Introdução: O avanço tecnológico mundial de automação de dados meteorológicos já vem sendo implantado em diversos países do mundo. A substituição das estações meteorológica convencional por automática visa não somente ampliar os locais de coletas de dados, especialmente, aqueles inóspito à observação convencional, mas pela melhoria na qualidade dos dados devido a maior precisão instrumental e maior freqüência para obtenção. No entanto, o principal aspecto que deve ser destacado no processo de substituição é a homogeneização da série convencional com a série automatizada. Diante disto, procurou-se fazer uma análise estatística comparativa entre os dados de temperatura do ar coletados na Estação Meteorológica Convencional (EMC) e os da Estação Meteorológica Automática (EMA), instaladas em São João do Cariri, PB, em 2004, sendo este o objetivo principal do presente trabalho.

Metodologia: Os dados de temperatura do ar foram coletados nas Estações Meteorológicas Convencional e Automática, pertencentes à Unidade Acadêmica de Engenharia Civil da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), ambas instaladas na Estação Experimental da Bacia Escola da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), em São João do Cariri. As análises pré-liminares dos dados de: temperaturas do ar (horária, máxima, mínima e média, em ^oC), constaram o período de 01.01.2004 a 31.12.04. As observações meteorológicas da estação convencional são realizadas nos horários padronizados: 12:00, 18:00 e 24:00 TMG e, portanto, os cálculos das médias diárias seguiram às normas e as fórmulas recomendadas pela Organização Mundial de Meteorologia e Instituto Nacional de Meteorologia. As médias mensais foram obtidas usando a média aritmética dos seus valores diários e os desvios relativos horário, diário e mensal, pela diferença entre o valor coletado na EMC e o seu correspondente na EMA.

Resultados: Os resultados mostraram que os dados de temperatura do ar medidos na EMC, nos três horários padronizados, foram sempre maiores que os da EMA. Isso indica, a priori, uma tendência relativa que poderá ser confirmada ou não após análise mais criteriosa a partir de uma série mais longa. Quando se comparam às médias diária ou mensal, verificou-se que a tendência de ser maior na EMC e menor na EMA se manteve. Como a série analisada foi pequena, do ponto de vista estatístico, o enfoque descreve apenas tendências, em vez de quantificar diferenças entre uma medida feita no sistema automático em relação ao convencional. As médias mensais das temperaturas máxima e mínima mostram tendências semelhantes, embora haja em alguns meses uma inversão na temperatura máxima, ou seja, na estação automática ela foi ligeiramente maior, nos meses de inverno, que os seus respectivos valores no termômetro de máxima da estação convencional. Verificou-se, também, que em alguns dias e/ou meses os desvios relativos foram maiores que aqueles observados nos três horários e na média diária. Como os dados extremos (mínimo e máximo) são valores pontuais, há necessidade de uma série mais longa e de uma análise mais criteriosa para se inferir as causas. As diferenças encontradas quando se compara à medição feita por um sensor com outro, são esperadas e não devem ser creditadas somente as precisões do sensor automático, mas a maior amostragem no cálculo do valor instantâneo ou médio.

Conclusão: Os resultados parciais mostraram que os valores instantâneos e/ou médios diário da temperatura do ar, medidos simultaneamente na estação meteorológica convencional tendem a serem maiores que os da estação automática. Já, a temperatura máxima diária ou a média mensal, há dias ou mês, cuja tendência foi inversa. Houve uma boa concordância dos valores horários de temperatura do ar observados nas duas estações meteorológicas e da necessidade de uma série maior que permita aplicar uma análise estatística mais substancial.