G. Ciências Humanas - 8. Psicologia - 11. Psicologia Social |
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GÊNERO E REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DA AIDS ENTRE JOVENS UNIVERSITÁRIOS DO DISTRITO FEDERAL |
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Bruno Teixeira Barbosa 1 |
Rogério Magalhães Furtado 2 |
Gabriela Carvalho 3 |
Ana Lúcia Galinkin 4 |
Eliane Maria Fleury Seidl 4 |
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(1. Instituto de Ciência Política da universidade de Brasília; 2. Faculdade de Educação da Universidade de Brasília; 3. Departamento de Ciências Sociais da Universidade de Brasília; 4. Instituto de Psicologia da Universidade de Brasília) |
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INTRODUÇÃO: |
Por representações sociais entende-se uma forma de conhecimento elaborado por um grupo, segmento social ou sociedade, conhecimento este construído coletivamente e transmitido mediante diversas formas comunicacionais, tendo como função orientar comportamentos e interações entre sujeitos e grupos. O estudo teve por objetivo identificar as representações sociais da aids de jovens universitários, a partir da técnica de evocação, com recorte de gênero. A presente pesquisa insere-se em um projeto maior dentro do Programa Brasil Afroatitude (Estudantes negros e afro-descendentes: uma proposta intersetorial de inclusão social), do Programa Nacional de DST e Aids do Ministério da Saúde, em desenvolvimento no Instituto de Psicologia da Universidade de Brasília, sendo a primeira do Projeto “Representações sociais e práticas preventivas em relação às DST/aids em jovens universitários”. |
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METODOLOGIA: |
Participaram do estudo 201 alunos da Universidade de Brasília, 84 do sexo masculino e 117 do sexo feminino. As idades variaram de 17 a 41 anos (média = 22), matriculados em cursos das áreas de Humanas, Exatas e da Saúde. A participação foi voluntária e anônima, sendo que as pessoas assinaram Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. O instrumento de coleta de dados, auto-aplicado, solicitava que os estudantes escrevessem seis palavras que associavam ao termo indutor aids, hierarquizando da primeira à sexta palavra. Dados sociodemográficos também foram solicitados. O tempo médio de resposta foi de 10 minutos. Os dados foram analisados pelo software EVOC (Ensemble de Programmes Permettant l’Analyse dês Évocations). Este programa identifica a organização interna das representações sociais a partir de critérios de freqüência e ordem de evocação, bem como fornece dados para o reconhecimento dos possíveis elementos centrais e periféricos que formam a estrutura das representações sociais. Os elementos mais freqüentes e primeiramente evocados são aqueles que, provavelmente, fazem parte do núcleo central. Para a delimitação do ranking, trabalhou-se com ponto de corte 3,5 e freqüência superior a 10 ocorrências e de no mínimo 5 ocorrências. |
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RESULTADOS: |
A análise das evocações por gênero apontou, no núcleo central que caracteriza o cerne das representações sociais, semelhanças entre homens e mulheres. No núcleo central dos jovens do sexo masculino, as seis palavras mais freqüentes associadas ao termo indutor foram: sexo (n=33), doença (n=30), preconceito (n=21), camisinha (n=11), vírus (n=11) e medo (n= 10). No sexo feminino, observou-se: morte (n=52), sexo (n=48), doença (n=42), preconceito (n=34), camisinha (n=27) e prevenção (n=24). Verificou-se, assim, a presença de termos ilustrativos da categoria de exposição mais freqüente (sexo), ao lado da menção ao insumo de prevenção mais importante para o controle da epidemia. Constatou-se, ainda, a ocorrência de termos sugestivos de uma representação que ressalta a gravidade da soropositividade como doença e suas conseqüências sociais negativas. Uma análise mais abrangente da distribuição dos termos, além do núcleo central, indicou maior presença no sexo feminino de termos referentes a aspectos emocionais (dor, sofrimento, tristeza, esperança, desespero), enquanto nos rapazes verificou-se a presença de termos negativos com conotação moral (discriminação, irresponsabilidade, descuido, promiscuidade). |
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CONCLUSÕES: |
A Teoria das Representações Sociais, utilizada como principal referência teórica na compreensão do tema proposto, parece adequada para apreender a maneira como os universitários pensam a aids, permitindo compreender melhor suas condutas em relação à questão proposta, uma vez que a teoria pressupõe que as representações sociais orientam as práticas e as relações sociais. É notável que termos como prevenção e camisinha já façam parte das representações da doença e esta não esteja mais associada à homossexualidade, palavra que teve baixa freqüência em ambos os gêneros. Por outro lado, os termos morte e doença, em alta freqüência, sugerem a representação da aids ainda associada à letalidade, o que hoje não caracteriza tanto a enfermidade, tendo em vista a existência de tratamento e o acesso à terapia anti-retroviral. Explorações do banco de dados, com outras análises, como a área do curso de graduação, deverão ser implementadas. |
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Instituição de fomento: Programa Nacional de DST e aids do Ministério da Saúde
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Trabalho de Iniciação Científica
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Palavras-chave: representações sociais; gênero; aids. |
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Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006 |
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