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E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 1. Ciência do Solo
DIVERSIDADE DA FAUNA EDÁFICA EM CAMPO NATIVO

 

Paulo Luis Guth 1
Lorena Vicini 1
Odorico Antonio Bortoluzzi 1
Thomé Lovato 1
(1. Universidade federal de Santa Maria)
INTRODUÇÃO:

INTRODUÇÃO: A diversidade de organismos do solo é imensa. André (1994) encontrou, em 1m2 de área de solo, mais de um milhão de indivíduos, e supôs que o sistema decompositor (serapilheira + solo) seja um dos maiores reservatórios de riqueza e biodiversidade biológica da biosfera.

O conhecimento da biologia do solo, associado às informações oriundas de outros ramos do conhecimento, torna-se indispensável ao estudo de sua morfologia e diversidade, fato que poderá proporcionar a escolha do manejo de solos e garantir maior equilíbrio com os demais componentes bióticos e abióticos.

As modificações do clima e do manejo do solo exercem influência direta e indireta sobre a fauna edáfica do solo e diminuem o número e a diversidade dos organismos que o compõem (VARGAS e HUNGRIA 1997).

O objetivo, dentro deste contexto, é verificar, em algumas estações do ano de 2004 e 2005, a influência da temperatura e umidade na diversidade dos organismos, em área de campo nativo.

Monitorar os organismos do solo, em área de campo nativo pode proporcionar informações, que serão úteis para avaliações em sistemas de produção. Além disso, no caso em consideração, permite avaliar a influência da estiagem ocorrida no estado do RS, no ano agrícola de 2004/2005, sobre um sistema natural ou agroecossistema. Pois, segundo Swift (1979) e Hendrix (1990), a mesofauna e macrofauna influenciam diretamente na ciclagem de nutrientes e também na estrutura do solo.

 

 

METODOLOGIA:

METODOLOGIA

2.1 Metodologia de coleta de solo, umidade e temperatura: As coletas foram realizadas na área experimental do Departamento de Solos da UFSM/RS, de outono de 2004 até o final do inverno de 2005, com dia e hora padronizados. O solo é classificado como Argiloso Vermelho Distrófico arênico (Embrapa, 1999). Para determinar a fauna e umidade, coletou-se as amostras de solo com um trado calador, a 15 cm de profundidade.

A determinação da fauna realiza-se pela flutuação da amostra de solo, a qual é colocada em um balde e adicionado 5 ml de álcool etílico. Deve-se completar o balde com 2,5 litros de água, agitando-o com movimentos circulares. Com a água movimento, verte-se em peneira de 9 mesh e 65 mesh, 4 vezes, ou até a água ficar clara. O material das peneiras deve ser coletado, e armazenado em álcool 70%.

Para determinarmos à umidade, o solo deve ser coletado na profundidade desejada e imediatamente pesado. Após, deve-se secá-lo em estufa a 105ºC, verificando-se a porcentagem de água existente nessa amostra. Para obter a temperatura do solo, instalaram-se dois geotermômetros, um a 10 cm e outro a 15 cm de profundidade, e leram-se diariamente os instrumentos. A contagem dos organismos é manual, em microscópio estereoscópio.

2.2 Metodologia de Análise: Aplicaram-se aos dados da fauna, os índices de Simpson e Shannon, conforme metodologia descrita por Odun (1983), desta forma pode-se verificar a influência da variação da temperatura e umidade na diversidade dos organismos.

 

RESULTADOS:

RESULTADOS: A avaliação da diversidade parte da capacidade de mensurar e avaliar os fatores que podem alterá-la, bem como do conhecimento do impacto no desempenho e funcionamento de um agroecossistema ou sistema natural.

A estiagem ocorrida no verão de 2004/2005 alterou significativamente a temperatura e umidade do solo, conseqüentemente é visível a alteração na diversidade da fauna edáfica através dos resultados obtidos.

Os dados nos mostram a variação média, durante cada estação, da temperatura e da umidade bem como o comportamento da diversidade da fauna do solo, segundo os índices de Simpson e Shannon, de outono de 2004 até o final do inverno de 2005.

De acordo com os resultados, pode-se observar que durante o verão de 2004/2005, período em que ocorreu a estiagem, obteve-se um aumento significativo da temperatura e diminuição da umidade, conseqüentemente os índices atingiram médias muito baixas, chegando á 1,32 para o índice de Simpson e 0,255 para o índice de Shannon.

No período que antecede o verão de 2004/2005, e no período seguinte tive obteve-se um aumento da umidade e uma diminuição da temperatura, sendo que esta girou em torno de 15 graus em ambos os períodos e conseqüentemente os índices também aumentaram.

Se fizer um comparativo entre o outono e inverno de 2004, com o outono e inverno de 2005, verifica-se que a temperatura e a umidade tiveram valores maiores no outono e inverno de 2005, porém os índices atingiram valores maiores no período que antecedeu o verão.

 

CONCLUSÕES:

CONCLUSÕES: Verifica-se que durante o verão 2004/2005 os Himenópteros tiveram um aumento significativo no numero de indivíduos, em relação aos demais períodos, e o numero e distribuição das espécies foi reduzida. Da mesma forma aconteceu com os índices, que despencaram a valores insuficientes para considerar o ecossistema natural analisado relativamente diverso. No período que antecede nosso verão 2004/2005 e também no período posterior, obtiveram-se índices melhores, porém podem-se observar valores maiores no outono e inverno de 2004, comparado ao mesmo período em 2005. Ao analisar a temperatura e umidade, verifica-se que ambas estiveram dentro de valores considerados ideais para a maioria dos organismos, tanto no período que antecede o verão como no período posterior. Isto leva a gerar a hipótese de que a temperatura e umidade, não foram fatores limitantes ao crescimento da população no período posterior ao verão. Neste caso o fator limitante poderia ter sido a redução do material orgânico adicionado ao solo devido à estiagem, ou ainda o fato de durante a estiagem ter reduzido ou até eliminada a presença de algumas ordens de organismos sendo que estas demorariam algum tempo para recuperar sua população. Conclui-se também que o índice de Simpson é significativamente maior do que o de Shannon. Comprovando a existência de espécies dominantes e confirma mais uma vez a sensibilidade das espécies raras, frente às condições ambientais extremas, principalmente no verão 2004/2005.

 

Trabalho de Iniciação Científica  
Palavras-chave: Diversidade; Fauna Edáfica; Fatores Abióticos.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006