F. Ciências Sociais Aplicadas - 11. Educação Física e Esportes - 1. Educação Física e Esportes |
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Influência da intervenção psicomotora em crianças com síndrome de Down |
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Geciely Munaretto Fogaça de Almeida 1 |
Francisco Rosa Neto 1 |
Lisiane Schilling Poeta 1 |
Miriam Beckhäuser de Bastos Silva 1 |
Elaine Carmelita Piucco 1 |
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(1. Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC) |
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INTRODUÇÃO: |
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METODOLOGIA: |
Nesta pesquisa experimental do tipo estudo de caso, a amostra foi de 5 crianças com síndrome de Down, entre 5 e 8 anos de idade, sendo casualmente 3 meninos e 2 meninas, que procuraram atendimento no LADEHU, durante o ano de 2005 e freqüentaram o Programa de Intervenção Psicomotora Específica – PIPE neste período. O atendimento compreendeu: Avaliação motora, através dos testes da Escala de Desenvolvimento Motor – “EDM” (ROSA NETO, 2002); Avaliação biopsicossocial com os responsáveis da criança; Avaliação postural e antropométrica, seguida de Intervenções Psicomotoras e reavaliação final.
As sessões de intervenção foram realizadas por uma equipe multiprofissional (3 fisioterapeutas, 2 educadores físicos, 2 fonoaudiólogas, uma terapeuta ocupacional e uma psicóloga). O número total de sessões foi de 45, mas variou em cada criança, dependendo do tempo de permanência no programa.
As aulas foram coletivas, em 2 sessões semanais, com duração de 50 minutos cada. Foram propostas atividades estimulantes, realizadas de forma lúdica, num espaço adequado. As atividades englobaram as áreas de motricidade fina e global, equilíbrio, esquema corporal, organização espaço-temporal e linguagem, organizadas através de temas, programados quinzenalmente. Para a análise dos dados utilizou-se a estatística descritiva, sendo analisados de forma quantitativa e qualitativa, utilizando-se estudo comparativo do tipo pré e pós-teste. |
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RESULTADOS: |
CASO A – Masculino. 15 intervenções. Quanto ao desenvolvimento neuropsicomotor, a sustentação cefálica ocorreu aos 18 meses e a marcha sem apoio após os 3 anos. Falou as primeiras sílabas aos 4 anos. Freqüenta a escola especial desde os 5 anos. Seu quociente motor geral passou de 27,4 para 33,0 e a área com maior avanço foi o esquema corporal (passou de 37,9 para 58,3).
CASO B – Masculino. 17 intervenções. A sustentação cefálica ocorreu entre 3 e 6 meses e a marcha sem apoio aos 24 meses. Falou as primeiras sílabas aos 3 anos. Seu quociente motor geral passou de 50,0 para 62,5, com grande melhoria na área do equilíbrio (42,9 para 75,0).
CASO C – Masculino. 15 intervenções. A sustentação da cabeça ocorreu aos 8 meses e a marcha sem apoio aos 30 meses. Falou as primeiras sílabas aos 24 meses. Não freqüenta escola especial e freqüenta escola regular desde os 4 anos de idade. O quociente motor geral foi de 45,3 para 50,0, sendo que as áreas que mais desenvolveu foram motricidade global e equilíbrio.
CASO D – Feminino. 32 intervenções. Quanto ao desenvolvimento neuropsicomotor, a sustentação cefálica ocorreu aos 5 meses e a marcha sem apoio entre 10 e 15 meses de idade. Iniciou a falar após os 3 anos. Freqüenta a escola especial desde os 3 meses e a escola regular desde os 18 meses. Seu quociente motor geral passou de 42,6 para 52,9; a área de maior desempenho foi motricidade global.
CASO E – Feminino. 40 intervenções. A sustentação cefálica ocorreu aos 7 meses e a marcha sem apoio aos 4 anos. Falou as primeiras sílabas entre os 3 e 4 anos. Freqüenta escola especial desde os 12 meses de idade. Seu quociente motor geral passou de 26,3 para 35,8 e a área de maior ganho foi o equilíbrio. |
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CONCLUSÕES: |
Nossos resultados demonstram atrasos nas aquisições motoras em relação ao desenvolvimento motor normal, confirmando a literatura (PUESCHEL, 1995; MUNDY et al. 1995; SARRO; SALINA, 1999). Outros estudos que realizaram avaliação motora por meio da “EDM” em deficientes mentais também encontraram classificação “muito inferior” no desenvolvimento motor (MARINELLO, 2001; ALMEIDA, 2005). As intervenções tiveram efeitos positivos em relação às dificuldades apresentadas pelos sujeitos no pré-teste, embora a classificação “muito inferior” tenha permanecido em todos os casos após as intervenções.
Entretanto, o rendimento pouco satisfatório em algumas habilidades indica a necessidade de mais tempo para as intervenções e análises mais profundas sobre outras características e comportamentos. Esse avanço é comprovado através de pesquisas, que referem que crianças com síndrome de Down podem alcançar estágios mais avançados de raciocínio e de desenvolvimento quando estimulados (BOMFIM, 1996; SILVA 2002).
A pesquisa mostrou a importância da avaliação motora em crianças com síndrome de Down, destacando o resultado positivo da intervenção psicomotora específica, tanto no aspecto motor quanto no aspecto social. Os resultados permitem elaborar a hipótese de que, por meio da experiência obtida por estimulação, pode ser construído um novo padrão de comportamento em pessoas com síndrome de Down, levando a melhorais no seu desenvolvimento global. |
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Instituição de fomento: Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC
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Palavras-chave: Avaliação motora; Intervenção psicomotora; Síndrome de Down. |
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Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006 |
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