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D. Ciências da Saúde - 8. Fisioterapia e Terapia Ocupacional - 1. Fisioterapia e Terapia Ocupacional

PREVALÊNCIA DE SINAIS E SINTOMAS DE DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR EM ESCOLARES DE FLORIANÓPOLIS.

Juliane Paludeto  1
Gabriela Silva Gottschalk  1
Andréa Fontoura Motta  1
Patrícia Cossetin Teixeira  1
(1. Universidade do Estado de Santa Catarina / UDESC)
INTRODUÇÃO:

A articulação temporomandibular (ATM) é responsável por funções essenciais para a vida, como a mastigação e a deglutição, além de participar de outras funções importantes, tais como a fala e a expressão das emoções. Um desequilíbrio entre a ATM, articulação alvéolo dentária e a oclusão, juntamente com a ação desequilibrada dos músculos da mastigação levam a desordens ou disfunção temporomandibular (DTM). Geralmente, problemas na ATM são descobertos somente na fase adulta. A importância de serem reconhecidos precocemente os sinais e sintomas indicativos de DTM está em possibilitar a prevenção de degenerações e disfunções craniomandibulares na maioridade.  Devido à escassez de dados epidemiológicos na população infantil brasileira e observando a alta incidência de DTMs presente em estudos internacionais, este estudo teve como objetivo verificar a prevalência de sinais e sintomas de DTMs em uma população de alunos com idade entre nove e quinze anos de escolas de Florianópolis, bem como, classificar os alunos quanto ao grau de disfunção temporomandibular segundo um índice anamnético adaptado de Fonseca et al. (1994), e identificar as alterações nos movimentos de abertura da boca, a sensibilidade/dor a palpação da ATM, e a presença de ruídos articulares.

METODOLOGIA:

Trata-se de uma pesquisa descritiva de campo, realizada com 110 alunos entre nove e quinze anos de idade, de ambos os sexos, em três escolas do município de Florianópolis, SC, no período de março a novembro de 2005. Para participar da pesquisa os alunos não poderiam estar tomando medicação como analgésicos, relaxantes musculares, narcóticos, tranqüilizantes ou antidepressivos e não poderiam estar em tratamento ortodôntico. Como instrumento para coleta de dados foi utilizada uma ficha de avaliação subdividida em três partes: dados de identificação, questionário anamnético adaptado de Fonseca et al. (1994) e exame físico. Os instrumentos utilizados nos procedimentos de avaliação foram uma régua da marca Polibras, graduada de 0 a 200 mm e um estetoscópio da marca BD adulto. Os dados coletados a partir do questionário foram organizados no programa Microsoft Excel 2000 e analisados descritivamente.

RESULTADOS:

A classificação segundo o grau de disfunção temporomandibular dos sujeitos da amostra de acordo com o índice anamnético adaptado de Fonseca et al. (1994) foi: 35% (n=39) dos sujeitos sem DTM, 51% (n=56) com DTM leve, 12% (n=13) com DTM moderada, e 2% (n=2) com DTM severa. Em relação às alterações nos movimentos de abertura da boca: 29% (n=32) não apresentaram alterações tanto na abertura como no fechamento da boca, 45% (n=49) apresentaram desvio e 26% (n=29) apresentaram deflexão. Foi observado que 84% (n=92) dos indivíduos apresentavam mobilidade mandibular normal, e 16% (n=18) apresentavam mobilidade prejudicada. Segundo a sensibilidade/dor a palpação da ATM pode-se observar que 19% (n=21) da amostra não referiram sensibilidade à palpação, 23% (n=25) referiram sensibilidade à palpação lateral e mais da metade da amostra, 58% (n=64) referiram sensibilidade à palpação posterior. Quanto à presença de ruídos articulares: 53% (n=58) não apresentaram ruídos articulares, 29% (n=32) apresentaram estalido e 18% (n=20) apresentaram crepitação.

CONCLUSÕES:
Diante dos resultados apresentados no estudo pode-se observar que grande parte da amostra estudada apresenta algum grau de disfunção temporomandibular e sinais e sintomas característicos que influenciam no diagnóstico dessa. A presença de sensibilidade/dor na palpação articular teve-se presente com maior significância durante o movimento do que durante o repouso e a maioria da população não apresentou ruídos articulares durante a ausculta. Com isso, pode-se identificar prevalência de 65% de sinais e sintomas na amostra pesquisada contrastando com dados encontrados na literatura, os quais encontram-se em torno de 16,53%. Assim, a importância do diagnóstico precoce de DTM vem se expandindo durante os tempos, tendo destaque na prevenção de maiores complicações na vida adulta.
 
Palavras-chave: articulação temporomandibular; disfunção temporomandibular; prevalência.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006