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G. Ciências Humanas - 5. História - 2. História do Brasil
O LEVANTE DE 1710: UM ESTUDO SOBRE AS ABORDAGENS DA GUERRA DOS MASCATES NOS LIVROS DIDÁTICOS.
Dulcinea Urubani Ramos Alexandre 1
(1. UFRPE - UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO)
INTRODUÇÃO:
Este estudo descortina parte da trama da criação da Vila de Santo Antonio de Recife. A câmara municipal do Recife surgiu no século XVII, dos conflitos entre a açucarocracia pernambucana e os mercadores reinóis do porto, os mascates recifenses como eram pejorativamente denominados. A despeito da intervenção pungente da coroa, a tensão entre os nobres e mascates não desapareceu com a elevação do Recife a categoria de Vila. Também não se encerraram as disputas políticas entre os produtores e os mercadores de açúcar, interiorizados na municipalidade do Recife. Cartas de doação, forais e ordenações regiam a civilidade da colônia. Como leis gerais certamente não respondiam pelas diversas tensões dos dois lados da questão. Ocupando o espaço deixado pelos holandeses, comerciantes vindos de Portugal estabeleceram-se no Recife. A prosperidade econômica do povoado chamado de mascates é vista com desprezo pelos olindenses, senhores de engenho arruinados pelas dívidas. Neste contexto, buscamos com esse estudo as mais diversas formas de abordagens do tema a evolução dos acontecimentos que culminaram no levante de 1710, de acordo com a pesquisa realizada, contribuindo assim para obtermos um conhecimento mais definido das produções de informação a respeito do objeto de pesquisa.
METODOLOGIA:
Como enfoque central, investigamos os acontecimentos que elevaram o povoado de Recife à condição de Vila. Iniciamos pela abordagem didática de alguns autores especializados no tema que nos esclarecem toda a trama que envolve esta pesquisa. Mantivemos contato com Bibliografia específica sobre o Recife no século XVII, nas diversas bibliotecas da UFPE e UFRPE e em arquivos da cidade a fim de realizarmos um levantamento do movimento de vários ângulos.
RESULTADOS:
Pretendemos com esta pesquisa diagnosticar esse movimento ocorrido em Pernambuco o qual é de grande importância na historiografia brasileira e, sobretudo recifense. Pois caracteriza todo o processo de formação do comércio. A guerra dos mascates além de ser um dos acontecimentos mais polêmicos da história pernambucana, caracterizou-se por uma luta entre o Recife, cidade dos mercadores portugueses, dos mascates, e Olinda a velha capital criada por Duarte Coelho e o centro dos senhores de engenho.
CONCLUSÕES:
À medida que algumas vilas conquistavam o título de cidade e as povoações menores sofriam reformas, interesses de grupos locais eram amenizados pela coroa. A vila de Olinda incluía-se nesse processo no século XVII. Pontuada como uma das sedes mais expressivas no primeiro século de colonização, a vila perdia seu status e tinha no seu senado um centro de debates com a coroa que se estenderam por um longo período. O conflito de interesses políticos e econômicos entre a nobreza açucareira pernambucana e os novos burgueses, vindos de Portugal foi o ingrediente principal do conflito entre olindenses e recifenses. Entretanto, a revolta não conseguiu conter o crescimento do povoado do Recife, que foi elevado a categoria de Vila Independente em 1710. Considerando a importância do estudo da historiografia de Pernambuco, para a formação da identidade cultural, achamos ser do interesse acadêmico uma pesquisa, que indicasse quais os discursos que se tem formado e reproduzido sobre o tema e quais as abordagens que se tem viabilizado dentro de um conteúdo didático como instrumento de construção do saber em sala de aula.
 
Palavras-chave: GUERRA DOS MASCATES; LEVANTE DE 1710; RECIFE E OLINDA.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006