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G. Ciências Humanas - 3. Filosofia - 1. Ética

ÉTICA: UMA INTERFACE ENTRE O HOMEM E A INFORMÁTICA

João Gomes Moreira  1
(1. Universidade Federal de Rondônia - UNIR/DCHS )
INTRODUÇÃO:

INTRODUÇÃO: Toda tecnologia traz em si um mundo de possibilidades. Benefícios e malefícios dependem diretamente do exercício de juízos de valor sobre cada uma delas.  Acreditamos ser mister a abordagem do trabalho em empresas de informática a partir de uma perspectiva ética, para que o homem possa elaborar a interação com a máquina.  Tornando-se ainda,  cada vez mais relevante tal tarefa pois o mundo adjacente  é um mundo cada vez mais tecnologizado.  Embora vários teóricos já tenham abordado tal tema, observamos que na relação entre essas duas áreas do conhecimento humano permanecem algumas lacunas. Assim, julgamos oportuno desenvolver uma investigação sobre o tema. Pretendemos contribuir com o estudo da Ética Aplicada à Informática nas empresas de duas maneiras: tornar claro as relações entre ambas;  analisar  o mapeamento das interações do cotidiano dos profissionais.             Então procuramos responder às seguintes questões: Será que em seu cotidiano o uso dos equipamentos de informática e os  métodos de trabalho  dos profissionais estão sendo desempenhados de maneira ética nas empresas no município de Ariquemes, Estado de Rondônia?  A comunicação entre técnicos e clientes é favorável  à compreensão do cliente?  Estão preparados para o exercício ético da profissão?  A clientela tem confiança no serviço prestado pelo técnico de informática? É pleno o conhecimento da legislação do setor?

METODOLOGIA:

 

METODOLOGIA: Modelo de Estudo. Considerando nosso interesse em conhecer a forma como ocorre as relações e interações dos trabalhadores de informática em seu cotidiano,  optamos pela metodologia de pesquisa qualitativa do tipo estudo de caso etnográfico a qual é mais adequada para este trabalho conforme  Bogdan & Biklen, (Apud Lüdke &  André,  1986, p. 11). A análise dos dados  será feita de forma interpretativa. Amostra. Sete empresas de informática correspondendo a 46.66% do universo. Para a segunda parte da pesquisa, que envolveu a clientela, tomamos por base a referência de Martins & Santos (2003, p. 26-28)  para a obtenção de uma amostra probabilística e randômica. Sendo a população estimada28: 2000 clientes; a amostra foi de 10%. Instrumentos. Para realizar a pesquisa  foram utilizados os seguintes instrumentos de coleta de dados:   questionários;   entrevistas;  análise de documentos. Procedimentos e Coleta de Dados. Visitamos todas as empresas de informática e procuramos o diretor da empresa a fim de nos apresentar e informar um resumo da nossa pesquisa.  Em seguida efetuamos a primeira entrevista e posteriormente entregamos os questionários. O primeiro foi aplicado para a direção da empresa; o segundo foi aplicado para aos encarregados dos  setores de: assistência  técnica, vendas, assessoria ou consultoria. O terceiro questionário foi aplicado aos técnicos.  Um quarto questionário foi preparado e aplicado à clientela.


28. A maior parte dos diretores das empresas se negaram a fornecer o número exato da carteira de clientes. Alguns não dispunham deste número. Um número menor forneceu este dado. 

RESULTADOS:
RESULTADOS: Constatamos   a existência de cinco categorias fundamentais: as políticas; as atitudes; os valores; as medidas de segurança e qualidade e princípios de ergonomia.            Políticas e atitudes:   Não existe código de ética em 100%.  Pirataria coibida? Sim = 27%;   Não= 63%.  Respeito aos direitos de propriedade intelectual e autoral? Sim= 14%; não=63%;  Uso de software licenciado. Sim= 22%; não= 65%; Conhecimento sobre a Lei de Software brasileira? 31% dos profissionais declararam conhecê-la e 69% não.   Os profissionais têm conhecimento e participam das sociedades de classes?  As respostas foram: 72% responderam negativamente e 28% afirmativamente. Você acredita que muitas empresas no  uso da linguagem técnica (jargão profissional) tem se tornado meio de alcançar lucro ou vantagem para empresa que presta assistência, assessoria, consultoria  e venda técnica na área de informática (TI)? Obtivemos os seguintes dados: sim: 36;  36% acreditam que às vezes isso ocorre; e  12% pensam que não. Como você classificaria, (generalizando), em sua cidade, os profissionais de informática? A classificação ficou assim:  11% declararam que a maioria dos profissionais são éticos; 24% declararam que a minoria são éticos;  40% acreditam que 50% dos profissionais são éticos e 50% são antiéticos; 6% acreditam que todos são éticos e 5% pensam que todos são antiéticos.
CONCLUSÕES:

 

CONCLUSÕES: Contribuições possíveis: 1. tornar claro as relações entre ambas; 2. analisar  o mapeamento das interações do cotidiano dos profissionais; 3.Contribuições para pesquisa: esse estudo desvelou o anseio da sociedade por um órgão regulamentador da classe profissional de informática e esclareceu problemas de conflitos éticos ou de deficiências no trabalho consumindo tempo e muitas vezes sendo executados de forma incorreta. 4. Contribuições para o ensino: os resultados do estudo poderão ser utilizados para o ensino de graduação de diversas disciplinas do curso, tais como Legislação e Ética; Filosofia, Informática e Sociedade; 5. Contribuições para extensão: esse estudo traz a comunidade um diagnóstico dos problemas decorrentes de posturas éticas equivocadas e será repassado um relatório para as empresas pesquisadas, bem como propostas, sugestões para correção de falhas. Acreditamos que a formação de um conselho de classe nacional de informática que tenha as funções de credenciamento; normatização; disciplinar e formação técnica e ética será um passo importante para o aperfeiçoamento e melhoria de comportamento e procedimentos de empresas e profissionais do setor.  A fundação de centros de estudos transdisciplinares nas universidades favorecerá também a formação de pesquisadores  e profissionais.
 
Palavras-chave: ética; informática; interface.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006