Entomologia Forense é a ciência que utiliza insetos e/ou outros artrópodes, seus indícios ou produtos, como subsídios para solução de processos judiciais, civis ou criminais. Os insetos constituem-se bons indicadores do intervalo pós-morte pelo fato de serem os primeiros a detectar, encontrar e colonizar o cadáver e por estarem presentes em todos os estágios de decomposição. No Brasil, os  ensaios forenses são realizados com animais de pequeno porte como cães, coelhos, ratos e suínos. Estes são mais utilizados, porque são os que mais se aproximam do modelo humano, face suas similaridades de tegumento, tamanho da cavidade torácica, composição protéica e características dos órgãos internos. Entretanto, o conhecimento da biologia das espécies de insetos associados a cadáveres em diferentes regiões brasileiras é de fundamental importância,  face a diversidade climática e faunística do pais. Esses dados podem, então, serem extrapolados para os corpos humanos e inferir, com certa segurança, o intervalo pós-morte. Essas informações são importantes porque podem inocentar ou culpar pessoas envolvidas em processos acusatórios. Portanto, o presente estudo tem por objetivos inventariar as espécies de califorídeos colonizadoras de cadáveres em decomposição sob condições naturais em área florestada e quais destas são boas indicadoras forense.

Foram coletados 72 espécimes de califorídeos adultos representados pelas espécies Chysomya aff. rufifacies, Chloroprocta idioidea (Robineau-Devoidy, 1830), Cochliomyia macellaria (Fabricius, 1775), Hemilucilia segmentaria (Fabricius, 1805)  e Lucilia eximia (Wiedemann, 1819)  com  15, 1, 47, 1 e 8 espécimes, respectivamente. As médias de temperatura e umidade relativa do ar ambiente foram de 26ºC e 68%, respectivamente. Foram observados cinco estágios de decomposição: estágio inicial ou fresco com duração de aproximadamente quatro horas; inchamento durou quatro dias; putrefação escura, dois dias; fermentação, 13 dias; os últimos 27 dias de observações foram de estágio seco.