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A. Ciências Exatas e da Terra - 3. Física - 4. Física da Matéria Condensada

PIRÓLISE À VÁCUO DA AROEIRA

Thiago Alves Spontoni 1
José Renato J. Delben 1
Felipe Fernandes de Oliveira 1
Pollyanna Daniella Candelório 1
Angela A. S. T. Delben 1
Marlene de Barros Coelho 1
(1. Departamento de Física / DFI /Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – UFMS )
INTRODUÇÃO:

A intensificação do uso do GNP (Gás Natural de Petróleo) no Brasil torna necessário maximizar a capacidade de armazenamento. Materiais porosos são candidatos potenciais de grande interesse econômico para este fim. O carvão ativado é até o momento o melhor candidato a adsorvedor do GNP. Ele pode ser produzido pela pirólise de rejeitos da industrialização da cana de açúcar e da madeira.

A madeira quando pirolisada a vácuo sofre modificações em seus componentes (lignina, celulose e polioses), tornando-se um material poroso e com grande área superficial. Neste trabalho estuda-se detalhadamente, em função da temperatura, a pirólise da aroeira (Astronium urundeuva), comum na região do cerrado brasileiro.
METODOLOGIA:

Amostras foram cortadas do cerne da aroeira, parte do lenho da árvore, formada de células mortas e substâncias nutritivas de reserva.

As amostras possuíam as dimensões aproximadas de 55mm de comprimento, 20mm de largura e 5mm de espessura. Elas foram pirolisadas a uma taxa média de aquecimento de 1° C/min, e mantidas por mais 60 min no patamar de 230º C, 310º C, 450º C e 950º C a vácuo. As amostras foram analisadas por Calorimetria Exploratória Diferencial (DSC), Análise Termogravimétrica (TGA) e o de Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV).
RESULTADOS:

As amostras tratadas a 230º C, 310º C e 450º C apresentaram na curva DSC dois picos. O primeiro corresponde à queima de celulose e o segundo, à queima de lignina. Para pirólise em 950°C surge apenas um pico em torno de 450°C, correspondente à oxidação do produto da pirólise completa da lignina e da celulose.

As perdas de massa apresentadas no TGA mostraram que quanto maior é a temperatura de tratamento da amostra, maior é a perda de massa de água após serem armazenadas em ambiente. Os decréscimos seguintes de massa confrontados com o DSC correspondem à decomposição da celulose e da lignina, ainda presentes nas amostras após a pirólise realizada em baixas temperaturas.

As imagens do MEV mostram que quanto maior a temperatura, mais isotrópica é a estrutura do produto resultante.
CONCLUSÕES:
A pirólise completa da madeira aroeira se dá, sob tratamento térmico a vácuo, em temperaturas acima de 500ºC. A heterogeneidade da resistência mecânica tende a desaparecer com o tratamento térmico. A capacidade de absorver água indica uma maior adsorbância para madeira tratada a 950 ºC.
Instituição de fomento: FINEP, FUNDECT e CNPq.
Trabalho de Iniciação Científica  
Palavras-chave: pirólise da madeira; decomposição; adsorvedor.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006