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D. Ciências da Saúde - 4. Odontologia - 1. Cirurgia Buco-Maxilo-Facial

REGIMES DE MOBILIZAÇÃO PARA PREVENÇÃO DA HIPOMOBILIDADE MANDIBULAR EM PACIENTES IRRADIADOS: ANÁLISE E COMPARAÇÃO DE DUAS TÉCNICAS

Agni Rodrigues Puig 1
Daniele Acosta 1
Gisela Grandi 1
Daniela Nascimento Silva 1
Carla Streit 2
(1. Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul; 2. Santa Casa de Misericórdia)
INTRODUÇÃO:

A radioterapia, quando empregada no tratamento do câncer de cabeça e pescoço, poderá produzir paraefeitos no organismo, tais como hipossalivação, xerostomia, cárie de radiação, infecções oportunistas, disfagia, desconforto local e limitação de abertura bucal. A proposta deste estudo foi avaliar o grau de abertura bucal dos pacientes antes e imediatamente após o tratamento radioterápico, comparando a eficácia de dois exercícios fisioterápicos descritos.Levou-se em consideração os campos irradiados e quais os músculos mastigatórios incluídos nesses campos.

METODOLOGIA:

Foram examinados 3 grupos de 18 pacientes distribuídos aleatoriamente entre os grupos. Compunham as amostras pacientes adultos, com câncer na região de cabeça e pescoço e com indicação de tratamento radioterápico paliativo ou curativo. Realizou-se um exame clínico prévio ao início do tratamento radioterápico e outro imediatamente após o término da terapia, comparando-se os resultados entre ambos os exames. Mensurou-se, com compasso de Boley, o grau de abertura bucal e, seguindo orientações de uma tabela desenvolvida por Golsdtein (1999), as condições clínicas dos pacientes, que foram classificadas em normais, leves, moderadas e severas.

RESULTADOS:

Os resultados demonstraram que houve uma redução de 4,94mm na abertura bucal dos pacientes do grupo controle, em que não foram instituídos exercícios, comparando com uma redução de 3,80mm no grupo em que se instituiu a primeira séria de exercícios e de 1,38mm no grupo que realizou a segunda série. Condições clínicas severas foram diagnosticadas em 10,5% dos pacientes do grupo controle, em 6,8% dos pacientes que desenvolveram a primeira série de exercícios e em nenhum paciente envolvido na segunda série. Quando irradiados, os músculos pterigoideos e esternocleidomastoideo foram os de maior influência na piora das condições observadas. Os resultados foram analisados através de testes estatísticos de Pearson, t-student e análises de variância.

CONCLUSÕES:

O trismo é uma ocorrência freqüente, mas não inevitável, sendo que a fisioterapia pode ser uma alternativa para prevenir essa condição. No entanto, fazem-se necessários estudos longitudinais para determinar o momento ideal para que essa intervenção seja realizada.

 
Palavras-chave: radioterapia; trismo; fisioterapia.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006