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G. Ciências Humanas - 9. Sociologia - 6. Sociologia Urbana
EMIGRANTES INVESTIDORES NA MICRORREGIÃO DE GOVERNADOR VALADARES
Sueli Siqueira 1
Lucas Coelho Siqueira 2
(1. Universidade Vale do Rio Doce - UNIVALE; 2. Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG)
INTRODUÇÃO:

A emigração de valadarenses para os Estados Unidos tem início nos anos 1960. Esta movimentação da população atingiu todo o entorno da cidade, sendo esta a razão de selecionarmos a Microrregião para a realização desta pesquisa. O projeto inicial, de quase todo imigrante, era fazer uma poupança, comprar uma casa, um carro e montar um negócio e retornar para sua cidade de origem. Muitos não conseguiram retornar, formaram família e criaram raízes nas comunidades étnicas das cidades americanas. Outros, sujeitos desta pesquisa, fizeram poupança, retornaram e montaram empresas em suas cidades de origem. Em que medida estes investimentos influenciam a dinâmica econômica da região? Está é a questão que enfocamos neste estudo.

METODOLOGIA:

Este estudo apresenta a realidade dos que retornaram e tornaram-se micro, pequenos e médios empresários nas 25 cidades da Microrregião de Governador Valadares. A pesquisa foi realizada no período de julho a setembro de 2005. Os dados foram coletados através de questionário e entrevistas em profundidade, num total de 173 questionários e 22 entrevistas em profundidade. Usando a técnica “bola de neve”, os entrevistados com o perfil definido para a amostra eram encontrados através de indicação de pessoas da comunidade e estes indicavam outros.

RESULTADOS:

Destaca-se que a maioria é do sexo masculino (85%), tinha o segundo grau completo quando emigrou (45%), tinham entre 16 e 25 anos (57%) e estavam empregados (61,5%). A maioria (82%) emigrou no período de 1981 a 2000 e permaneceu em média de 3 a 5 anos nos EUA. Trabalharam no mercado secundário nas atividades de construção civil, faxina, jardinagem e restaurantes. Assinalam como a principal razão para emigrar (53,2%) o desejo de ganhar dinheiro para montar um negócio na cidade de origem. Ao retornar, a maioria (61,4%) montou um negócio na área do comércio. Consideram que a experiência valeu a pena (90,6%), destacamos que por avaliarem que seus empreendimentos são bem sucedidos 83,6% não pretendem emigrar novamente, contudo 16,4% pretendem migrar novamente, pois estão em dificuldades com seu empreendimento ou pretendem ampliar e vê a emigração como a forma de conseguir o dinheiro necessário para investir. Estes empreendedores, além de contribuir para o dinamismo econômico em suas cidades também impulsionam o mercado de trabalho, pois, 87,7% empregam mão-de-obra.

CONCLUSÕES:

É amplamente discutido na bibliografia sobre migração internacional que estes novos fluxos migratórios, através das remessas de dólares e investimentos em imóveis configuram o espaço social dos locais de origem. Este estudo demonstra que muito além das remessas, o emigrante que retorna contribui para o dinamismo nestes locais através dos investimentos em empreendimentos produtivos e criação de novos postos de trabalhos.

Instituição de fomento: Univesidade Vale do Rio Doce e Fapemig
 
Palavras-chave: Emigrante; Retorno; Investimento.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006