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D. Ciências da Saúde - 4. Odontologia - 6. Odontopediatria

ALEITAMENTO MATERNO E INTRODUÇÃO DE ALIMENTOS NA DIETA DAS CRIANÇAS PARTICIPANTES DO PROJETO ATENÇÃO À SAÚDE DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE DA UNIVERSIDADE DE SANTA CRUZ DO SUL – UNISC.

Natielle Zappe Viana 1
Camila Kummer  1
Ariane Soares Krassmamn  1
Renita Baldo Moraes  1
Beatriz Baldo Marques  1
(1. Universiadade deSanta Cruz do Sul)
INTRODUÇÃO:

Atualmente, inúmeras pesquisas evidenciam a importância da amamentação para o crescimento e desenvolvimento integral do bebê, pois além dos aspectos nutritivos e imunológicos, é uma forma de estabelecer um vínculo afetivo. Do ponto de vista odontológico, a amamentação é o fator decisivo para a correta maturação e crescimento das estruturas, mantendo-as aptas para exercerem o desenvolvimento da musculatura orofacial, que guiará e estimulará o desenvolvimento das funções fisiológicas, garantindo, além da sobrevivência, melhor qualidade de vida. Assim, a amamentação, além de prevenir problemas ortodônticos, favorece todo o sistema estomatognático e suas funções vitais como sucção, mastigação, deglutição, fonação e, principalmente, a respiração. Por outro lado, a introdução da mamadeira dificulta a obtenção destes benefícios, além de predispor as alterações no posicionamento dos dentes e das arcadas, devido às diferenças existentes entre o bico do peito e da mamadeira, o fluxo de leite e o trabalho muscular solicitado. Considerando a importância do enfoque multidisciplinar para a obtenção de melhores condições de saúde, o objetivo deste estudo foi estimar a prevalência do aleitamento materno exclusivo nas crianças participantes de atividades do Projeto Atenção à Saúde da Criança e do Adolescente da Universidade de Santa Cruz do Sul – UNISC e avaliar o conteúdo, a forma e a idade em que outros alimentos estão sendo introduzidos na dieta

METODOLOGIA:

Para a realização deste trabalho foram utilizados os dados constantes nos prontuários clínicos das crianças participantes das atividades de atenção à saúde bucal na primeira infância, do projeto “Atenção à Saúde da Criança e do Adolescente” da Universidade de Santa Cruz do Sul – UNISC, no ano de 2005. Convém destacar que para as crianças participarem das atividades as mesmas devem ter no máximo 12 meses de idade, e seus pais/responsáveis assistirem a uma palestra que aborda assuntos como benefícios do aleitamento materno, estímulo ao aleitamento materno exclusivo até os seis meses, desmotivação ao uso de chupeta e mamadeira, além de orientações quanto aos cuidados básicos em relação á saúde do sistema estomatognático. As crianças retornam periodicamente para avaliação das condições de saúde bucal de acordo com suas necessidades individuais, e a cada retorno os pais/responsáveis são novamente motivados em relação a estes cuidados. Os pais/responsáveis assinam Termo de Consentimento, autorizando o atendimento clínico, bem como a utilização dos dados constantes nos prontuários para eventuais pesquisas. A análise dos dados foi feita através do programa estatístico Statical Packet for Social Science - SPSS.

 

RESULTADOS:

Os resultados mostraram que, das 54 crianças participantes, 85,2% iniciaram o aleitamento materno, entretanto, o desmame ocorreu muito precocemente, sendo 15,2% até 1 mês e 32,6% de 2 a 5 meses de vida. A introdução de outros alimentos está acontecendo precocemente, em 31,5% no primeiro mês, em todos os casos através da mamadeira. Os alimentos que estão sendo introduzidos com maior freqüência são leite bovino puro (37,0%), leite bovino com achocolatado (24,1%) e leite com farináceos (14,8%). Apenas 7,4% das crianças não fizeram uso de mamadeira. Observou-se também que a maioria das crianças (74,1%) utiliza chupeta, que pode contribuir com o desmame precoce. Merece destaque o fato de que as crianças que mantiveram aleitamento materno por um período mais prolongado, sem introdução de mamadeira ou chupeta, foram as que as mães, durante a gestação, participaram de atividades educativas em saúde bucal, reforçando quanto à importância do aleitamento materno, tanto sobre os aspectos nutritivos quanto afetivos, imunológicos e relacionados ao sistema estomatognático.

CONCLUSÕES:

Conclui-se que o aleitamento materno como forma exclusiva de alimentação até o 6º mês de vida, apesar de reconhecida, valorizada e preconizada pela Organização Mundial da Saúde, na promoção da saúde da criança está sendo pouco praticada pela população estudada. Além disso, observa-se a importância de trabalhar com ações de promoção, estímulo e apoio à amamentação, com a inserção dos profissionais de diferentes áreas, visando melhores condições de saúde integral às crianças. Para a obtenção de melhores resultados em relação à amamentação exclusiva até o sexto mês de vida, sem introdução precoce de alimentos, seja através da mamadeira, ou de outra forma, considera-se importante que as informações relacionadas às vantagens da amamentação e as desvantagens da introdução precoce de outros alimentos, bem como os prejuízos do uso de chupetas e mamadeiras, sejam fornecidas o mais precocemente possível, preferencialmente durante a gestação.

Instituição de fomento: Universidade de Santa Cruz do Sul
 
Palavras-chave:  Amamentação; odontopediatria; Siatema Estomatognático.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006