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E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 5. Agronomia
O SISTEMA DE PRODUÇÃO DOS FEIRANTES DA FEIRA DO PRODUTOR NO MUNICÍPIO DE ALTAMIRA-PARÁ.
Kalila Pinheiro dos Santos  1
Glória Maria Lopes Araújo 1
Hildete Fernanda Silva de Andrade 1
Priscilla Talita Santos de Souza 1
(1. UFPA-Universidade Federal do Pará)
INTRODUÇÃO:
A feira do produtor da cidade de Altamira foi construída em setembro de 1973, como um meio de comercialização para os pequenos agricultores, que ao longo do tempo organizaram-se em uma associação; APEFA-Associação dos Produtores e Feirantes de Altamira, esses produtores comercializam a produção de seus estabelecimentos rurais e urbanos (pequenas hortas em terrenos na cidade). Sendo o sistema de cultivo baseado na agricultura convencional, como conjunto de técnicas produtivas que surgiram em meados do século XIX, conhecida como a 2ª revolução agrícola, que terce como suporte o lançamento dos fertilizantes químicos por Liebig. Este emprego expandiu-se após as grandes guerras com o emprego de sementes manipuladas geneticamente para o aumento da produtividade, e esse sistema de agricultura ainda é largamente utilizado nos tempos atuais. O objetivo desse artigo é caracterizar o sistema de cultivo dos agricultores da feira do produtor de Altamira.
METODOLOGIA:
No período de 18 de fevereiro a 03 de março de 2006 adotaram-se como procedimento para elaboração desse estudo, métodos quantitativos e qualitativos, com entrevistas estruturadas direcionadas a uma amostra aleatória de 14 agricultores dos 144 cadastrados na APEFA e residentes em diferentes localidades da rodovia transamazônica, onde relataram as atividades desenvolvidas em seus estabelecimentos e para complementar as informações sobre o funcionamento da feira, foi entrevistado o administrador da mesma, e durante as entrevistas foram feitos registros fotográficos. O estudo foi realizado por uma equipe de quatro alunas do curso de agronomia da Universidade Federal do Pará - Campus Altamira.
RESULTADOS:
Os agricultores que comercializam na Feira do Produtor no município de Altamira, destinam em média, 1(um) hectare para o plantio de cada cultivo em seus estabelecimentos e apresentam uniformidade no preparo do solo para o plantio, utilizam o sistema “corte e queima” que consiste na derrubada da mata e na queima para “limpeza” da área, e nas áreas de cultivo são utilizados adubos químicos, entretanto, alguns agricultores utilizam esterco. A produção agrícola desses estabelecimentos é composta por diversas espécies olerículas : tomate (Lycopersicum esculentus), alface (Lactuca sativa L.), coentro (Coriandrum sativum), cebolinha (Allium fistulosum L.), feijão (Phaseolus sp), repolho (Brassica oleracea var. capitata), abóbora (Cucurbita pepo L.), quiabo (Abelmoshus sculentus), pimentão (Capsicum annuum L.) e outros. Entre esses a alface e o tomate por serem mais suscetíveis a variações climáticas, pragas e doenças requerem maior quantidade de adubos, ressaltando que em todos os cultivos, se faz uso de diferentes defensivos; herbicidas, fungicidas, inseticida (Folidol, Tamaron,Thiobel). O uso desses produtos sem equipamentos de proteção, sem obedecerem ao período de carência para colheita, resulta em diversos problemas de saúde, tanto para o agricultor quanto para o consumidor, fatores esses, que podem ser justificados pela ausência de assistência técnica.
CONCLUSÕES:
O sistema de cultivo apresentado caracteriza-se pela produção voltada para comercialização, sendo a Feira do Produtor uma alternativa para esses pequenos produtores, que utilizam estratégias simples, buscando cultivar o que estimam vender semanalmente, alcançando uma renda média de 200,00 reais por semana. Os agricultores localizados na zona rural têm maiores despesas com transporte, pois são dependentes de caminhões com carrocerias os quais são fretados e muitas vezes as rodovias se encontram intrafegáveis, elevando o preço de fretes e consequentemente o valor dos produtos. Mas para não ficarem em desvantagem, em relação aos da zona urbana praticam uniformidade nos preços, os resultados de ambos na cadeia de venda das espécies olerículas são equivalentes. Uma dificuldade apontada por todos os agricultores da feira é a ausência de assistência técnica, que limita a capacidade de produção e inovações tecnológicas que resultaria no aumento da renda e diminuiria um sistema de produção de risco, aos produtores e consumidores.
Trabalho de Iniciação Científica  
Palavras-chave:  Feira; Assistência Técnica; Comercialização.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006