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G. Ciências Humanas - 7. Educação - 7. Educação Infantil

O PERFIL DO PROFISSIONAL DA EDUCAÇÃO INFANTIL NA CIDADE DE CORUMBÁ/MS

Luiz Ronaldo Santana 1
Anamaria Santana da Silva 1
(1. DED/CAMPUS DO PANTANAL/UFMS)
INTRODUÇÃO:

A partir da Constituição Federal de 1988, a ed. infantil no Brasil torna-se um direito da criança, um dever do Estado e opção da família; sendo que o atendimento deve ser realizado em creches e pré-escolas para crianças de 0 a 6 anos. A ed. infantil passa a ser uma política pública, bem como a formação de seus profissionais.

Segundo a Política Nacional de Educação Infantil (1994) do MEC, o adulto que atua na área deve ser reconhecido como profissional, requerendo valorização das condições de trabalho, plano de carreira, remuneração e formação, com o nível médio como qualificação mínima e o prazo de 8 anos para adequar-se às novas normas.

A LDBEN 9394/96 situa a educação infantil como a primeira etapa da Educação Básica.

Segundo Vieira (1999), a melhoria da qualidade nas redes de educação está relacionada com a escolaridade e a qualificação específica dos profissionais que lidam com a criança.

Compreende-se, desta forma, a relevância de se realizar uma pesquisa sobre o perfil do profissional atuante na rede de educação infantil pública de Corumbá/MS para que se conheça quem é esse profissional e qual o tipo de atendimento oferecido a essas crianças e se avalie esse atendimento como parte das políticas públicas municipais voltadas para a educação.

Assim, a presente pesquisa teve o objetivo de realizar um levantamento do perfil do profissional da educação infantil da rede pública de Corumbá/MS para identificar os aspectos sociais, culturais e econômicos das educadoras.

METODOLOGIA:

A presente pesquisa teve os seguintes procedimentos metodológicos:

1) Fundamentação teórica do tema a ser trabalhado;

2) Elaboração de um questionário para ser aplicado aos professores com a finalidade de levantar os dados;

3) Realização do pré-teste;

4) Visitas às instituições envolvidas na pesquisa para aplicação do questionário;

5) Tabulação e análise dos dados

RESULTADOS:

Caracterização dos sujeitos da pesquisa

Foram entrevistados 117 profissionais da ed. infantil, com idade entre 20 e 61 anos; destes, a maioria é casada (67%) e apenas 2 são do sexo masculino. 57% se intitulam pardos, 30% brancos e 13% negros, a maioria tem filhos; 27% possuem renda de 2 a 3 salários, 46% de 3 a 5 e 27% acima de 5. 77% trabalham em outro período.

Aspectos sociais, culturais e econômicos

O acesso a Tv cabo e jornal é baixo, sendo maior, à internet (52%) e à revista (59%); nos momentos de lazer, visitam parentes, amigos, vêem Tv, lêem, ficam em casa e vão à igreja. 9 não possuem formação superior; 58% não tiveram outra atividade profissional antes de trabalhar com ed. infantil e 89% escolheram este trabalho; 40% mostraram alguma dificuldade de adaptação. A satisfação no trabalho atinge 67% e quase 100% mantêm uma formação continuada; a maioria considera o conhecimento adquirido na formação como prioridade para exercer seu trabalho; os cursos de atualização, a observação e a troca de idéias com colegas são fontes também consideradas, a sugestão dos pais é a menos considerada. 10 mencionaram que não escolheriam a ed. infantil caso pudessem refazer a escolha, 6 disseram não ter certeza, o restante afirmou que fez a escolha certa. Sobre o ambiente físico, carga horária, relação com os colegas, curso de atualização, trabalho com criança, mostraram-se muito satisfeitos; sobre o salário, apenas 3 estão muito satisfeitos; o apoio da prefeitura é o item pior avaliado.

CONCLUSÕES:

A primeira questão é que apenas 2 homens trabalham com a ed. infantil, o que reforça os dados nacionais sobre a predominância do sexo feminino no magistério da escola básica.

Em relação à formação, a maioria tem curso superior e todos freqüentam os cursos de atualização oferecidos pela prefeitura e a principal fonte de trabalho dos profissionais tem sido os conhecimentos adquiridos nesses cursos. Isso nos leva a pensar que em termos de formação, o profissional está plenamente capacitado para atuar na área.

A maioria escolheu trabalhar com ed. Infantil e não manifestou vontade de mudar de profissão. Em relação à satisfação com o trabalho, é interessante notar que 79 estão muito satisfeitos, mas 38 demonstraram um nível de satisfação menor. Essa insatisfação está relacionada com o salário e com a falta de apoio da prefeitura, enquanto que a satisfação é encontrada nas condições do ambiente físico, na carga horária, na relação com os colegas, nos curso de atualização e principalmente no trabalho com criança (que teve 101 respostas como muito satisfeito). Ou seja, os profissionais se realizam efetivamente no trabalho com as crianças.

Em relação aos aspectos culturais, percebe-se que os professores lêem livros, revistas e nos momentos de lazer, visitam parentes, amigos, vêem TV, ficam em casa e vão à igreja. O acesso a jornal e TV a cabo é restrito.

Podemos concluir que é importante que se divulgue o perfil desse profissional para que o município tome as devidas providências.

Instituição de fomento: CNPQ
Trabalho de Iniciação Científica  
Palavras-chave: educação infantil; profissional da educação; Corumbá-MS.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006