IDENTIFICAÇAO DO PIGMENTO ENCONTRADO NAS FLORES DE IXORA COCCÍNEA

 A Ixora coccínea é uma planta muito comum na região nordeste do Brasil.Conhecida popularmente por diversos nomes como Cruz de Malta, Amor Ardente, Ixora vermelha, entre outros.A Ixora coccínea é uma planta nativa da Índia e Sri Lanka, típica de regiões de clima tropical e subtropical. Pertence a família das Rubiaceae, sendo conhecida cerca de 400 espécies. Por produzirem flores quase que o ano todo, é muito utilizada na ornamentação de praças e jardins. Plantas como essa apresentam diversos tipos de pigmentos que podem atuar nas mais variadas funções, nas quais destacam-se a ação antioxidante, atração de agentes polinizadores e proteção contra radiação UV, além de absorver luz visível e interagir com óxidos semicondutores.O presente estudo visa a identificação e posterior aplicação do pigmento natural presente nas flores de ixora coccínea.

Foram as seguintes as etapas da metodologia empregada:

Extração dos pigmentos da flor, através de uma solução etanol 80%/ água/ ácido 1%.Identificação do pigmento através da variação colorimétrica em função do PH e comparado com curvas já conhecidas dos pigmentos de antocianinas e betalaínas, cromatografia em papel, utilizando os eluentes: Baw (iso-butanol,ácido acético e água) em proporções 4:1:5, fórmico (ácido fórmico, ácido clorídrico e água) em proporções 25:10:15 e forestal (ácido acético, ácido clorídrico e água) em proporções 15:3:82 e espectroscopia eletrônica na região do visível.

O teste colorimétrico em função do pH apresentou apenas três cores características : pH-1-7 vermelha, pH-8-11amarelo e pH-12 verde, este resultado é condizente com a suposição que o pigmento presente seja uma betalaína, pois as antocianinas mostram uma mais acentuada variação de cor em função do pH.Obtidos da cromatografia m papel, os valores de R_f para os diferentes eluentes não correspondem a nenhum dos valores encontrados na literatura com relação as  antocianinas.Os extratos recém preparados apresentaram absorção máxima em 464nm e 541nm em  pH-7.Após três dias esta absorção diminui a intensidade.Os resultados para os meios ácidos e básicos são: pH-3 igual a 514nm, pH-8 igual a 341nm e pH-12 igual  a 551nm.

Com base nestes resultados pode-se dizer que tem-se presente no extrato recém preparado uma betanidina (λ = 464nm) e uma betanina (λ=541nm) e que provavelmente elas sofrem degradação com o tempo.Considerando que durante muito tempo as betalaínas eram identificadas como antocianinas, discorda-se da caracterização feita por Krishnamoorthy(1962) de que o pigmento presente na ixora coccínea seja uma antocianina.