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A. Ciências Exatas e da Terra - 4. Química - 4. Química de Produtos Naturais

ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DOS EXTRATOS VEGETAIS DAS FOLHAS DE Duroia macrophylla HUBER (RUBIACEAE)

Adriana Spirotto Stein Mesquita 1, 2
Cecília Verônica Nunez 1
Orlando Libório Pereira Júnior 1
Denny William de Oliveira Mesquita 1, 2
Lorena Mayara de Carvalho Cursino 1, 2
Jussival de Abreu Pinheiro Novaes 1, 3
(1. Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia/INPA; 2. Universidade Federal do Amazonas/UFAM; 3. Universidade do Estado do Amazonas/UEA)
INTRODUÇÃO:

O interesse pela descoberta de novos antioxidantes a partir de fontes naturais vem crescendo nos últimos anos, principalmente por prevenir a deteriorização de alimentos e minimizar o dano oxidativo às células vivas. Na literatura encontram-se vários trabalhos que utilizam os métodos varredores de radicais DPPH. e ABTS.+ em paralelo para avaliar a capacidade antioxidante de várias categorias de amostras: estes dois métodos são os mais utilizados para avaliar o potencial antioxidante de materiais biológicos devido a apresentarem excelente estabilidade em determinadas condições do ensaio e serem fáceis de implementar em laboratórios fitoquímicos, esses métodos empregam radicais estáveis em solução com coloração, essas soluções são passíveis de análises espectrofotométricas e os resultados podem ser comparados quantitativamente com padrões de antioxidantes comerciais e/ou naturais. Neste trabalho o antioxidante padrão escolhido foi o ácido ascórbico por ser biologicamente ativo participando das reações no organismo. Estudo realizado com uma espécie do gênero Duroia indicou a presença de flavonóides que são considerados poderosos antioxidantes. Este trabalho teve como objetivo analisar a atividade antioxidante dos extratos diclorometânico, metanólico e aquoso das folhas de Duroia macrophylla, bem como gerar novos conhecimentos a respeito da nossa flora brasileira, ainda tão pouco estudada.

METODOLOGIA:

As folhas estudadas foram coletadas na Reserva Particular de Proteção Natural Cachoeira da Onça no município de Presidente Figueiredo/AM, secas a temperatura ambiente, pesadas e trituradas em moinho de facas. Obtiveram-se extratos diclorometânico, metanólico e aquoso os quais foram concentrados em rota-evaporador. A avaliação da atividade antioxidante foi realizada através de dois métodos medindo a capacidade de seqüestro de radicais com DPPH. (2 e 20 min em 517 nm) e com ABTS.+ (1 e 6 min em 734 nm). Durante a execução foram avaliados dois tempos de reação para obtenção de dados comparativos e melhor entendimento da influência do tempo na reação do antioxidante presente no extrato com o radical contido na solução. Os métodos foram realizados no mesmo dia para diminuir as possibilidades de interferências nas condições de análise. As amostras foram preparadas a partir da solubilização dos extratos vegetais com o melhor solvente, diclorometano ou metanol na concentração de 4 mg em 10 mL de metanol grau HPLC. O mecanismo de ação dos dois métodos é baseado no seqüestro de radicais livres que são produzidos in vitro e ao adicionar o provável antioxidante contido no extrato vegetal ocorre perda do radical cromógeno evidenciada através da redução de absorbância em determinado comprimento de onda. As leituras foram realizadas em espectrofotômetro (UV-Visível VARIAN Série 634) e as diminuições foram correlacionadas em uma curva de dose-resposta do ácido ascórbico.

RESULTADOS:

Os valores obtidos para o ensaio com DPPH foram: 100,8 e 53,5 (2 e 20 min, respectivamente) para o extrato diclorometânico; de 24,7 e 8,0 (2 e 20 min) para o extrato metanólico e de 55,2 e 17,1 (2 e 20 min) para o extrato aquoso. Para o ensaio com ABTS, os resultados obtidos foram: 12,1 e 9,4 (1 e 6 min, respectivamente) para o extrato diclorometânico; de 8,1 e 9,2 (1 e 6 min) para o extrato metanólico e de 8,3 e 9,3 (1 e 6 min) para o extrato aquoso. Os resultados obtidos foram expressos em equivalência com o ácido ascórbico. A concentração equivalente de ácido ascórbico foi obtida pela interpolação dos dados de variação de absorbância e concentração de ácido ascórbico na curva dose-resposta para cada método. Estes dois termos são distintos e o significado do termo “equivalência com o ácido ascórbico” permite correlacionar a resposta obtida do extrato vegetal com a do antioxidante padrão e quanto mais próximo de 1,0 maior é a atividade antioxidante, pois assemelha-se à capacidade antioxidante do ácido ascórbico.

CONCLUSÕES:

Avaliando os resultados para o método DPPH dos extratos de D. macrophylla observa-se que o extrato metanólico obteve as melhores equivalências de atividade antioxidante, porém o extrato diclorometânico apresentou baixa atividade antioxidante. Para o método ABTS observa-se que os extratos metanólico e aquoso tiveram valores próximos de equivalências e mesmo o extrato diclorometânico mostrou elevada atividade, ficando mais próximo ainda após 6 min de reação. Ao comparar a equivalência obtida nos dois métodos para os extratos também é importante considerar que o potencial de redução do elétron do DPPH e do ABTS com relação aos compostos contidos nos extratos pode ser diferente e ser o responsável pela diferença do tempo de resposta analítica. A provável presença dos flavonóides nos extratos de D. macrophylla pode ter contribuído para os bons resultados obtidos. O extrato metanólico de D. macrophylla apresentou atividade nos dois métodos, porém o extrato DCM não foi efetivo para o DPPH somente para o ABTS.

Instituição de fomento: FAPEAM, CNPq e INPA.
Trabalho de Iniciação Científica  
Palavras-chave: Duroia macrophylla; ABTS; DPPH.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006