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A. Ciências Exatas e da Terra - 4. Química - 4. Química de Produtos Naturais

ANÁLISE DA ATIVIDADE TOXICOLÓGICA E CITOTOXICOLÓGICA DOS EXTRATOS DE Plumbago scanden

Ryanne Pinheiro Monteiro 1
Elaine Andrade de Oliveira 1
Yanna Carolina Ferreira Teles 1
Karen Polyana Leite Cavalcante 1
Mitchelle Mitcheline Oliveira Fernandes  1
Marçal de Queiroz Paulo 2
(1. Aluno(a) Iniciação Científica/Lab. Químico de Produtos Naturais/DQ/CCEN/UFPB; 2. Prof. Dr. do Departamento de Química/CCEN/UFPB)
INTRODUÇÃO:

Plumbago scandens L., conhecido popularmente como louco pertence à família Plumbaginácea que compreende cerca de 20 gêneros com aproximadamente 500 espécies, apresentando uma ampla distribuição geográfica. O P. scandens é planta sub-arbustiva ascendente, de 0,5 a 1,5m de altura difundida em áreas de restinga, caracterizada por alta intensidade luminosa e solo arenoso. Sua disseminação é realizada por animais e seu ciclo é perene, apresentando flor e fruto em grande parte do ano. As espécies do gênero Plumbago têm sido usadas na medicina popular como anti-reumática, purgativo, contra sífilis e dores de dentes, bem como nas infecções da pele e do estômago e na indigestão e gases. Algumas das atividades biológicas atribuídas a essa espécie estão relacionadas com a presença da naftoquinona plumgagina, isolado principalmente das raízes. O presente estudo tem como objetivo avaliar as atividades toxicológicas dos extratos hidroalcoólicos das partes aéreas de P. scandens.

METODOLOGIA:

As folhas e os caule de “louco” foram secos, moídos e submetidos a extração hidroalcoólica em Soxhlet, na presença de uma solução etanol:água (8:2) por 24 horas. Após a secagem dos extratos foram realizados os testes citotoxicológicos frente à microlarvas de Artemia salina baseados na metodologia de Fontenele (1988). Os extratos foram solubilizados em água salina e dissolvidos até a concentração de 200mg/mL. Partindo desta solução-padrão efetuou-se diluições para concentrações inferiores de 100, 50, 10mg/mL. Os bioensaios foram realizados em duplicata, contendo 10 larvas de A. salina em cada solução, com tempo de exposição de 24 horas. Um grupo controle também foi preparado nas mesmas condições sem a presença da substância.  Os    testes toxicológicos frente à alevinos de Poecilia reticulada foram realizados nas mesmas concentrações acima citadas.  As soluções para os testes foram preparadas em um litro de água destilada, dissolvendo-se 0,2g dos extratos, obtendo-se a concentração de 200mg/mL . Partindo-se da solução padrão efetuou-se diluições para concentrações inferiores.  Os alevinos foram aclimatados em laboratório por um período de quarenta e oito horas. Uma quantidade de 10 alevinos foi submetida a testes em soluções, nas concentrações de 200, 100, 50, 10 mg/mL do extrato testado. Um grupo controle em idênticas condições permaneceu em água destilada sem os extratos.

RESULTADOS:

No teste toxicológico observou-se a mortalidade de 100% dos alevinos na concentração de 200 mg/mL, 50% na concentração de 100 mg/mL, 0% na concentrações de 50 mg/mL e 10 mg/mL. No teste citotoxicológico verificou-se a mortalidade de 100% das larvas na concentrações de 200 mg/mL e 100 mg/mL, 10% na concentração de 50 mg/mL e 0% na concentração de 10 mg/mL.

CONCLUSÕES:
O extrato hidroalcoólico das folhas e caule da Plumbago Scandens L. apresentou toxicidade frente à alevinos de Poecilia reticulata, e citotoxicidade em Artemia salina. Devido ao potencial toxicológico e citotoxicológico apresentado e ao seu freqüente uso na medicina tradicional, torna-se necessária uma investigação mais aprofundada das propriedades tóxicas dos extratos de Plumbago Scandens L.
Trabalho de Iniciação Científica  
Palavras-chave: Plumbago scandens L.; toxicidade; citotoxicidade.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006