A pesquisa intitula-se "A AIDS Representada na Revista Veja". Trata-se da análise da representação da AIDS por um veículo de comunicação específico, a Revista Veja, no período de 1985 a 2005, totalizando-se 14 reportagens. A questão-problema definida vislumbra compreender a representação social acerca da AIDS construída pela revista em questão.

A escolha da revista Veja como material textual a analisado se baseia em sua abrangência e sua importância histórica, como veículo de comunicação no Brasil.

A AIDS é uma doença que evoca mais que problemas fisiológicos. A soma de elementos subjetivos, impressões e mitos, ou seja, o que está diretamente relacionado a suas representações propicia uma abordagem de pesquisa que a analise como um objeto de estudos das ciências humanas, em específico a Antropologia.

Para o desenvolvimento da pesquisa a revista Veja é tomada como uma produção cultural. As informações textuais e imagéticas ofertadas pelo periódico não são frutos de um acaso, mas produção própria intencionada em conquistas de objetivos diversos.

A pesquisa desenvolveu análise das reportagens de capa da revista Veja que tratam da AIDS. Para tal foram levantados dois tipos de bibliografia: a própria fonte primária de análise, as reportagens, além de artigos científicos e estudos sobre a AIDS, a Antropologia Visual e a Mídia.

O trabalho de verificação do conteúdo textual e imagético das reportagens da Revista, amparado pelas seguintes ciências: a Antropologia e a Comunicação.

A verificação do conteúdo das revistas, após leitura de bibliografia geral e desempenho de demais atividades, é desenvolvida a partir da enumeração das reportagens e sistematização de seus temas correlatos à temática "AIDS". Para isso, a pesquisa tem como base todo o conteúdo produzido exclusivamente pela revista Veja.

O conteúdo é compreendido pelo texto da matéria em questão, as imagens e ilustrações, a verificação da disposição da matéria na revista e sua diagramação. Todos os elementos dispostos na revista estão em seu lugar por conta de um arranjo editorial que interfere sobremaneira na apreensão do conteúdo pelo leitor. A pesquisa considera necessária a compreensão acerca do projeto gráfico e editorial da revista Veja e suas modificações no período contemplado - 1985 a 2005.

O trabalho com Comunicação permitiu ponderações acerca das sutilezas da produção jornalística contemporânea e as influências que seu público recebe principalmente quanto a produção de periódicos semanais como a Revista Veja.

A pesquisa proporcionou certo nível de compreensão da produção jornalística a ponto de proporcionar reavaliar a validade e viabilidade do conhecimento até então adquirido por meio dos veículos de comunicação. Nota-se que a pesquisa objetiva em específico a análise da construção social da AIDS pela revista.  Portanto, somente após consultas a bibliografias que não sejam a própria revista, o tema pôde ser reavaliado, questionado e melhor compreendido.

Há uma infinidade de temas que circulam diariamente pelos veículos de comunicação cuja análise criteriosa ou compreensão, assim como esta pesquisa faz com a AIDS, não podem ser encadeados para cada um deles. O volume de informações, a diversidade de temas, e sua instantaneidade caracterizam a mídia como um dos maiores vetores de conhecimento para os seres humanos, embora esse conhecimento não possa ser depurado ou devidamente assimilado. Essa constatação resulta concomitante ao acréscimo de informações acerca do tema através da pesquisa.

A revista Veja, pela legitimação que obtém de seu público como um veículo de comunicação, criou através de seu conteúdo modelos de abordagem e representação da AIDS. Como principal publicação na categoria, as intenções particulares de quem nela atua, sejam jornalistas ou seus detentores, potencializam a influência conquistada pela revista desde 1968, ano de sua criação.

A consciência de um leitor em relação aos processos de construção de imagens e criação de identidades pode auxiliá-lo a compreender os mecanismos que definem a AIDS como um processo de construção social, e que a revista corrobora em grande parte para esse contexto em que os grupos representados são mencionados. Através desse discernimento é possível posicionar-se criticamente não apenas em relação ao tema da AIDS, mas aos processos que descrevem sujeitos e personagens por intermédio da mídia.

Instituição de fomento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)

Trabalho de Iniciação Científica