O estudo de diferentes protocolos na aplicação de microcorrente tem demonstrado bons resultados quanto ao reparo tecidual. Diversas técnicas terapêuticas são empregadas na prática clínica na tentativa de promover aceleração ou melhora do  processo de cicatrização. Entre elas pode-se destacar estímulo da movimentação passiva após a lesão, implantes bioativos, terapia com laser de baixa potência e eletroterapia, sendo que esta última potencializa a reparação de tecidos conjuntivos fornecendo uma opção para auxiliar a reparação de lesões cutâneas. Observou-se em diversos estudos aceleração na síntese e deposição de matriz extracelular no local da lesão com a utilização da microcorrente. Também foi demonstrado que o estímulo elétrico favorece o aumento da permeabilidade vascular, aumento da síntese do Fator de Crescimento Tecidual (TGF-b) e proliferação celular. Apesar dos efeitos da eletroterapia serem conhecidos, pouco se sabe a cerca da aplicação de fitoterápicos associada à aplicação de microcorrente no reparo de ferimentos cutâneos em ratos Wistar. Portanto no presente estudo objetivou-se avaliar a aplicação tópica da Aloe-vera(L) e sulfato de neomicina associada à aplicação de microcorrente em feridas induzidas cirúrgicamente em ratos Wistar.

Utilizou-se 30 ratos Wistar, machos, com peso entre 250/350 g e 120 dias. Foram divididos em 6 grupos(G) de 5 indivíduos: GA–controle; GB–aplicação tópica de Aloe vera(L); GC–microcorrente (10 mA/2 min); GD–aplicação tópica de Aloe vera (L) associada à microcorrente; GE–aplicação tópica de sulfato de neomicina (5 mg/g) e GF–aplicação tópica de sulfato de neomicina (5mg/g) associada à aplicação de microcorrente (10 mA/2 min). Realizou-se a tricotomia 48h antes da cirurgia que ocorreu com lâmina 15 em bisturi convencional. Os animais anestesiados com HypnolÒ (40 mg/kg peso) foram submetidos à lesão cirúrgica na pele dorsal medindo 2cm, previamente demarcada com caneta dermográfica e paquímetro. Os tratamentos iniciaram-se no dia subseqüente à intervenção cirúrgica. Um animal de cada grupo foi sacrificado em dias alternados até o 8º dia com posterior remoção da área lesada. As peças foram removidas dos animais após o sacrifício e fixadas em 20 volumes de solução tampão Millonig pH 7.4 contendo 4% de paraformaldeído por 24 h a temperatura ambiente, lavadas em água destilada e tratadas para embebição em Paraplast (Merck). Os cortes longitudinais com 7 mm de espessura foram tratados com Hematoxilina e Eosina (HE). Picrossirius-hematoxilina (SR) e Azul de Toluidina (AT) em tampão Mcllvane pH 4.0. Os preparados foram documentados em fotomicroscópio Zeiss-Jena (DHE/IB/UNICAMP). Para aplicação de microcorrente foi utilizado o Physiotonus microcurrent – BIOSET. 

A análise dos tratamentos foi feita comparando temporalmente o reparo tecidual nos grupos quanto aos fenômenos inflamatórios (leucocitose, hemorragia e exsudato), proliferativos (hiperplasia fibroblástica, epitelização e angiogênese) e de reorganização tecidual. Os dados indicam que a fase proliferativa é mais precoce (4º dia) nos indivíduos do Grupo D e C quando comparados com o Grupo A e Grupo B.  Entretanto, o volume de tecido neoformado no Grupo C parece menor quando comparado ao Grupo D. Os fenômenos de reparo sofreram aceleração, pelo tratamento do Grupo B (6º  dia), em relação ao Grupo controle (A). No entanto, a hiperplasia tecidual foi aquém da observada nos outros grupos tratados. Os Grupos E e F apresentaram um processo de reparo tecidual bastante lento quando comparados aos Grupos B, Grupo C e Grupo D. 

Os resultados corroboram os achados macroscópicos observados  durante o experimento entre os diferentes grupos estudados. A aplicação diária de microcorrente associada ao tratamento tópico de Aloe vera (L), acelera consideravelmente a cicatrização  cutânea em ratos Wistar.