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G. Ciências Humanas - 7. Educação - 6. Educação Especial
A EDUCAÇÃO DO SURDOCEGO – DIRETRIZES BÁSICAS PARA PESSOAS NÃO ESPECIALIZADAS
Shirley Rodrigues Maia 1
Elcie Apparecida Fortes Salzano Masini 1
(1. Universidade Presbiteriana Mackenzie)
INTRODUÇÃO:

O projeto originou-se da atividade profissional desenvolvida pelas equipes da Ahimsa - Associação Educacional para Múltipla Deficiência e Grupo Brasil de Apoio ao Surdocego Múltiplo Deficiente Sensorial. No trabalho junto às crianças surdocegas e deficiências múltiplas sensoriais e suas famílias, verificamos a carência de informações e orientações sobre surdocegueira e deficiência múltipla sensorial. Foram localizadas crianças, jovens, adultos que não tiveram nenhum atendimento anterior ou até mesmo ter recebido orientações ou encaminhamentos adequados, encontrando-se em situação de quase abandono. Faltavam entre outras necessidades básicas, orientações às famílias sobre como favorecer a independência e autonomia do surdocego e ou do múltiplo deficiente sensorial para: alimentação, higiene, locomoção e comunicação. A realização de orientação e atendimento ao surdocego, objetivando independência e autonomia, requer conhecimentos básicos e específicos em sistemas de comunicação, o qual é individualizado, apropriado para cada surdocego. Os profissionais que estão no atendimento desses alunos não dispõem dessas técnicas e os profissionais capacitados são poucos. Esta pesquisa visou:a)descrever e sistematizar as necessidades dos pais perante a deficiência do filho; b) descrever e sistematizar as dificuldades de pessoas não especializadas para o atendimento da pessoa surdocega e c) arrolar os recursos básicos necessários para orientação de pais e pessoas não especializadas.

METODOLOGIA:

Seguimos as diretrizes de pesquisa qualitativa, conforme Richardson (1999) por ser mais apropriada para compreender as necessidades das famílias e pessoas não especializadas no atendimento ao surdocego. Para coleta de respostas de pessoas não especializada que atendem a criança surdocega utilizamos um questionário, pois visávamos a obtenção de dados uniformes entre os entrevistados. A coleta de dados dos pais de crianças surdocegas foi obtida por meio de entrevista. Segundo Lüdcke e André (1986), a entrevista é um dos instrumentos básicos para coleta de dados na pesquisa qualitativa, sendo uma das principais técnicas utilizadas nas ciências sociais. A entrevista permite captar a informação imediata, esclarecer e adaptar questões quando necessário.

RESULTADOS:

Pode ser observado através de quadros que exemplificam o trabalho com pessoas não especializadas e seu interesse em capacitarem-se nesta área. Em seguida podemos verificar os quadros referentes às entrevistas semi-estruturadas com as famílias no qual observamos a incidência de síndromes e patologias que acarretam a surdocegueira.

CONCLUSÕES:

A partir de uma criteriosa análise dos dados obtidos através das entrevistas realizadas com pessoas não especializadas na educação da pessoa surdacega e das entrevistas com as famílias observou-se que, o desconhecimento sobre a surdocegueira é o grande gerador das maiores dificuldades enfrentadas.

Tanto as pessoas não especializadas como os pais encontram as mesmas dificuldades no que se refere à informação sobre as causas da deficiência, seu prognóstico (muitas vezes sem saber o diagnóstico), desconhecendo formas de comunicação que poderão ser utilizadas com o surdocego para que ele tenha acesso à informação da melhor maneira possível, mesmo com a sua limitação visual e auditiva. Este trabalho teve como finalidade de oferecer algumas diretrizes para pais e pessoas não especializadas para a detecção, prevenção e atuação com a pessoa surdacega. Buscou este trabalho ser um alerta sobre a questão da Surdocegueira, como deficiência singular, com características e especificidades, a qual ainda é desconhecida em nosso país.

 
Palavras-chave: Família; Surdocegueira; Deficiência Múltipla.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006