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A. Ciências Exatas e da Terra - 4. Química - 4. Química de Produtos Naturais

DETERMINAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DOS EXTRATOS DICLOROMETÂNICO E METANÓLICO DAS FOLHAS DE Ferdinandusa goudotiana K. SCHUM. (RUBIACEAE) PELOS MÉTODOS DPPH E ABTS

Denny William de Oliveira Mesquita 1, 2
Cecília Verônica Nunez 1
Orlando Libório Pereira Júnior 1
Adriana Spirotto Stein Mesquita 1, 2
Lorena Mayara de Carvalho Cursino 1, 2
Simone Rodrigues de Carvalho 1, 3
(1. Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia/INPA; 2. Universidade Federal do Amazonas/UFAM; 3. Universidade do Estado do Amazonas/UEA)
INTRODUÇÃO:

A família Rubiaceae é uma das maiores entre os grupos de Angiospermas, apresentando 44 tribos, 637 gêneros e 10700 espécies, poucas foram estudadas quimicamente. Presentes no mundo todo, as espécies deste táxon são predominantes nas regiões tropicais e subtropicais. Diversos gêneros dessa família são conhecidos por possuírem propriedades medicinais como, Cinchona (quineira) utilizado no combate à malária. Trabalho realizado com as folhas de Ferdinandusa goudotiana, mostra que o extrato metanólico apresentou resultados positivos para atividade citotóxica, antioxidante e antibacteriana. A partir do início dos anos 80 tem-se aumentado o interesse pela capacidade antioxidante das plantas, por desempenharem um papel importante na saúde humana e apresentarem influência na conservação de alimentos os fitoantioxidantes poderiam substituir os antioxidantes sintéticos, os quais têm sido restringidos devido o seu potencial de carcinogênese, bem como pela comprovação de diversos outros males.   A ausência de estudos químicos sobre esta espécie, aliada ao fato da importância dos fitoantioxidantes motivaram o presente trabalho que descreve a quantificação da atividade antioxidante dos extratos diclorometânico e metanólico das folhas de F. goudotiana, frente ao 1,1-difenil-2-picrilhidrazila (DPPH) e ao ácido-6-sulfônico-2,2-azinobis3-etilbenzotiazolina (ABTS).

METODOLOGIA:

As folhas estudadas foram coletadas na Reserva Particular de Proteção Natural Cachoeira da Onça no município de Presidente Figueiredo no Estado do Amazonas, secas naturalmente, pesadas e trituradas em moinho de facas. Os extratos diclorometânico e metanólico foram obtidos utilizando 20 min de ultra-som em cada procedimento repetido mais duas vezes com cada solvente (primeiro DCM depois MeOH). A avaliação da atividade antioxidante foi realizada através de dois métodos medindo a capacidade de seqüestro de radicais com DPPH. (2 e 20 min., em 517 nm) e com ABTS.+ (1 e 6 min, em 734 nm). As amostras foram preparadas a partir da solubilização dos extratos com o melhor solvente, DCM ou MEOH na concentração de 4 mg em 10 mL de metanol grau HPLC. O mecanismo de ação desses métodos é baseado no seqüestro de radicais livres que são produzidos in vitro e ao adicionar o provável antioxidante contido no extrato vegetal ocorre perda do radical cromógeno evidenciada através da redução de absorbância em determinado comprimento de onda. As leituras foram realizadas em espectrofotômetro UV-Visível e as diminuições foram correlacionadas em uma curva de dose-resposta de um antioxidante padrão. O antioxidante padrão escolhido foi o ácido ascórbico por ser biologicamente ativo participando das reações no organismo.

RESULTADOS:

Os resultados obtidos foram expressos em equivalência com o ácido ascórbico, termo este adotado para expressar a razão da concentração da amostra pela concentração de ácido ascórbico. A concentração equivalente de ácido ascórbico foi obtida pela interpolação dos dados de variação de absorbância e concentração de ácido ascórbico na curva dose-resposta para cada método. Portanto estes dois termos são distintos e o significado do termo “equivalência com o ácido ascórbico” permite correlacionar a resposta obtida do extrato vegetal com a do antioxidante padrão e quanto mais próximo de 1,0 mais semelhante é a capacidade antioxidante da amostra frente ao ácido ascórbico. Os valores obtidos para o ensaio com DPPH foram: 112,8 e 60,6 (2 e 20 min, respectivamente) para o extrato diclorometânico e de 10,0 e 7,0 (2 e 20 min) para o extrato metanólico. Para o ensaio com ABTS, os resultados obtidos foram: 14,9 e 11,7 (1 e 6 min, respectivamente) para o extrato diclorometânico e de 10,1 e 11,9 (1 e 6 min) para o extrato metanólico.

CONCLUSÕES:

Em ambos os métodos os extratos metanólicos apresentaram elevada atividade, porém o extrato diclorometânico não foi efetivo para o DPPH somente para o ABTS. Este fato é curioso e o fracionamento fitoquímico está em andamento para tentar isolar a(s) substância(s) responsável(is) pela atividade.

Instituição de fomento: FAPEAM, MCT/CNPq (Programa PPBio-Componente Temáticos) e INPA.
 
Palavras-chave: Ferdinandusa goudotiana K. Schum.; ABTS; DPPH.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006