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G. Ciências Humanas - 7. Educação - 3. Educação Ambiental
PROJETO ESCOLAS PÚBLICAS NO MUSEU DA ENERGIA UMA EXPERIÊNCIA PARA ATIVIDADES INTERDISCIPLINARES DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO MUSEU DA ENERGIA USINA-PARQUE DO CORUMBATAÍ / RIO CLARO - SP.
Donizetti Aparecido Pinto 1
Júlia Amabile Aparecida de Souza Pinto 1
Eliana Ferreira Ventura 1
Elizdete de Souza Pinto 1
André Luiz da Conceição 1
Patrícia Trovarelli 1
(1. Fundação Patrimônio Histórico da Energia e Saneamento/FPHES)
INTRODUÇÃO:
A Usina-Parque do Corumbataí é um equipamento cultural da Fundação Energia e Saneamento criada em 1998 para preservar o patrimônio histórico - cultural do setor energético, atua por meio da cultura e da educação em favor do fortalecimento da cidadania e do uso responsável dos recursos naturais. O Museu da Energia que a Fundação custodia em Rio Claro é um pólo educativo. Os visitantes aprendem de forma lúdica, questões de educação ambiental e energética, que articulam a valorização da trajetória regional e o progresso tecnológico em prol do desenvolvimento sustentável. A energia é o tema gerador através do qual são abordados aspectos históricos, ambientais, de ciência e tecnologia. Do mês 03/04 ao mês 06/05 desenvolvemos na Usina o projeto Escolas Públicas no Museu da Energia no qual, através de um roteiro pré-elaborado, foram explorados os recursos naturais, históricos, culturais e de infra-estrutura que a Usina oferece para a prática de E.A. Definimos como público alvo alunos da rede pública municipal de Rio Claro e das cidades que compõem a sub-bacia do Corumbataí: Analândia, Charqueada, Ipeuna, Corumbataí, Itirapina, S. Gertrudes e Piracicaba. Durante o projeto recebemos 8.900 alunos do ensino fundamental de 5ª a 8ª série e através de atividades monitoradas trabalhamos com eles conceitos sobre meio ambiente, tendo como foco o uso racional da energia elétrica. Esse trabalho foi avaliado por meio de uma pesquisa feita com os professores que trouxeram seus alunos à Usina.
METODOLOGIA:
Conforme previa o projeto a ação inicial foi no sentido de preparar os professores da rede capacitando-os à virem com seus alunos à Usina e desenvolverem atividades de E. A. tendo como procedimento didático o trabalho de campo focando o uso racional de energia e o meio ambiente. O tema escolhido como norte das atividades foi a Água e Suas Utilidades. Propôs-se aos professores, durante a capacitação, de responderem a um questionário quando das suas vindas à Usina com seus alunos objetivando avaliar o roteiro proposto e identificar possíveis falhas ou equívocos com relação a postura didática no desenvolvimento das atividades e visando explorar de forma satisfatória os recursos pedagógicos que o local oferece. Para essa pesquisa de amostragem contamos com a participação de 87 professores dos 210 que fizeram a capacitação e trouxeram seus alunos à Usina. Foram escolhidos professores das disciplinas de história, geografia, ciências, matemática e português. Eles responderam a 09 questões usando como critérios para a avaliação os conceitos: R=ruim, RE=regular, B=bom, O=ótimo, E=excelente, NO=não opinar e NE=não entendeu, visando avaliar o desempenho dos monitores e as abordagens relativas ao tema proposto. A avaliação foi feita durante o percurso do roteiro, entendemos que dessa forma teríamos o máximo de aproveitamento, ao término da visita o questionário já estaria respondido e entregue. O retorno foi de quase 100% uma vez que dos 87 questionários entregues 84 foram devolvidos.
RESULTADOS:

Para avaliar os resultados devemos atentar para o fato de o roteiro ser desenvolvido em duas etapas, a interna e externa, os resultados foram os seguintes:

Quanto a 1ª questão sobre a recepção; 0%=R; 0,5%=RE; 21,8%=B; 45,6=O; 30,9%=E; 0%=NO e 1%=NE.

Questão 2ª, sobre apresentação histórica; 0%=R; 4%=RE; 17,7%=B; 31,9%=O; 39,5%=E; 0,5%=NO e 6%NE.

Questão 3ª, sobre o uso racional de energia; 0%=R; 1,5%=RE; 21,3%=B; 34%=O; 39,5%=E; 1%NO e 2,5%NE.

Questão 4ª, quanto a didática; 0,5%=R; 0,5%=RE; 19,2%=B; 33,5%=O; 42,1%=E; 1%=NO e 3%=NE.

Questão 5ª, quanto ao uso dos experimentos; 0%=R; 5%=RE; 15,2%=B; 25,8%=O; 32,9%=E; 2,5%=NO e 18,2%NE;

Questão 6ª, quanto a maquete; 0%=R; 5%=RE; 15,2%=B; 20,3%=0; 40,1%=E; 1,5%=NO e 17,7%=NE.

As questões 7ª, 8ª e 9ª tratam do roteiro externo, na questão 7ª vários aspectos da abordagem foram avaliados:

7.1, poluição dos rios; 3,5%=R; 2%=RE; 16,7%=B; 35,5%=O; 27,4%E; 10,1%NO e 4,5%NE.

7.2, impacto ambiental; 1%=R; 1%=RE; 22,8%=B; 33,5%=O; 27,4%=E; 9,1%=NO e 5%=NE.

7.3, fauna; 1%=R; 1%=RE; 23,3%=B; 32,9%=O; 26,9%=E; 8,6%=NO e 6%=NE.

7.4, vegetação; 1%=R; 0,5%=RE; 16,2%=B; 37,5%=O; 30,4%=E; 8,6%=NO e 5,5%=NE.

7.5, poluição dos rios; 1,5%=R; 3,5%=RE; 17,7%=B; 29,4%=O; 31,4%=E; 12,6%=NO e 3,5%=NE.

Questão 8ª, quanto a infra-estrutura; 0%=R; 0,5%=RE; 16,2%B; 39,5%=O; 37,5%=E; 1%=NO e 5%=NE.

Questão 9ª, quanto a monitoria; 0%=R; 0,5%=RE; 15,2%=B; 29,4%=O; 51,7%=E; 0,5%=NO e 2,5%=NE.

CONCLUSÕES:
Dada a relevância do trabalho de campo elaboramos o roteiro e a avaliação do mesmo pelos professores. Devemos estar atentos para que esse procedimento cumpra algumas etapas à sua plena eficiência: A motivação dos alunos em sala de aula, a excursão ou saída a campo, a exploração dos dados, a analise e interpretação dos mesmos. Para isso é de fundamental importância o empenho do professor, nesse sentido proporcionamos aos mesmos um curso de capacitação no qual foi apresentado o roteiro e as informações necessárias sobre a usina para o trabalho em sala de aula e posterior vinda à usina-parque. Os resultados dos questionários mostram a operacionalidade do roteiro e sua aplicabilidade quanto aos objetivos propostos. Diagnosticamos algumas deficiências quanto ao aproveitamento da parte externa, em alguns itens referentes às abordagens sobre a poluição dos rios, impactos ambientais e vegetação o percentual de não opinar e não entendeu foi elevado. Os professores que participaram da pesquisa acompanhavam seus alunos no roteiro externo, a caminhada e as preocupações com a disciplina certamente contribuíram para a dispersão dos mesmos e a conseqüente dificuldade nas respostas. O trabalho de campo é um procedimento didático da E.A. O espaço da Usina e seus recursos proporcionam aos educadores a aplicação dessa prática. Sem dúvida um trabalho de E.A. tendo como procedimento o trabalho de campo poderá proporcionar ao aluno uma nova relação com a natureza ou, pelo menos, um novo olhar.
Instituição de fomento: Owens Corning
 
Palavras-chave: Roteiro; Usina-Parque; Educação.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006