O aterro controlado é uma técnica de deposição de resíduos industriais e/ou domiciliares capaz de gerar efluentes líquidos (chorume) potencialmente tóxicos, necessitando-se de seu monitoramento. Este trabalho propôs avaliar a toxicidade aguda de chorume, utilizando-se Daphnia magna, Artemia sp e Allium cepa como organismos bioindicadores.

Amostras de chorume foram coletadas em aterro controlado situado no sul de Santa Catarina-Brasil. Microcrustáceos Daphnia magna Straus neonatos (n=10) foram expostos por 48 horas a 20 mL de chorume em diferentes diluições, em placas multiwel, a 20^oC e ao abrigo da luz. Após a exposição, foi determinado o Fator de Diluição (FDd), sendo os valores  comparados com os previstos pela Portaria 017/2002 da Fundação do Meio Ambiente (FATMA). Microcrustáceos Artemia sp (n=10) também foram expostos por 24 horas a 2mL de chorume em diferentes diluições, em placas multiwel, a 25^oC e ao abrigo da luz. Ao final da exposição, foi determinada a Concentração Letal Média (CL₅₀) pelo método matemático Trimmed Spearman-Karber, utilizando-se programa ProbitosÒ. Allium cepa (n=6) foram expostas por 7 dias a 50 mL de chorume, bem como, à água mineral (controle negativo), em tubos Falcon, a 25^oC e ao abrigo da luz, sendo avaliado o percentual de inibição do crescimento das raízes.

Os resultados obtidos permitiram demonstrar que o chorume foi capaz de provocar expressiva toxicidade aguda sobre Daphnia magna (FDd = 48), cujo valor esteve acima do  limite máximo previsto pela Portaria 017/2002 (FDd=8). Da mesma forma, observou-se elevada toxicidade aguda sobre Artemia sp (CL₅₀ = 7,67%). O chorume também provocou a inibição de 100% do crescimento das raízes de Allium cepa, quando comparado ao controle negativo.