Considerando os objetivos mais amplos da educação, principalmente dar condições para o exercício pleno da cidadania, um mínimo de formação básica em Ciências deve ser desenvolvido, de modo fornecer instrumentos que possibilitem uma melhor compreensão da sociedade em que vivemos. Assim encaro o conhecimento mínimo em Ciências como necessário para a formação cultural de qualquer cidadão, estruturando-se e criando domínio sobre o desenvolvimento tecnológico.- Decorrente ao exposto, o meu objetivo é desenvolver um trabalho de formação de professores de Ciências, como ensinar ciências de modo que se crie espaço para formação do cidadão. Fundamentado dentro de um quadro teórico que entende que os significados são construídos socialmente através da linguagem e que, portanto, toma o diálogo como elemento central de uma prática reflexiva.

O quadro demonstra que a formação está estruturada como modelo acumulativo de saberes específicos com a exploração excessiva de resumos e uma listagem de termos a serem me-morizados alternados por regras ou “regrinhas”.Uma aprendizagem verdadeira implica a construção do conhecimento e das representações sociais,  por parte de quem aprende, e se processa a partir da interação social, num contexto mediado por ferramentas sócio-culturais dentro das quais a comunicação verbal tem papel preponderante. As representações são contemporâneas do sujeito e está relacionado com sua história e o seu lado social, e estão associadas com as suas vivências e com as concepções de que vai se apropriando ao longo da vida. Formar no desenvolvimento de ações, a amplia e abrange a mediação das interações, no sentido de procurar no ambiente vivencial do aluno a pauta para os conteúdos científicos para o aprendizado escolar. Para tanto é preciso uma discussão sobre o funcionamento do construto de Vygotsky e Bakhtin, sobre aprendizagem e linguagem no contexto sócio-subjetivo construído na interação sala de aula e discurso na fala do professor.

Aprender ciências é um desafio e deve permitir a exploração do ambiente e da ampliação do conhecimento sobre o mundo, não é adquirindo apenas lendo ou ouvindo o professor, mas agindo sobre o meio a partir da perspectiva das crianças: observando, descrevendo, investi-gando e compartilhando explicações, dúvidas e controvérsias com seus companheiros. O aprendizado deve ser uma aventura estimulante que leve a compreender que a investigação científica não é uma mera coleção de fatos desconexos, mas sim a produção de esquemas conceituais amplos.

Por meio do pensamento e se aperfeiçoar por meio da palavra. Segundo Vygotsky “O pensamento não apenas se expressa na palavra, através dela o pensamento se aperfeiçoa”, procuremos conhecer o pensamento dos alunos pela sua linguagem: fala, desenho e escrita.

A forma de linguagem desenho e escrita são tarefas individuais realizadas após a interação dialógica com o grupo e nelas surgem registro variados que podem  indicar que pontos da atividade cada um dos alunos julgou relevante. Referindo-se à psicologia dialética de Vygotsky, “a linguagem é uma atividade criadora e constitutiva do conhecimento e por isso mesmo transformadora”.