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D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 3. Saúde de Populações Especiais
RELAÇÃO DO TESTE DE COORDENAÇÃO COM O TEMPO DE PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA DAS IDOSAS CDS/UFSC.
Camila Peter Hoefelmann 1
Tânia R. Bertoldo Benedetti  1
Marize Amorim Lopes  1
(1. Departamento de Educação Física, CDS/UFSC)
INTRODUÇÃO:
A atividade física na terceira idade é um fator importante a ser considerado para a promoção de um envelhecimento saudável. O Programa de Atividade Física para a Terceira Idade do Centro de Desportos (CDS) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) oferece, há mais de 20 anos, possibilidades de uma vida ativa a pessoas idosas da comunidade, visando a manutenção da sua capacidade funcional. As atividades físicas oferecidas são sessões de ginástica, hidroginástica, natação, voleibol adaptado e danças folclóricas. A manutenção da capacidade funcional depende de diferentes elementos da aptidão física, entre eles a coordenação. Esta qualidade física diminui consideravelmente com o processo de envelhecimento, prejudicando o tempo de reação para as atividades cotidianas das pessoas idosas. Assim, o objetivo deste trabalho foi investigar as relações entre a idade, a permanência no programa de atividade física e a coordenação de idosas.
METODOLOGIA:
Fizeram parte da amostra 359 mulheres, acima de 60 anos, com média de 70 ± 5,9 anos de idade, participantes do Programa de Atividade Física para Terceira Idade do CDS/UFSC, que realizaram o teste de coordenação em dezembro de 2005. Foi utilizado o teste de coordenação da bateria AAHPERD (The American Alliance for Health, Physical Education, Recreation and Dance, 1990). A referida bateria é composta por 5 testes motores (resistência, flexibilidade, força, equilíbrio e coordenação), desenvolvida especificamente para mensurar a capacidade funcional dos idosos. O teste de coordenação visa mensurar, através de duas tentativas, o tempo que o idoso leva para realizá-lo. Foram anotados décimos de segundo e considerado como resultado final o menor dos tempos obtidos. Para análise dos resultados, o tempo do teste de coordenação foi classificado em 4 categorias: menos de 8 segundos; de 8,1 a 10; de 10,1 a 12; e mais de 12,1 segundos. Já a permanência no Programa foi classificada em 6 categorias: menos de um ano, 1,1 a 3; 3,1 a 5; 5,1 a 10; 10,1 a 15; e mais de 15 anos. A idade foi definida em cinco faixas etárias: até 65 anos; 65-69; 70-74; 75-79; e mais de 80 anos. Para análise dos dados, utilizou-se freqüência, percentual e o teste qui-quadrado entre as variáveis, utilizando-se o p ≤ 0,05.
RESULTADOS:
Das 359 idosas pesquisadas, 22% tinham até 65 anos; 25,6%, de 65-69; 29,8%, de 70-74; 15,6%, de 75-79; e 7,0%, mais de 80 anos. Em relação à permanência no programa, 18,7% estão a menos de 1 ano; 18,9% de 1,1-3; 11,4%, de 3,1-5; 33,1%, de 5,1-10; 12,3%, de 10-15; e 5,6% estão mais de 15 anos. Ao relacionar a permanência no programa com os resultados do teste de coordenação, 27,3% das idosas que permanecem de 10,1-15 anos realizaram o teste entre 8,1-10 segundos, tendo o mesmo tempo em 16,2% das idosas que estão de 1,1-3 anos, e para menos de 1 ano de permanência o percentual foi de 19,4%. A maioria das idosas pesquisadas realizaram o teste em um tempo entre 10,1-12 segundos. Ao comparar a idade com a coordenação, das idosas com até 65 anos, 41,8% realizaram o teste entre 8,1-10 segundos, tendo o mesmo percentual para 10,1-12, e apenas 8,9% em 12,1-15 segundos. Das idosas com 65-69 anos, 44,6% realizaram entre 10,1-12 segundos; 23,9% em 12,1-15 e apenas 19,6% em 8,1-10. Das idosas entre 75-79 anos, 41,1% obtiveram um tempo de 10,1-12 segundos; 32,1% em 12,1-15 e 12,5% em um escorre menor (8,1-10). Nas mulheres acima de 80 anos, 52% realizaram em 12,1-15 segundos. A associação da permanência com a coordenação não foi significante (x² = 18,75 p = 0,53). Contudo, quando verificado o escore do teste de coordenação com a idade das idosas, foi observada uma relação significante do x² = 32,96 (p=0,000).
CONCLUSÕES:
Este estudo verificou que as mais idosas realizaram o teste num período maior, o que indica que a coordenação é um dos elementos da aptidão física que diminui com a idade. A permanência no Programa de Atividade Física para Terceira Idade do CDS/UFSC não teve influência significativa na redução do tempo do teste de coordenação, apesar das idosas terem, em maior número, realizado o teste num tempo de 10,1 a 12 segundos. Isto evidencia que, mesmo tendo perdas de coordenação, com o processo de envelhecimento essas não foram tão acentuadas. Os resultados demonstram a necessidade de trabalhar este elemento com mais ênfase durante as sessões de atividade física no Programa, visto que esta qualidade física é importante para a manutenção de uma vida saudável com o envelhecimento.
Trabalho de Iniciação Científica  
Palavras-chave: Idosos; Coordenação; Atividade Física.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006