G. Ciências Humanas - 7. Educação - 14. Ensino Superior |
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OBSTÁCULOS E AVANÇOS NA
CONSTRUÇÃO DE OLHARES E ATITUDES TRANSDISCIPLINARES |
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Suemy Yukizaki 1 |
Ana Cristina Souza dos Santos 1 |
Luís Mauro Sampaio Magalhães 2 |
Lenício Gonçalves 3 |
Akiko Santos 4 |
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(1. Instituto de Educação/ UFRRJ; 2. Instituto de Florestas/ UFRRJ; 3. Instituto de Biologia/ UFRRJ; 4. PPGEA/ UFRRJ) |
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INTRODUÇÃO: |
Tendo iniciado suas atividades como Curso de Mestrado em junho de 2003, o Programa de Pós-Graduação em Educação Agrícola (PPGEA) da UFRRJ teve por finalidade desenvolver competências pedagógicas, didáticas, tecnológicas e de gestão em educação para o exercício profissional de docentes e/ou dirigentes de escolas (agro)técnicas, que (ainda hoje) têm sido negligenciados pelas políticas públicas, como potenciais candidatos de fomento à qualificação. Neste sentido, o Programa foi direcionado a profissionais da educação, docentes e/ou gestores, que, atuando em instituições de ensino técnico, não tinham possibilidades reais de aprofundarem seus conhecimentos em nível de pós-graduação. Deve-se ressaltar que o PPGEA visa a integração dos pós-graduandos com seus colegas professores, através de seus estudos a nível de pós, desencadeando, também, uma integração direta entre eles e os alunos do ensino médio e técnico dessas escolas, que também são atores nesse processo. O Mestrado em Educação Agrícola, apesar de manter uma estrutura favorável à transdisciplinaridade, mostra tendência à reprodução da mentalidade disciplinar. Com 47 professores de diversas especialidades e diversos departamentos, este programa, já com três anos de atividades e credenciado pela CAPES em 2005, consiste em um grande desafio. |
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METODOLOGIA: |
Distribuído em 6 (seis) áreas de concentração (Educação Básica, Produção Animal, Produção Vegetal, Agroindústria, Meio Ambiente e Políticas Públicas e Gestão em Educação), o Programa teve, como uma das metas, o envolvimento dos alunos do ensino médio e técnico através de seus professores e, como princípio, uma perspectiva transdisciplinar, em que se pretendia articular áreas de conhecimento bem definidas e que tradicionalmente não interagem. Foi adotada a pedagogia da alternância, com encontros periódicos entre os docentes do Programa e os pós-graduandos na Universidade Rural e nas próprias escolas em que estes atuam. O fundamento dessa estruturação curricular objetiva novos níveis de realidade, propiciados por um olhar integrado “através”, “entre” e “além” das disciplinas, privilegiando o viés pedagógico, contribuindo para a elaboração de interrelações e, conseqüentemente, a busca de novas conceituações.O Programa, atualmente em sua terceira turma, se estende por 18 meses, incluindo o tempo dedicado à elaboração da dissertação. Deste modo, professores e pesquisadores do Laboratório de Estudos e Pesquisas Transdisciplinares – LEPTRANS estiveram com uma dupla responsabilidade, tanto em relação aos demais docentes do Programa, quanto em relação aos alunos/professores das Escolas Técnicas, o que se expressa em obstáculos, mas também em avanços, ao longo do processo. |
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RESULTADOS: |
1. Apesar da intenção dos professores em construir novos patamares epistemológicos na articulação de diferentes perspectivas, juntamente com os diversos especialistas, observou-se tendência em se pensar e atuar multidisciplinarmente. 2. A vivência da diversidade se dá nas reuniões do colegiado e, ainda, entre os docentes do Programa. O conflito decorrente do confronto com as diversas conformações individuais tem sido motivo de discriminações e desistências. Em face dele, constatou-se que a atitude transdisciplinar é algo que deve fazer parte do Programa como um objetivo a ser alcançado. 3. Nesse sentido, inferiu-se que conceitos básicos, como o da Complementaridade do conhecimento, compartimentado pela organização moderna, e a visão Holográfica do mundo, da natureza e dos seres vivos, devem constituir-se temas de discussão acadêmica. 4. (Cons)cientes das contingências da condição humana e acreditando que os sujeitos se transformam ao longo do processo de diálogo, constatou-se a necessidade de se criarem oportunidades para que este diálogo aconteça. É como diz Paulo Freire, há que se ter “paciência na impaciência”, ou como diz Edgar Morin: “todo sujeito conhece por si, em si, para si”. 5. Apesar das dificuldades, foi significativa a repercussão da perspectiva transdisciplinar nos pós-graduandos e, através deles, nos alunos das escolas (agro)técnicas e colegas docentes. Os depoimentos destacam um renovado entusiasmo com a educação e uma mudança de atitudes relacionais entre os professores/especialistas.
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CONCLUSÕES: |
Embora tenham sido modestos os ganhos em relação aos colegas de diversas áreas, que compõem o corpo docente do Programa, pode-se dizer que a perspectiva transdisciplinar, defendida pelos pesquisadores do LEPTRANS, tem sido relativamente bem acolhida entre os alunos mestrandos, que se entusiasmam com a proposta pedagógica, e recolocam vida e utopia no agir educativo. Em se tratando de estratégias, observa-se a necessidade de um planejamento para as intervenções tanto formais quanto informais (objetivas e subjetivas), visto que a mudança de atitudes se dá em função do preenchimento de uma carência sentida pelo sujeito tanto subjetiva (emocional) quanto objetivamente (conceitual). Desta forma, o grupo de professores entende que os obstáculos e avanços neste projeto são próximos aos dos semeadores, neste caso, semeadores de transdisciplinaridade. |
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Palavras-chave: transdisciplinaridade; educação profissional; complexidade. |
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Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006 |
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