre/criativa, somente precisamos encontrar estratégias para que isto aconteça.

 
Palavras-chave: Dança; Educação Infantil ; Resignificação.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006