Mesmo diante da rejeição pela medicina oficial, as práticas populares são usadas para prevenir e solucionar problemas de saúde, pois estão vinculadas a aspectos vividos no cotidiano e fundamentadas em costumes e tradições. Essas práticas respondem a muitas necessidades e expectativas de seus usuários, as quais, em muitos casos, não são contempladas dentro das ações terapêuticas propostas por profissionais de saúde. No que diz respeito aos portadores de hipertensão arterial, também podem significar uma terapêutica importante na tentativa de solucionar ou amenizar sintomas relacionados a esse problema de saúde. Os objetivos desse estudo foram identificar as principais práticas populares utilizadas por portadores de hipertensão arterial e analisar sobre as vantagens e desvantagens relacionadas à adoção das mesmas.

Estudo de natureza descritivo-analítica e abordagem qualitativa, realizado com dezessete portadores de hipertensão arterial, que recebem assistência na Liga de Hipertensão Arterial da Faculdade de Medicina da UFG e em uma Unidade Básica de Saúde do Programa de Saúde da Família, localizada na região Leste do município de Goiânia – GO. Os dados foram coletados por meio de entrevistas gravadas, orientadas por um roteiro semi-estruturado, as quais só se realizaram após permissão dos entrevistados e assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido.

Após análise dos dados, realizada segundo a técnica de Análise de Conteúdo, estabeleceu-se as seguintes categorias temáticas: Adesão ao tratamento, onde percebe-se a importância da presença de uma equipe multidisciplinar no cuidado à saúde do hipertenso; Chás caseiros no tratamento da hipertensão arterial, cujo uso foi observado pela maioria dos entrevistados seja no passado ou presente, estando sua utilização menos evidenciada junto aos hipertensos atendidos na liga de hipertensão arterial; Crenças religiosas e hipertensão arterial, onde verificou-se a presença da religiosidade como uma alternativa de melhorar o estado de saúde em que se encontram e ajuda no enfrentamento da doença.