A decadência em que se encontra o Bioma Caatinga reflete um dos sinais da crise ambiental vivenciada na atualidade. A falta de conhecimento sobre aspectos relevantes do Bioma em questão propicia a concepção de improdutividade e baixa fonte de recursos naturais que também estão associadas às áreas áridas e semi-áridas de todo o mundo. Alem do desconhecimento sobre a ecologia do Bioma, a Caatinga encontra-se num processo de devastação intenso, que ocasiona a redução da biodiversidade, a degradação dos solos e, principalmente a desertificação de extensas áreas que a abrigam. A avaliação do banco de sementes é uma importante variável no estudo da composição florística e fornece uma indicação do potencial de regeneração natural dos ecossistemas. Em virtude da importância e carência de informações básicas sobre as estratégias de sobrevivência das espécies da Caatinga, este trabalho objetivou avaliar o banco de sementes em três áreas, duas sob mata de Caatinga em estágios sucessionais diferentes e uma sob área de cultivo, onde o histórico determina área originaria do mesmo Bioma.

O estudo foi desenvolvido em três pontos, sendo dois fragmentos de Caatinga em diferentes estágios de sucessão e um em área de cultivo. Foi realizada em a amostragem (em vários dias de coletas) no período de Outubro a Dezembro de 2005. Para cada área de estudo foram coletadas amostras, duas alturas de solo, em cinco pontos distribuídos aleatoriamente. As amostras foram destorroadas e homogeneizadas (para garantir um maior potencial germinativo), divididas em seis tratamentos, T1- área conservada: 1º altura de solo (0-5 cm) incluindo a serrapilheira, T2- área conservada: 2º altura de solo (5-10 cm), T3- área antropizada: 1º altura, T4- área antropizada: 2º altura, T5- área sob cultivo: 1º altura e T6- área sob cultivo: 2º altura, cada tratamento consistindo em cinco repetições (R1, R2, R3, R4 e R5) distribuídas em bandejas plásticas (40 x 25 x 6cm) levadas a germinar em casa de vegetação. O número de sementes vivas foi estimado através da emergência de plântulas em cada bandeja. A determinação da densidade e curva de germinação de sementes foi realizada pela observação do número de plântulas emergentes nas bandejas, fazendo-se o censo periódico em intervalos de dois dias.

O tratamento equivalente à área conservada com altura de 0-5cm (incluindo a serrapilheira) exibiu uma maior diversidade de espécies germinadas, asseguradamente pelo fato de no solo coletado existir uma maior quantidade de sementes quando comparados com os demais tratamentos. A densidade total de sementes foi de 91 sem. m^-2 , nas amostras de 0-5cm de profundidade foi de 180 sem. m^-2 e nas amostras de 5-10cm  foi 2 sem. m^-2.  Verificou-se  que 98,9% das sementes germinadas são das amostras com profundidade de 0-5cm incluindo a serrapilheira  e que apenas 1,1% das sementes germinadas são da segunda profundidade, 5-10cm. Há uma tendência a predominância do estrato herbáceo.