As folhas dessa planta foram separadas, secas, moídas e submetidas a processo de extração por maceração estática com etanol. O extrato etanólico, assim obtido, foi evaporado sob pressão reduzida. A partir do extrato etanólico foram feitas as partições em hexano, diclorometano, acetato de etila e n-butanol. A atividade antioxidante do extrato etanólico total e das partições foi analisada pelo método fotocolorimétrico do DPPH (2,2-difenil-1-picrilhidralazila) nas concentrações de 250, 125, 50, 25, 10, 5 mg/mL, respectivamente. Cada concentração foi testada em triplicata. Após 30 min da adição do DPPH nas amostras e no controle positivo (2,5mL EtOH + 1mL de DPPH), foi realizada a leitura em espectrofotômetro Shimadzu-U.V. 2200 na absorbância de 518nm. Foi realizado um branco (1mL EtOH + 2,5 ml extrato diluído) para cada concentração testada. Com os dados obtidos, foi realizado um gráfico de atividade antioxidante e a CE₅₀ (concentração efetiva para se obter 50% de atividade antioxidante estimada em 100%), obtida a partir da equação da reta do gráfico.

O estudo fitoquímico realizado por procedimentos cromatográficos levou ao isolamento de uma substância na partição em acetato de etila e de outra na partição em diclorometano. Essas substâncias tiveram as suas estruturas elucidadas por métodos físicos clássicos e modernos de análise.

Dentre as partições utilizadas a de acetato de etila foi a que apresentou melhor atividade antioxidante (CE₅₀= 6,38 mg/mL), seguido pela partição em n-butanol (CE₅₀= 8,19 mg/mL), diclorometano (CE₅₀= 39,83 mg/mL) e hexano (CE₅₀= 64,69 mg/mL), enquanto o extrato etanólico total apresentou CE₅₀= 19,74 mg/mL e o extrato de EGb 761^â CE₅₀= 38,91mg/mL.

Este resultado serviu como guia para o trabalho fitoquímico.

O estudo químico realizado com a partição em acetato de etila associado a métodos físicos de elucidação estrutural evidenciou a presença de um alcalóide indólico aromático, a triptantrina, e a partição em diclorometano evidenciou a presença de uma lactona terpênica, a loliolida.

 

Os resultados da atividade antioxidante demonstram um grande potencial farmacológico para essa espécie. O estudo fitoquímico das partições em acetato de etila e diclorometano das folhas de Couroupita guianensis levou ao isolamento e caracterização de duas substâncias, a triptantrina e a loliolida. É a primeira vez que se relata ambas as substâncias nas folhas de Couroupita guianensis.

 

Instituição de fomento: Universidade Federal do Rio de Janeiro / UFRJ, CNPq-PIBIC, CNPq, FUJB, FAPERJ

Trabalho de Iniciação Científica