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D. Ciências da Saúde - 8. Fisioterapia e Terapia Ocupacional - 1. Fisioterapia e Terapia Ocupacional
AVALIAÇÃO DA PROFILAXIA DA TROMBOSE VENOSA PROFUNDA EM UM HOSPITAL-ESCOLA
Ticiana Leal e Leite 1
Camilla Felix Leão de Melo 1
Giselli de Almeida Calheiros 1
Maria do Desterro Costa e Silva 2
Guilherme Benjamim Brandão Pitta 3
(1. Aluna do Curso de Graduação em Fisioterapia da UNCISAL; 2. Professora Auxiliar do Departamento de Fisioterapia da UNCISAL; 3. Orientador, Prof. Adjunto, Dr., do Departamento de Cirurgia da UNCISAL)
INTRODUÇÃO:
[CONTEXTO] A trombose venosa profunda (TVP) é uma doença freqüente e grave, que ocorre principalmente como conseqüência de outras afecções, podendo também ser encontrada em indivíduos previamente sadios. Sua ocorrência pode levar a complicações como a embolia pulmonar e a síndrome pós-trombótica. É estimada uma incidência de 160 casos de trombose venosa profunda e de 60 casos de embolia pulmonar por ano para cada 100 mil habitantes nos países ocidentais. Aproximadamente 10% das embolias pulmonares sintomáticas podem causar a morte uma hora após o início, e se deixados sem tratamento, cerca de 30% dos pacientes com embolia pulmonar não-fatal poderão evoluir para a morte. Logo, a profilaxia é o melhor meio para reduzir a incidência de TVP, diminuindo a morbidade e a mortalidade geradas por suas complicações. Na relação custo x efetividade, é mais vantajoso manter uma rotina profilática nas unidades hospitalares, a tratar um paciente com a doença já instalada. A profilaxia primária da TVP, principal escolha na maioria das circunstâncias clínicas, envolve terapia medicamentosa e física. É de grande relevância avaliar sua utilização a fim de garantir uma melhor qualidade de vida para o paciente, e uma relação custo x efetividade vantajosa para os serviços hospitalares. [HIPÓTESE] A freqüência da utilização da profilaxia em doentes internados em um hospital-escola é de 20%. [OBJETIVO] Determinar a freqüência da utilização da profilaxia em doentes internados em um hospital-escola.
METODOLOGIA:
[TIPO DE ESTUDO] Estudo transversal descritivo. [LOCAL] Hospital-Escola José Carneiro da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas, Maceió, AL. [AMOSTRA] Pacientes de diferentes especialidades, internados no hospital. [VARIÁVEL] A variável primária é a freqüência da utilização da profilaxia adequada (terapia farmacológica e terapia física) para TVP. Os dados foram coletados nos prontuários, dividido-os em clínicos e cirúrgicos. A estratificação do risco e a profilaxia adequada (Caiafa, 2001 - Protocolo para profilaxia da TVP) são: o baixo risco consiste em deambulação precoce e terapia física; o médio risco é utilizada a terapia física e a heparina sub-cutânea 5.000 UI, SC, 12/12 h ou heparina de baixo peso molecular (HBPM), SC, em dose menor, 24/24 h; e o alto risco é indicado a terapia física e heparina 5.000 UI, SC, 8/8 h ou HBPM, SC, na dose profilática maior, uma vez ao dia. A variável secundária foi a classificação do risco para TVP em baixo risco: na presença de um ou nenhum fator de risco; médio risco: na ocorrência de dois a quatro fatores de risco; e alto risco: na vigência de cinco ou mais fatores de risco. [MÉTODO ESTATÍSTICO] O tamanho da amostra foi estimado em 297 indivíduos. O armazenamento dos dados foi feito em planilhas do programa Microsoft Excel 2000. O estudo estatístico foi realizado através do software SPSS versão 12.0, onde foram utilizados os testes qui-quadrado e de correção bivariada, considerando o valor de p<0,05.
RESULTADOS:
[DESVIOS DA PESQUISA] Os dados foram coletados no período de janeiro a março de 2006. [CARACTERÍSTICAS DA AMOSTRA] A idade média dos doentes foi de 55 anos, e a proporção de homens 53% (66/123). Foram estudados 28% (123/436) dos pacientes internados; na clínica médica (n=75) onde 27% (20/75) dos pacientes apresentaram baixo risco, 54% (41/75) médio risco e 18% (14/75) alto risco para TVP; e na clínica cirúrgica (n=48) observamos que 33% (16/48) dos pacientes apresentaram baixo risco, 58% (28/48) médio risco e 8% (4/48) alto risco para TVP. [VARIÁVEIS] No grupo clínico encontramos que 19% dos pacientes receberam a profilaxia de forma adequada e 81% de forma não adequada. No grupo cirúrgico em 4% dos casos a profilaxia foi adequada e 96% dos casos de forma inadequada (p<0,01). A correlação entre o risco e a profilaxia adequada no grupo clínico foi de 57% (r =0,57; p<0,01); entretanto no grupo cirúrgico não houve correlação significativa, possivelmente, pelo fato de haver apenas dois casos de profilaxia adequada.
CONCLUSÕES:
Apesar de ter a sua eficácia comprovada e difundida, a profilaxia medicamentosa e fisioterapêutica para a trombose venosa profunda não está sendo utilizada de forma adequada e rotineira nos pacientes com risco potencial para desenvolvimento desta doença, no Hospital Escola José Carneiro. Visto que a freqüência encontrada da utilização da profilaxia nos doentes internados neste hospital-escola foi de apenas 13%.
Instituição de fomento: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas – FAPEAL
Trabalho de Iniciação Científica  
Palavras-chave: Prevenção e controle; trombose venosa; avaliação.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006